quarta-feira, 4 de maio de 2011

Barão de Itararé

Barão de Itararé era o pseudônimo do jornalista e humorista Aparicio Torelly, cujas sátiras políticas marcaram a primeira metade do século XX. Nascido em viagem ao Uruguai, era filho de um federalista revolucionário gaúcho, neto de americano e tornou-se um famoso humorista da imprensa da década de 20.

Em 1919, abandonou a Faculdade de Medicina para atender a conferências humorísticas, lançando no mesmo ano o livro "Versos Diversos". Em 1925, trabalhava em O Globo, Diário da Noite e A Manhã, neste último com a seção Amanhã Tem Mais. Devido as suas sátiras políticas, chegou a ser preso diversas vezes na época de Getulio Vargas.

Em 1946, fundou A Manha, um semanário ornamentado com caricaturas humorísticas e tendo como slogan, um órgão de ataque... de riso. O desenho do título era idêntico ao da A Manhã, sem o til. Ele o chamava de o quintaferino que saía às sextas e como estava em vigor o racionamento do troco, por causa da guerra, custava exatamente um passe de bonde. Tratava-se de uma crítica cômica aos jornais da época, contendo semelhantes, como conselho fiscal, consultor jurídico, cartomante própria para as profecias do fim do ano, sempre assinadas com nomes de políticos de então, sob a forma de trocadilhos. Tinha também uma página literária, Arte & Manha, outra para a cobertura internacional, além do noticiário policial e esportivo. Nasceu em 1926, em prédio impróprio, interrompeu sua tiragem entre 1930 e 1946, devido à prisão do proprietário.

Foi nessa particular ocasião em que o Barão tornou-se companheiro de Graciliano Ramos no presídio da rua Frei Caneca, no Rio de Janeiro. Em "Memórias do Cárcere", há uma referência ao humorista. Considerado inquietante para os políticos, o jornal acabou encerrando sua carreira em 1957. Em 1989, era reeditado o Almanaque para o primeiro semestre de 1955, um grosso volume de artigos, contos e ditados escrito no tom dos antigos almanaques que se distribuíam em farmácias.

Itararé passou a ocupar um lugar de honra na imprensa brasileira e, de sua história, pode-se destacar trechos memoráveis:

- As tropas legalistas tomaram Parati e evacuaram Pedregulho (Revolução de 30)
- A Mulher deve casar. O homem, não.
- É Melhor dois marimbondos voando que um na mão.
- Quando pobre come frango, um dos dois está doente.
- O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.
- A liberdade é como os artigos de natal. Não tem preço fixo.

O jornalista faleceu aos 76 anos, em 27 de novembro de 1971.

Fonte: Barão de Itararé no Memorial da Fama.

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