Carmen Silva (Carmem Silva Maria Amália Feijó),
atriz de rádio, teatro e televisão, nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 5
de abril de 1916. Tornou-se atriz em 1939, na Rádio Cultura, emissora de sua
cidade, e adotou o nome artístico de Carmen Silva.
No mesmo ano, viajou com a Companhia Iracema de
Alencar com a peça "Peg do Meu Coração", de John Hartley Manners. Transferiu-se
para Porto Alegre e trabalhou em "Romeu e Julieta" e "Otelo", de William
Shakespeare, produções de Ribeiro Cancella, pai de seu futuro marido, o
humorista e músico Cancellinha.
No Paraná, atuou na Companhia Totó. Em São
Paulo, fez radionovelas na Tupi, América e Record. Além de representar, escreveu
programas femininos, humorísticos e infantis, entre os quais se destacaram:
"Sequência Alegre" e "Nós, As Mulheres", este último estrelado por Nair
Belo.
Em 1955 entrou para a Companhia Dulcina de
Moraes e inaugurou o Teatro Guairinha (Curitiba) com a peça "Vivendo em Pecado",
de Terence Rattigan. Com Dulcina ainda apareceu em "O Imperador Galante", de
Raimundo Magalhães Júnior e "Chuva", de Somerset Maugham.
Em 1957 segue com a Companhia Maria Della Costa
para a Europa com os espetáculos Manequim, de Henrique Pongetti, "O Canto da
Cotovia", de Jean Anouilh, e "Rosa Tatuada", de Tennessee Williams.
A partir de 1961 integrou o Teatro Brasileiro
de Comédia (TBC), trabalhando em "A Escada", de Jorge Andrade; "Yerma", de
Garcia Lorca; "A Revolução dos Beatos", de Dias Gomes; e "Os Ossos do Barão", de
Jorge Andrade.
Em diferentes períodos participou do grupo
Teatro do Rio, de Ivan de Albuquerque e Rubens Corrêa. Voltou a São Paulo em
1972, com a montagem de "Em Família", de Oduvaldo Vianna Filho, sob a direção de
Antunes Filho, contracenando com Paulo Autran. Em 1973 conquista o Prêmio
Molière por seu desempenho em "Mais Quero Asno que Me Carregue que Cavalo que Me
Derrube", de Carlos Alberto Soffredini, com a direção de Elvira Gentil.
Na Cinédia fez seu primeiro filme em 1935:
"Estudantes", de Wallace Downey, com Aurora Miranda e Mesquitinha. Em 1949
participou do último musical dirigido por Adhemar Gonzaga: "Quase no Céu", ao
lado de Walter D’Avila e Renata Fronzi.
Em 1958 roda com Roberto Santos "O Grande
Momento", inspirado no neorrealismo italiano, um dos mais importantes filmes da
década.
Em 1974 faz "Guerra Conjugal", com Joaquim
Pedro de Andrade, baseado em contos de Dalton Trevisan, no qual contracenou com
Jofre Soares. Recentemente participou de "A festa de Margarette", de Renato
Falcão, e "Concerto Campestre", de Henrique de Freitas Lima, filmes realizados
em 2002.
Na televisão estreiou em 1956, na TV Record, em
"Anos de Ternura". Em 1970 apareceu em "Pigmaleão 70", na TV Globo, ao lado de
Tônia Carrero e Sérgio Cardoso. Em 1973 marcou presença em delicada composição
na novela "Os Ossos do Barão", ao lado de Paulo Gracindo. Por toda a década foi
presença constante na TV, na qual se destacou: na TV Tupi, em "A Viagem" (1975)
e na TV Bandeirantes, em "O Ninho da Serpente" (1982). Na novela "Mulheres
Apaixonadas", na TV Globo (2003), emocionou o Brasil ao lado de Oswaldo Louzada,
dando vida a um casal que se tornou símbolo da luta pelos direitos dos idosos.
Em 2004 recebeu o Troféu Cultura Gaúcha,
homenagem do governo gaúcho pelo conjunto de sua obra. Muito ligada às suas
raízes, participou da série "Continente de São Pedro", produção da RBS TV, com
argumento de Carlos Urbim, sobre a história do Estado do Rio Grande do
Sul.
Depois de reunir em 2002 seus textos
radiofônicos no livro "Comédias do Coração" e "Outras Peças para Rádio e TV",
teve sua história registrada pela jornalista Marilaine Castro da Costa em
"Carmen Silva, a Dama dos Cabelos Prateados".
Atriz de delicadas interpretações em teatro,
cinema e televisão, era no dia-a-dia uma mulher simples e discreta que se
dedicou à família e aos amigos e manteve acesa a alegria de viver.
Carmen Silva morreu no dia 21/04/2008, aos 92
anos, em Porto Alegre.
Fonte:
http://www.funarte.gov.br
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