sexta-feira, 22 de novembro de 2013

De como Mirinho quebrou o galho

O abominável primo Altamirando tinha um encontro marcado com uma pioneira social aí, dessas que prevaricam com certa regularidade. O ignóbil parente conhecera a distinta dama do nosso “society” noutro dia, quando o marido estava em São Paulo, fazendo um negócio imobiliário. Com aquela conversa que lhe é peculiar, Mirinho trouxe a dama para o seu plantel e vinha vivendo um romance legalzinho com ela.

Toda noite faziam programa juntos. Ora era uma dançadinha num dos inferninhos da Zona Sul, ora era um jantar mais caprichado nesses botecos de nome francês, ora era um discreto cineminha. Depois Mirinho ia com ela pra casa dela, que a dama reside só com seu distraído marido que, além de distraído, estava em São Paulo.

Não é pra me gambá não — como diz Ibrahim — mas o primo estava levando um vidão; não somente porque a dona é boa às pampas, como também vinha financiando os programas. Ora: mulher sem despesa é o ideal de Mirinho Durante esses dias aí da crise, ele passou numa tranquilidade invejável.

Mas, eis que, ontem, o marido voltou. Mirinho telefonou na hora do almoço, para ver se pegava a gordura de graça, mas a dona falou baixinho ao telefone, com ar de conspiradora:

— Depois eu te falo, bem. Ele voltou — e desligou o aparelho.

A tarde, Mirinho tornou a ligar:

— Escuta, queridinha, eu te apanho aí às 7 e vamos jantar juntinhos, tá?

— Mas querido — ponderou ela — Eu não posso. Meu marido voltou.

— Ali isto não tem importância — garantiu o primo. — Ele vai dormir fora de casa.

A mulher deve ter arregalado os olhos do lado de lá da linha, porque perguntou, visivelmente intrigada:

— Como é que você sabe que ele vai dormir fora de casa?

— Nada não. É que eu telefonei para um cara meu cumpincha, que trabalha na Polícia, e disse pra ele que teu marido é comunista.


Fonte: Jornal "Última Hora", de 10/04/1964 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta / Desenho: Jaguar.

O Coelho e Tartaruga

Era uma vez um coelho que encontrou uma tartaruga. E disse:

— "Contam que você é o bicho mais mole do mundo e eu o mais veloz. Vamos apostar uma corrida?"

E ela disse com um arzinho de falsa modéstia:

— "Vamos. Eu corro pouco, mas..."

E ele:

— "Dez léguas. Eu fico parado. Durmo meia hora. Saio. Saio. Paro três vezes e ainda chego na sua frente".

E ela, agora crente e com raiva:

— "Veremos. Eu já ganhei uma corrida assim. Está em La Fontaine".

E assim foi feito. O macaco de juiz. O coelho chegou, e como combinado, dormiu. A tartaruga veio. O macaco deu a partida. A tartaruga saiu, andou meia hora. O coelho acordou. Correu. Passou pela tartaruga e quando chegou ela ainda não tinha andado dez metros.

MORAL: Devagar se vai ao longe, mas custa ou a História (de La Fontaine) não se repete.




Fonte: "O Capitão" - Ano I - Nº 7 - Fábula e desenhos de Jaguar - Jornal "Última Hora", de 10/8/1963.

A Fábula do Menino e o Jacaré


Era um Menino que morava numa aldeia. A aldeia tinha um lago com um Jacaré muito feroz. Todos os dias o Menino ia passear no lago. E sua mãe dizia: “Menino, cuidado. Não chegue muito perto do lago que o Jacaré te pega”. Mas o Menino ia.

Uma sexta-feira toda a aldeia se assustou com gritos: “Ai, socorro que estão me matando. Ai, socorro que estão me matando”. Os moradores armaram-se de todas as bombas (atômicas, de hidrogênio e plutônio) que estavam a mão e correram para o lago para que o Jacaré não matasse o Menino.

