Sete meses se passaram da primeira projeção de cinema em Paris, para que o cinematógrafo dos irmãos Lumière atravessasse o Atlântico e desembarcasse na capital brasileira, o Rio de Janeiro.
Em 8 de julho de 1896 foi exibida a primeira sessão pública cinematográfica utilizando um aparelho chamado Omniographo (projetor de imagens animadas através de uma série de fotografias). Com o sucesso do evento, o empresário do entretenimento Pascoal Segreto inaugurou a primeira sala fixa de exibições em 1897.
Em junho de 1898, Afonso Segreto (irmão de Pascoal) em sua chegada da Europa, registra com uma câmera Lumièr algumas imagens da Baía de Guanabara. Nasce assim o cinema brasileiro. A partir daí os irmãos Segreto passam a filmar imagens dos acontecimentos cívicos, e os personagens no poder, como por exemplo, o então presidente Prudente de Morais. Cerimônias, festa públicas, acontecimentos importantes e aspectos da cidade são filmados pelos irmãos num momento crucial de transformações, tornando-os praticamente os únicos produtores de cinema do país até 1903.
Quase dois anos depois, em 13 de fevereiro de 1898, José Roberto de Cunha Sales (Médico e ex. sócio de Pascoal Segreto) realiza uma das primeiras exibições do cinematógrafo em São Paulo. A primeira filmagem em terras paulistas, entretanto, foi feita por Afonso Segreto em 20 de setembro de 1899 em uma celebração da colônia de imigrantes italianos.
Depois destas filmagens, têm-se notícias de novas tomadas em São Paulo somente em 14 de janeiro de 1904, com vistas de fazendas de café, terreiros, gado e outros aspectos do interior do Estado. O cinema se espalha por outras partes do Brasil, além do eixo Rio-São Paulo.
A futura “sétima arte” começa a dar seus primeiros passos em Aracaju em 1899, no Belém do Pará em 1909, com espanhol Ramón de Baños dedicando-se à produção de documentários; em Manaus por volta de 1912, Annibal Rocha Requião realiza seu primeiro filme, registrando imagens de um desfile militar. A Bahia, entre os anos de 1909 e 1912, também contribuiu para o nascimento do cinema brasileiro.
Outros Pioneiros: além de Segretos, outros nomes merecem destaque na história do cinema brasileiro. São eles: os irmãos Labanca, Francisco Serrador, além dos primeiros operadores profissionais Júlio Ferrez, os irmãos Betelho e Paulo Benedetti. Os Labanca abrem uma sala fixa, o cinema Palace, para qual fazem filmagens em sociedade com o fotógrafo português Antônio Leal.
Francisco Serrador começou como exibidor ambulante em 1904, em Curitiba, e criou um circuito de salas que existem até hoje. Os operadores profissionais Júlio Ferraz , os irmãos Botelho e Paulo Benedetti realizaram reportagens importantes como: A revolta dos marinheiros (1910), Dois anos antes (1908).
Fonte: Revista Brava 7. Jul/09
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