Charles William Miller |
Seu pai era um escocês chamado John, que veio ao Brasil para trabalhar na São Paulo Railway Company (posteriormente Estrada de Ferro Santos-Jundiaí - EFSJ), e sua mãe uma brasileira de ascendência inglesa chamada Carlota Fox. Aos dez anos, foi estudar na Inglaterra. Lá, aprendeu – e bem – a jogar futebol.
Nos jogos oficiais do seu colégio, Charles era um artilheiro implacável. Marcou 41 gols em 25 partidas. “Nosso melhor atacante. Drible maravilhosamente rápido e chute brilhante. Marca gols com grande eficiência”, registrou na época o jornal da escola.
Seu belo futebol chamou tanto a atenção que acabou convocado para jogar no time do Southampton, a seleção local. Sem falar da partida que disputou pelo Corinthians famoso time amador inglês, o mesmo que anos mais tarde iria inspirar a fundação do Corinthians Paulista.
Mas quando desembarcou de volta ao Brasil, em 18 de fevereiro de 1894 para trabalhar na São Paulo Railway, Charles Miller se surpreendeu ao descobrir que ninguém praticava o esporte bretão por aqui. Sorte que trouxera duas bolas, uma agulha, uma bomba de ar e dois uniformes.
Começou então a catequizar os companheiros de trabalho e de críquete para tentarem o futebol.
O novo esporte vingou e, no primeiro campeonato disputado no Brasil (o Paulista de 1902), lá estava Miller encabeçando a lista de artilheiros com 10 gols em nove jogos.
O nosso primeiro homem-gol ainda jogou até 1910 pelo São Paulo Athletic, o time da colônia inglesa. Depois atuou como árbitro e, finalmente apenas como torcedor. Morreu em 1953, coberto de glórias por ter introduzido o futebol no país, mas sem ver o Brasil campeão do mundo.
Alguns historiadores contestam o pioneirismo de Charles Miller na história do futebol brasileiro, argumentando e apresentando documentação como prova de que o esporte mais popular do Brasil já era praticado no país antes da volta do famoso futebolista brasileiro da terra de seus antepassados. O escocês Thomas Donohoe teria sido o primeiro a promover uma partida de futebol no país.
Antes de Charles Miller, o futebol já havia sido jogado em terras nacionais. Tripulantes de navios mercantes e de guerra europeus costumavam bater bola sempre que desembarcavam no litoral brasileiro.
Em 1878, ocorreu uma famosa partida disputada no Rio de Janeiro, em frente à residência da Princesa Isabel. Como era entusiasta dos esportes, a princesa autorizou o jogo e, dizem alguns, até torceu.
O futebol só não vingou com os marinheiros porque, quando as partidas terminavam, eles voltavam para os navios, levando a bola embora.
Fontes: Revista Placar; Wikipedia.
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