E quando chegaram ao lago não encontraram o Jacaré. E o Menino apontando para eles e suas bombas ria, ria, a bandeiras despregadas. Depois de dizerem que essas coisas não se faziam os moradores da aldeia voltaram para a aldeia.

Quando, no dia seguinte, foram acordados por gritos: “Ai, socorro que estão me matando. Ai, socorro que estão me matando”. E eles pegaram todas as bombas que estavam à mão e correram para o lago e não deixar que o Jacaré pegasse o Menino. Lá chegando os moradores da aldeia não encontraram o Jacaré do lago, mas o Menino ria, ria, a bandeiras despregadas.

Por isso, quando no domingo os gritos “Ai, socorro que estão me matando. Ai, socorro que estão me matando”, invadiram a aldeia, os moradores riram, riram, a bandeiras despregadas e disseram: “Desta vez ele não nos pega. E assim o Menino pode comer o Jacaré, sossegadamente, apesar dos horríveis gritos que soltava o pobre animalzinho.

MORAL: Deixa os outros confiarem em ti, antes de comeres o Jacaré.



Fonte: "O Capitão" - Ano I - Nº XXXV - Fábula e desenhos de Jaguar - Jornal "Última Hora", de 29/2/1964.

Causas do inchaço nas pernas

Quando as pernas incham é sinal de que algo não está bem. A causa pode ser simples e inofensiva - como o verão, que faz com que o rim não dê conta de eliminar o líquido que consumimos em excesso - mas também pode sinalizar algo muito grave, como a trombose, doença que pode causar danos irreparáveis e exige que a pessoa vá ao pronto-socorro imediatamente.

Segundo Paulo Camiz, clínico geral e geriatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, o inchaço acontece por conta de um desequilíbrio da quantidade de sangue que desce para a perna com aquele sangue que volta.

“Se a pessoa toma algum remédio que abre muito a circulação, como os vasodilatadores, por exemplo, desce mais sangue para a perna do que sobe, então a tendência é inchar”, explica.

“O plasma do sangue acaba extravasando os vasos sanguíneos e causa o inchaço”. Segundo ele, exercícios físicos e movimentação das pernas são ótimas táticas para evitar o inchaço e também ajudar a desinchar.

Conheça algumas causas do inchaço nas pernas:

Varizes –   Elas são uma das causas do inchaço nos membros inferiores. “São veias que estão incompetentes, que não permitem que o sangue retorne da perna. A pessoa vai acumular líquidos, porque o sangue não está voltando adequadamente”, explica Camiz, que também é geriatra.

Viagens longas –   Sejam elas feitas de ônibus ou avião: ficar com as pernas paradas durante muito tempo faz com que elas inchem. “Para o sangue descer até o pé, todo santo ajuda, mas para que ele volte é preciso movimentar as pernas. É a musculatura da panturrilha que vai massagear as veias para fazer o sangue circular, é como se a panturrilha fosse o ‘coração’ da perna”, explica Camiz.

Segundo ele, nada no corpo foi feito para ficar parado. “Quando fica parado, coagula. Se a pessoa fica com a perna parada, o sangue fica parado e coagulado lá. Quando se solta, faz o caminho por dentro dos vasos até o pulmão, e se esse coágulo for muito grande, pode causar um problema respiratório grave e levar até à morte. Esse é o principal medo de quem viaja de avião”, explica.

Trombose –   Inchaço nas pernas também pode ser indicativo de trombose. “A queixa é de uma hora para outra, que houve um inchaço e dor na perna que apareceu rápido. O ideal é ir para o pronto-socorro fazer um exame, pois pode ser que seja um coágulo”, explica o especialista do Hospital das Clínicas.

Doenças cardíacas, como a insuficiência –   Camiz explica que, se o coração não bombeia o sangue de forma adequada, ele vai acumular. “É como se o sangue ficasse represado, então incha o corpo de uma forma geral. Aparece mais nas pernas apenas por uma questão gravitacional”.

