terça-feira, 19 de julho de 2011

A vedete que encantou Getúlio

Virgínia Lane (Virgínia Giacone), cantora e vedete, nasceu em 28/2/1920 no Rio de Janeiro, RJ. Foi interna do Colégio Regina Coeli, dos seis aos 14 anos. Estudou, em seguida, no Instituto Lafayette (famoso colégio situado no bairro carioca de Botafogo), chegando depois a cursar o primeiro ano de Direito. Estudou um período com Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1943, iniciou sua carreira, trabalhando como corista do Cassino da Urca. Por intermédio do maestro Vicente Paiva, tornou-se "crooner" de sua orquestra e, além de atuar no Cassino, passou a se apresentar na Rádio Mayrink Veiga.

Em 1945, depois de apresentações na Rádio Splendid e na boate Tabaris, de Buenos Aires, fixou residência na capital argentina por três anos. Em 1946 lançou pela Continental, seu primeiro disco interpretando a marcha Maria Rosa, de Oscar Bellandi e Dias da Cruz e o samba Amei demais, de Ciro de Souza e J. M. da Silva.

Quando voltou ao Brasil, em 1948, atuou como vedete na revista Um milhão de mulheres, de Chianca de Garcia, encenada no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. A revista rendeu-lhe muito sucesso, o que lhe possibilitou um contrato com a companhia de Walter Pinto, no qual trabalhou por quatro anos em espetáculos no Teatro Recreio.

Em 1951, lançou seu grande sucesso, a marchinha Sassaricando, de Luís Antônio, Zé Mário, pseudônimo de Jota Júnior e Oldemar Magalhães, cantada por ela na revista Eu quero sassaricá, de Luís Iglesias e Freire Júnior, e gravada pela Todamérica em novembro de 1951. A música foi feita de encomenda para a revista Jabaculê de penacho, produzida por Walter Pinto que, adorando o tema, resolveu trocar o nome da revista. O sucesso foi tanto, que a música acabou criando a expressão maliciosa "sassaricar".

A partir de 1952, trabalhou no Teatro Carlos Gomes. No mesmo ano, gravou as marchas Santo Antônio casamenteiro, de Antônio Almeida e Alberto Ribeiro e Balão, de Luiz Antônio. Foi eleita Rainha das Atrizes, pela Casa dos Artistas. Destacou-se em programas da TV Tupi (Espetáculos Tonelux) na década de 1950.

Em 1953, fez sucesso com a marcha Zé Corneteiro, de Lalá Araújo. Em 1954, gravou com sucesso a Marcha do fiu-fiu, que ela assinou com Nelson Castro e Marcha da pipoca, de Luiz Bandeira e Arsênio de Carvalho, de sentido malicioso ou de duplo sentido.

Em 1955 lançou o maxixe No balaio de sinhá, de Arsênio de Carvalho; o samba Portão da casa do Juca, de Rubens Silva e Loé Moulin e Chorinho gostoso, de sua autoria. Em 1956, gravou os cha-cha-chas Aprenda o cha-cha-cha, de C. Garcia e Hello e Um beijinho por telefone, de M. Perdomo, ambos com versão de Alberto Ribeiro.

Em 1957, gravou as marchas É baba de quiabo, de sua parceria com Arsênio de Carvalho e Madame sapeca, de José Roberto e José Batista. Em 1958, gravou Lanterninhas multicores, marcha de sua autoria; Santo Antônio vai me abençoar, baião de Nelson Castro e José Batista e Que palhaço, marcha de sua parceria com William Duba.

Gravou 24 discos em 78 rpm, um pela Continental e os outros pela Todamérica, principalmente com marchinhas de temas maliciosos ou humorísticos, apesar de ter gravado sambas também.

Em 1960, gravou dois discos pela etiqueta Carroussel, incluindo as marchas Meu América, campeão carioca de futebol daquele ano, de Nelson Castro e Marcha da vitória, de Hélio Nascimento, Mirabeau e J. Gonçalves.

No início do ano 2000, continuava a se apresentar em bailes populares de carnaval, na Cinelândia no Rio de Janeiro, com grande agrado do público. Foi uma das artistas de maior prestígio no governo de Getúlio Vargas que, além de ser seu fã, conta-se, chegou a ter um romance com ela.



Fonte: Cantoras do Brasil - Virgínia Lane

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