Essas quatro seleções e mais nove das Américas iniciaram a Copa no dia 13 de julho, sem que nem ao menos as obras do estádio Centenário estivessem concluídas. A final foi uma repetição da decisão da Olímpiada de 28, entre uruguaios e argentinos. Depois de perder o primeiro tempo por 2 a 1, o Uruguai foi empurrado por 90 mil torcedores para uma virada espetacular, 4 a 2.
Briga atrapalha participação do Brasil
Uma briga entre Rio e São Paulo estragou a participação do Brasil nessa primeira Copa. A Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) se recusou a ceder à Confederação Brasileira de Desportos (CBD) os jogadores paulistas. O pretexto foi a recusa da CBD em admitir na comissão técnica um membro da Apea.
Com isso, o Brasil foi a Montevidéu desfalcado de jogadores como o atacante Friedenreich, o beque Del Debbio e o goleiro Athié. A seleção foi formada por cariocas e fluminenses, com apenas um paulista, Araken Patuska. Ele brigara com o Santos e estava sem clube.
Brasil e Iugoslávia, na estréia de ambas as seleções: os atletas são Milovan Jakšić (goleiro), Đorđe Vujadinović e Preguinho, autor do primeiro gol brasileiro na história das Copas. |
A equipe jogou com moral baixo e estreou perdendo por 2 a 1 para a Iugoslávia. A derrota "dos cariocas" foi festejada em São Paulo. No jogo seguinte, o Brasil bateu a Bolívia por 4 a 0. Mas já estava eliminado, pois os iugoslavos haviam derrotado os bolivianos. O único destaque brasileiro foi o beque vascaíno Fausto, apelidado "Maravilha Negra".
Curiosidades
A primeira expulsão: o beque peruano De Las Casas foi o único jogador expulso na primeira Copa. Ele empurrou o árbitro chileno Alberto Warken na partida em que sua equipe foi derrotada pela Romênia por 3 a 1.
Um dos gols uruguaios da final contra a Argentina |
A bola uruguaia era mais pesada que a argentina. O árbitro belga John Langenus optou pelo "rodízio" na final.
Tínhamos pena de ver os brasileiros
"Na tarde em que os brasileiros, pela fatalidade, perdiam de 2 a 1 dos iugoslavos, eu passava por uma rua onde tinha um jornal. Vivas e mais vivas eram entoados e eu disse ao meu companheiro: 'Os brasileiros venceram.' Um rapaz próximo de mim disse então: 'Não senhor, os cariocas perderam por 2 a 1.' E com espanto maior vi desfilar um funeral, onde os cânticos fúnebres e morras aos cariocas ecoaram! Fiquei bobo e pensei como nós, argentinos, tínhamos pena de ver os brasileiros, alijados do campeonato, gozarem seus irmãos! Pensei que não era o território brasileiro..." (Feliz Inarra, dirigente do Huracán da Argentina, que excursionava em São Paulo na época da Copa de 30).
Jogos - 18
Gols - 70
Média de gols/jogo - 3,9
Nº de participantes - 13
Média de público - 24.139
A campanha do campeão:
Primeira fase
18/7 Uruguai 3 x 0 Peru
21/7 Uruguai 4 x 0 Romênia
Semifinal
27/7 Uruguai 6 x 1 Iugoslávia
Final
30/7 Uruguai 4 x 2 Argentina
A Seleção Uruguaia posando antes da final. Em pé, da esquerda para a direita, estão Mascheroni, Nasazzi, Ballesteros, Fernández, Andrade e Gestido; agachados, Dorado, Scarone, Castro, Cea e Iriartes. |
Artilheiro: 8 gols - Stábile (Argentina)
Classificação: 1º - Uruguai / 2º - Argentina / 3º - EUA e Iugoslávia / 5º - Chile / 6º - Brasil / 7º - Romênia / 8º - Paraguai / 9º - França / 10º - Peru / 11º - Bélgica / 12º - Bolívia / 13º - México.
A seleção da Copa: Thépot (França) / Nazassi (Uruguai) / Mascheroni (Uruguai) / J.Evaristo (Argentina) / Fausto (Brasil) / Gestido (Uruguai) / Peucelle (Argentina) / Scarone (Uruguai) / Stábile (Argentina) / Ferreyra (Argentina) / Iriarte (Uruguai) .
Fonte: http://www.cassio.com.br/bolabrasil/copa1930.html
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