Mau funcionamento da tireoide –   O hipotireoidismo, quando a tireoide não funciona bem, causa inchaço no corpo todo, mais visivelmente nas pernas. “Mas esse inchaço não é exatamente por extravazamento de líquido, mas por depósito de uma proteína na região do subcutâneo. É um inchaço duro, diferente daquele que fica com a marca da meia no final do dia”, explica o clínico geral.

Anticoncepcionais –   Segundo Camiz, anticoncepcionais a base de estrógeno costumam causar um pouco de inchaço, mas ele não é grande e é generalizado, sendo visualizado mais nas pernas por conta do efeito da gravidade.

Verão –   Segundo o clínico geral, o tempo quente propicia o inchaço das pernas por dois motivos. “Normalmente as pessoas tomam muita água, até mais do que o necessário, então acumula-se líquido no corpo. Em segundo lugar, o calor faz com que as artérias que levam o sangue para a periferia fiquem mais cheias de sangue”, diz ele, acrescentando que movimentar as pernas ajuda a desinchar. “As pessoas ficam mais indispostas por conta do calor, então mexem menos a perna também”, explica.


Fonte: iG São Paulo / Texto: Elioenai Paes

Refrigerantes e os rins

"Apenas dois refrigerantes por dia são suficientes para trazer danos aos rins", dizem pesquisadores. Um estudo mostrou como o tipo de açúcar usado nestas bebidas aparentemente aumenta os níveis de sal no sangue. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.

Um segundo estudo mostrou também que este tipo de bebida faz com que os rins lutem muito para se livrar do excesso de proteína no corpo.

Uma das característica da falha nos rins é chamada de proteinúria – o aumento da excreção de proteína na urina. Ela foi encontrada nas pessoas que tomam refrigerantes duas vezes ao dia, de acordo com pesquisadores da Osaka University.

Mais de 8 mil empregados da universidade participaram do experimento. Um terço deles não tomaram bebidas gasosas; outro terço tomou uma por dia e um terceiro grupo tomou duas por dia.

Em um espaço de apenas três dias, 10,7% do terceiro grupo desenvolveram a proteinúria, e 8,9% do segundo grupo também mostrou efeitos similares. O primeiro grupo mostrou sinais em apenas 8,4% das pessoas testadas.

A frutose é utilizada para adocicar estas bebidas e pesquisadores da Case Western Reserve University, em Cleveland, perceberam que ela aumenta a sensibilidade dos rins à angiotensina, proteína que regula o equilíbrio do sal.

Isso significa que o sal é reabsorvido nos rins, o que pode conduzir doenças como diabetes, obesidade, insuficiência renal e hipertensão.

Ambos os estudos foram apresentados na American Society of Nephrology Kidney Week, em Atlanta, na última semana.


Fonte: Terra

Diabetes: o que não comer?

O cardápio da pessoa que tem diabetes não precisa ser tão restrito como se imagina, embora seja importante saber o que não consumir no dia a dia. Isso porque para pessoas com a doença, a ingestão exagerada de alguns alimentos pode ser um perigo.

Se você é diabético ou tem algum conhecido ou parente com o problema, a dica é passar longe dos doces. Talvez a tentação de muita gente. Na prateleira de casa não devem entrar açúcar refinado, doces, xaropes, glicose, geleias, melado, sorvetes, bolos, biscoitos recheados, chocolates, refrigerantes e leite condensado.

Preste bastante atenção nas pegadinhas. Os produtos diet são aqueles que têm exclusão de algum nutriente específico, como o açúcar. Mas nem todos os produtos diet apresentam quantidade significativa na redução de calorias.

Outro ingrediente que confunde é o mel, que faz tão mal quanto açúcar para os diabéticos. Portanto, doce, só se for dietético e sempre feito com adoçante (aquele específico para preparo de receitas culinárias).

