quinta-feira, 28 de julho de 2011

Anatole France


Com um estilo fluente, cético e sarcástico, Anatole France foi um dos literatos mais característicos de sua época, acerbo na crítica aos costumes e instituições.

Jacques-Anatole-François Thibault, que optou pelo pseudônimo de Anatole France, nasceu em Paris em 16 de abril de 1844. Filho de um livreiro, desde cedo recebeu sólida formação humanística e estreou com os versos parnasianos de Poèmes dorés (1873; Poemas dourados).

Seu ceticismo tomou forma com os primeiros romances: Le Crime de Sylvestre Bonnard (1881; O crime de Sylvestre Bonnard), sobre um filólogo perplexo ante a vida cotidiana; La Rôtisserie de la reine Pédauque (1893; A rotisseria da rainha Pédauque), que zomba do ocultismo; e Les Opinions de Jérôme Coignard (1893; As opiniões de Jérôme Coignard), crítica das instituições do estado.

Sua ligação com Madame Arman de Caillavet inspiraram-lhe os romances históricos Thaïs (1890), ambientado no antigo Egito, e Le Lys rouge (1894; O lírio vermelho), que se passa em Florença.

Uma profunda mudança na obra de Anatole manifestou-se nos quatro volumes de L'Histoire contemporaine (1897-1901). As intrigas da vida provinciana são descritas nos três primeiros: L'Orme du mail (1897; O olmo do passeio público), Le Mannequin d'osier (1897; O manequim de vime) e L'Anneau d'améthyste (1899; O anel de ametista). O último volume, Monsieur Bergeret à Paris (1901; Monsieur Bergeret em Paris) é a história do próprio Anatole, que assumira a defesa de Alfred Dreyfus.

As preocupações sociais, a partir de 1900, transparecem nas obras de Anatole. A comédia Crainquebille (1903) proclama a hostilidade à ordem burguesa, que o levaria a aderir ao socialismo e a revelar simpatia pelo comunismo. Contudo, L'Île des pingouins (1908; A ilha dos pingüins) e Les Dieux ont soif (1912; Os deuses têm sede) não demonstram muita convicção no advento de uma sociedade fraterna, enquanto La Révolte des anges (1914; A revolta dos anjos) imagina uma campanha dos anjos caídos contra o paraíso.

A primeira guerra mundial reforçou o pessimismo do autor, levando-o a buscar refúgio em reminiscências da infância. Eleito para a Académie Française em 1896, Anatole France recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1921 e morreu em sua casa de campo La Béchellerie, em Saint-Cyr-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário