E, enquanto os políticos e religiosos discutem se podem ou não podem tomar a pílula, os americanos, sempre apressadinhos, inventaram a vacina.
Agora passemos a palavra a Mr. Frank Norestein, presidente do Conselho de População de Nova Iorque, órgão que nenhum de vocês imaginava que existia, mas que existe. Mr. Frank anunciou ao mundo que o controle da natividade, muito mais breve do que se pensa, poderá ser obtido através de vacinas que terão garantia de seis meses a um ano de imunização.
Diz o distinto que o atual ritmo de natividade vem num crescendo tal, que, mais cedo ou mais tarde, até mesmo as entidades religiosas serão levadas a aceitar uma solução médica para tão sério problema.
Aqui o guia espiritual de vocês, que não acredita em nada sem antes consultar a sábia Tia Zulmira, esteve no casarão da Boca do Mato, contando para a velha e experiente ermitã o que se propala sobre a vacina, e indagando em seguida o que titia acha disso.
Ela retirou o pince-nez, coçou o nariz, e explicou que os anticonceptivos já existem às pampas e muitos deles são batata. Apenas, razões de ordem religiosa obrigam a medicina a não caprichar demasiado na fórmula, restringindo com isto a ação dos laboratórios, razão pela qual, de vez em quando, uma consumidora de anticonceptivo penetra pela tubulação.
— De qualquer maneira — acrescentou a veneranda senhora — a melhor vacina para controle de natividade era a que eu adotava, no meu tempo.
— Qual era?
— Cada um dormia num quarto.
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Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: FEBEAPÁ 1: primeiro festival de besteira que assola o país / Stanislaw Ponte Preta; prefácio e ilustração de Jaguar. — 12. ed. — Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1996.
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