Outro grupo de alimentos que merece desprezo dos diabéticos são as gorduras hidrogenadas e os processados e industrializados. São eles: a manteiga, óleo vegetal hidrogenado, enlatados e conservas, arroz comum, bolos prontos, frituras em geral, creme de leite, queijos amarelos, leite e iogurte integral, entre outros. Algumas frutas também enganam, como tâmara, figo, que devem ser evitadas.

E afinal, o que os diabéticos podem comer?

As verduras, os legumes e os cereais, ricos em fibras são os grandes aliados dos diabéticos e podem ser consumidos à vontade. Segundo especialistas, as fibras, principalmente do tipo solúvel, promovem a redução da absorção de glicose pelo sangue.

No time dos aliados dos diabéticos estão ainda os peixes ricos em gorduras do tipo ômega (como o salmão, a sardinha, o atum, a cavalinha e o brasileiríssimo pintado). Entre os óleos mais indicados estão os de canola e de linhaça, que auxiliam na prevenção do desenvolvimento da resistência à insulina. Além disso, beneficiam o funcionamento do sistema cardiovascular e do cérebro.

Vale frisar que a dieta alimentar deve ser observada criteriosamente e sempre por especialistas que ajudem a elaborar o cardápio adequado para seu caso. A atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose.


Fonte: Mais Equilíbrio / Texto: Natália Farah

Ao morrer sorrindo

"Morreu, acabou-se" — ledo engano. Morreu, começa o problema, porque já não há mais lugar onde enterrar o falecido. "Vocês desculpem tratar de um assunto tão funesto, mas é que, de uns tempos para cá, não o sentimos, tão macabro assim, graças a um amigo que é agente funerário.

Foi ele quem, acostumado ao trato das cerimônias fúnebres, acabou nos convencendo de que, tirante a família do morto, ninguém tem nada a perder quando um cidadão abotoa o paletó pela última vez. Pelo contrário, ser agente funerário é um alto negócio.

Tudo começou na praia, em Santos. Estávamos na companhia desse amigo, esquentando ao sol, quando apareceu um cadáver boiando sobre as ondas. O pessoal foi todo pra beira do mar espiar e ele, de repente, disse como quem fala para si mesmo: "Tomara que a corrente não leve para São Vicente."

Estranhamos aquele desejo e ele então explicou que existiam duas agências funerárias em Santos: a dele e a de um rival. Como a clientela não visse com bons olhos a concorrência entre os dois, nem fosse hábito familiar abrir concorrência para enterrar ninguém, tinham resolvido dividir a cidade em dois campos:

— Quem morre do lado de lá é dele, quem morre do lado de cá é meu — esclareceu.

Aquele freguês, que boiava nas ondas, se viesse a dar à praia ali, era dele. Mas se a corrente o levasse para São Vicente, perdia o negócio, pois a jurisdição era do rival. Daí o seu desejo de que as ondas trouxessem logo para a areia aquele que boiava lá fora da arrebentação.

Olhava para o cadáver sem placidez nem ganância, como um quitandeiro olha as verduras, um pianista, o piano ou um joalheiro, as jóias. Era o seu negócio que boiava ali perto. Esse agente funerário de Santos, nosso amigo, homem jovial e excelente companheiro em qualquer circunstância, alguns anos depois chegava ao ápice da carreira, quando o Governo do Estado nomeou-o para dirigir o SFC (Serviço Fúnebre da Capital), autarquia que se responsabiliza pelos enterros em São Paulo.

Estava aqui o distinto caçando na selva paulista, amoitado num bar, esperando a caça passar, quando o antigo agente funerário nos encontrou. Explicou sua condição de diretor autárquico, explicou que lá em São Paulo não é como no Rio, onde os serviços funerários pertencem, sem concorrência, à Santa Casa, explicou mais uma porção de coisas e, depois, convidou a gente para fazer uma visita ao SFC. Como a caça não passasse, aceitamos o convite e visitamos fartamente o dito serviço.

