Fomos juntando os telegramas sobre novos aparecimentos de discos-voadores. Aqui está um de Lima, Peru: "Um disco-voador e seu tripulante, um anão de cor esverdeada, pele enrugada e 90 centímetros de altura foram vistos, ontem à noite, no terraço de uma casa pelo estudante Alberto San Roman Nuñez".
Este outro de Assunção, Paraguai: "Diversas pessoas tiveram oportunidade de ver nos céus desta capital um estranho objeto voador, que durante 20 minutos evoluiu sobre suas cabeças, desaparecendo depois em grande velocidade".
Já de Santiago, Chile, o telegrama conta diferente: "Novas notícias de aparecimento de objetos voadores não identificados nos céus reacenderam controvérsias desencadeadas com visões nas bases científicas da Antártida, no mês passado. Na Vila de Beluco, pequena localidade chilena, os habitantes viram um disco pousar durante cinco minutos e logo levantar vôo para desaparecer no horizonte". A
gora noutro continente: "Em Oklahoma City a Polícia informou que, na base de Tinker, perto desta cidade, o radar registrou a presença de quatro objetos não identificados, que evoluíam a cerca de 7 mil metros de altura". Na Europa e na Austrália também houve disco-Voador assombrando populações. De Portugal, por exemplo, chegou telegrama contando que foi visto objeto estranho "que parecia um esférico de plástico".
E no Brasil, ainda no domingo passado, em Paquetá, uma porção de gente viu disco-voador, o que prova que eles andam pela aí de novo.
Mas deixemos os discos-voadores momentaneamente de lado e passemos a Primo Altamirando. No prédio onde Mirinho mora tem uma mocinha que eu vou te contar. Vai ser engraçadinha assim lá em casa! O primo vinha cantando a vizinha há bem uns seis meses, sem conseguir nem pegar na mão.
Anteontem, porém, depois de muita insistência, ela amoleceu e andou dando sopa para o nefando parente: combinou com ele um encontro noturno no terraço do prédio. E, de fato, na hora marcada, apareceu assim meio medrosa. Mirinho começou a amaciar a bonitinha, fazendo festinha, dizendo pissilone no ouvido, dando mordidinha na ponta da orelha. E quando já tava quase, ela deu um grito:
— Que foi??? — assustou-se Mirinho.
— Olha lá no céu. Um disco-voador — apontou ela, nervosa.
Com medo de perder a oportunidade, Mirinho apertou-a contra si e lascou:
— Deixa pra lá. Finge que não vê. Finge que não vê!
Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: FEBEAPÁ 1: primeiro festival de besteira que assola o país / Stanislaw Ponte Preta; prefácio e ilustração de Jaguar. — 12. ed. — Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1996.
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