Ele se mostrou excelente cicerone, levando a visita às diversas salas, demonstrando por que o caixão de peroba é melhor do que o caixão de pinho e mostrando os melhoramentos introduzidos, tais como caixão de terceira forradinho de capitonê, travesseiro com recheio de capim cheiroso, para caixões de primeira etc. etc. Isto sem contar com os truques que sua experiência lhe ensinara. Por exemplo: quando morre um político eminente, o número de puxa-sacos que quer ajudar a levar o caixão é enorme e, neste caso, em vez das clássicas alças douradas — três à esquerda, três à direita, como manda o figurino — o caixão deve ter um varal de cada lado, pra caber mais mão de puxa, na hora do embarque.

— Quando assumi a direção deste serviço, isto aqui era uma lástima. Os castiçais estavam caindo aos pedaços. Veja os castiçais novos, que adquiri. Uma beleza, não são? — E, com sinceridade na voz: — Agora já pode um Matarazzo, um Almeida Prado, um Lara Resende morrer sem susto, que estamos aptos a servi-los.

Faz muito tempo que não vemos o nosso amigo, hoje próspero.

Certa vez nos contou que começara o negócio graças a um vizinho que era coxo, desencarnara e fora vítima da precipitação de outro agente funerário. Quando esse agente foi medir o freguês para encomendar o caixão, já o encontrou na sala, em cima da mesa, coberto por um lençol. Sem a devida experiência, o agente não perguntou pra família se o falecido era coxo. Resultado: mediu do alto da testa à ponta do pé, pela perna mais curta e, quando o caixão chegou, não satisfazia às medidas do freguês. Foram comprar outro caixão para enterrar o vizinho, e ele, que tinha uma tia velha já mais pra lá do que pra cá, mediu a parenta disfarçadamente verificando que ela cabia dentro do caixão recusado. Adquiriu a peça por preço de ocasião e guardou na garagem. Um mês depois a tia embarcava nele. Desse episódio ficou-lhe o gosto pelo negócio.

Mas como dizíamos, já vai pra algum tempo que não o vemos. A última vez foi aqui no Rio, durante o velório de conhecido artista. Ele compareceu como visita. Nada tinha a ver com o serviço de bordo, mas nem por isso deixou de criticar certas deficiências. Ao sair contou que — mais por carinho do que por necessidade — ainda mantinha a agência funerária de Santos, que tinha um nome dos mais convidativos: "Nossa Casa".

— Falar nisso, você poderia fazer um jingle de propaganda para mim? — perguntou. E, ao perceber nosso espanto, explicou que estava fazendo uma grande remarcação no estoque e precisava anunciar a liquidação. E tanto chateou que fizemos o jingle. Não sabemos se tocou no rádio, mas ainda nos lembramos bem: a música era aquela da cançãozinha de Teresinha de Jesus, de uma queda foi ao chão etc. etc.

A letra era assim: Funerária "Nossa Casa" / Tem caixão de alça dourada / Adquira um hoje mesmo / Por um preço camarada.

Se vocês estão pensando que existe exagero de nossa parte, ao descrever o trato jovial que nosso amigo tem, para com as coisas fúnebres, estão muito enganados. Ele não é o único, inclusive. Em Recife, recentemente, a Prefeitura negou a um agente funerário o nome de "Ao Morrer Sorrindo", para sua casa de vender pijama de madeira. E aqui mesmo no Rio, há pouco tempo, um cavalheiro botava o seguinte anúncio, em "O Globo": "Sepultura Perpétua — Cedo direitos de uma, na parte plana do Cemitério São João Batista, por Cr$ 1 600 000,00, ou troco por apartamento de sala, 2 quartos, na Zona Sul. Favor ligar para 22-0387 ou procurar informações na Avenida Rio Branco 173 — sala 1306." Isto prova que, em algum lugar do Rio, há um camarada que prefere viver melhor a ter conforto depois da morte.

É, companheiros, o Rio cresceu tanto que morrer agora é um problema. O camarada do anúncio está pouco se incomodando com o que possa lhe acontecer depois de pisar no prego e esvaziar de todo. Quer seu apartamentinho de dois quartos na Zona Sul, que não é a residência ideal, mas sempre é melhor do que morar em pensão, para poder descansar no meio dos bacanos, depois de devidamente empacotado.

O Rio cresceu — repetimos — e cresceu pra todo lado e pra cima também. Principalmente pra cima. Este detalhe é que deve ter dado a idéia ao arquiteto Wladimir Alves de Sousa, para resolver o problema dos cemitérios cariocas. O Governador, que ultimamente tem perseguido os demasiadamente vivos, está preocupado com os demasiadamente mortos; tão mortos que não têm onde cair idem. E aqui parece que encontra a solução. Leiam a notícia, tal e qual saiu no jornal: "A construção de edifícios de 15 andares, com todos os requisitos de higiene, para instalação de sepulturas e ossários, foi proposta ao Governador pelo arquiteto Wladimir Alves de Sousa. O arquiteto acha que seu plano de cemitérios verticais, apresentado junto com gráficos, croquis e mapas, será a solução para o problema de espaço nos cemitérios do Estado."

Você aí, que é carioca, sente o drama, vá! Talvez seja você o defunto que vai inaugurar a coisa. Será a primeira vez na História que uma pessoa, depois de morta, é enterrada para cima.


Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Cate Blanchett

Cate Blanchett (Catherine Elise Blanchett), atriz e diretora teatral, nasceu em Melbourne, Austrália, em 14/05/1969. Ganhou vários prêmios como atriz, mais notavelmente dois SAGs, dois Globos de Ouro, dois BAFTAs, um Oscar, assim como a Coppa Volpi no 64º Festival Internacional de Cinema de Veneza. Chamou a atenção internacional em 1998 com filme "Elizabeth", dirigido por Shekhar Kapur, no qual desempenhou o papel da Rainha Elizabeth I da Inglaterra.

Também ficou conhecida por outros personagens como a rainha dos elfos, Galadriel, da trilogia "O Senhor dos Anéis", a coronel Irina Spalko em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" e Katharine Hepburn no filme de Martin Scorsese, "O Aviador", um papel que lhe trouxe o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Ela e seu marido, Andrew Upton são atualmente diretores artísticos da Sydney Theatre Company. Blanchett está entre as 20 melhores atrizes na lista da Imdb elegendo as Melhores atrizes de todos os tempos, ficando atras de atrizes como Julie Christie, Kathy Bates e Lauren Bacall.

Blanchett nasceu em Ivanhoe, um subúrbio de Melbourne, em Victoria, na Austrália. É filha de June, uma australiana e professora da área de Melbourne, e de Robert "Bob" Blanchett, um texano de ascendência francesa oficial da marinha americana, que mais tarde trabalhou como executivo de publicidade.

Frequentou a escola primária em Melbourne na Ivanhoe East Primary School, antes de completar o ensino secundário na Methodist Ladies' College, uma escola metodista de garotas, onde começou a explorar sua paixão pela atuação.

Cate em Elizabeth I
Ela estudou Economia e Belas Artes na Universidade de Melbourne antes de sair da Austrália para viajar pelo exterior. Quando ela tinha dezoito anos, e passava férias no Egito, um hóspede do hotel onde ela estava hospedada no Cairo perguntou se ela queria ser figurante em um filme, no dia seguinte ela encontrou-se em uma cena no meio de uma multidão torcendo para um pugilista americano que perdia para um pugilista egípcio no filme "Kaboria", estrelado pelo falecido ator egípcio Ahmad Zaki. Blanchett retornou para a Austrália e mais tarde mudou-se para Sydney para estudar no Instituto Nacional de Arte Dramática. Formou-se em 1992, começando sua carreira nos palcos.

Galadriel - The Hobbit
Seu primeiro grande papel principal foi no palco na peça "Oleanna", de 1993, dirigida por David Mamet, contracenando com Geoffrey Rush, para o qual ela ganhou o prêmio Sydney Theatre Critics de melhor estreia. Também apareceu como Ofélia na produção de 1994 - 1995 de "Hamlet", dirigida por Neil Armfield co-estrelando com Richard Roxburgh e novamente com Geoffrey Rush. Blanchett apareceu nas minisséries "Heartland" e "Bordertown" e em um episódio de Police Rescue intitulado "The Loaded Boy".

Blanchett fez sua estreia internacional no cinema em 1997 com um papel de apoio como uma enfermeira australiana capturada pelo Exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial, no filme "Um Canto de Esperança", dirigido por Bruce Beresford e estrelado por Glenn Close e Frances McDormand.

Seu primeiro papel principal, também em 1997, foi como "Lucinda Leplastrier" na produção "Oscar e Lucinda", contracenando com Ralph Fiennes. Ganhou o prêmio AFI de melhor atriz coadjuvante no mesmo ano por seu papel como Lizzie na comédia romântica "Ainda Bem Que Ele Conheceu Lizzie", co-estrelada por Richard Roxburgh e Frances O'Connor.

Seu primeiro grande papel de visibilidade internacional foi como Elizabeth I da Inglaterra, em 1998 no filme "Elizabeth". Por esse papel, ela recebeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Blanchett perdeu para Gwyneth Paltrow por seu papel em "Shakespeare Apaixonado", mas ganhou um British Academy Award (BAFTA) e um Golden Globe Award (Globo de Ouro) de melhor atriz em filme de drama. No ano seguinte, Blanchett foi indicada a um outro prêmio BAFTA por seu papel de apoio em "O Talentoso Ripley".


Já como uma aclamada atriz, Blanchett recebeu uma série de novos fãs, quando ela apareceu em "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel", de Peter Jackson. Ela desempenhou o papel de Galadriel em todos os três filmes. A trilogia detém o recorde como a mais alta trilogia cinematográfica de todos os tempos.

Mais tarde, em 2005 Cate ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel de Katharine Hepburn no filme "O Aviador", de Martin Scorsese. Isso tornou Cate a primeira atriz a ganhar um Oscar por interpretar um artista vencedor do mesmo prêmio.

Em 2006 estrelou "Babel" ao lado de Brad Pitt, e "Notas Sobre um Escândalo", interpretando Sheba Hart e contracenando com Dame Judi Dench. Coincidentemente, Dench ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por interpretar a rainha inglesa Elizabeth I, no mesmo ano, Blanchett perdeu por interpretar a mesma figura histórica, embora em uma categoria diferente. Blanchett recebeu sua terceira indicação ao Oscar por seu desempenho no filme (Dench também foi indicada ao Oscar).

No filme Indiana Jones e o
Reino da Caveira de Cristal
Em 2007, ganhou o prêmio Volpi Cup de melhor atriz no Festival de Cinema de Veneza e um Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante, por retratar uma das seis encarnações de Bob Dylan no filme "Não Estou Lá" de Todd Haynes e reprisou o seu papel como Elizabeth I na sequência de Elizabeth intitulada "Elizabeth: A Era de Ouro). Na 80ª cerimônia do Oscar, Blanchett recebeu duas indicações, incluindo Melhor Atriz por "Elizabeth: Elizabeth: A Era de Ouro" e Melhor Atriz Coadjuvante por "Não Estou Lá", tornando-se apenas o 11º ator a receber duas candidaturas no mesmo ano, e a primeira atriz a receber outra indicação por reprisar um papel.

Em 2007 Blanchett foi nomeada pela revista TIME como uma das 100 pessoas mais influentes em todo o mundo e também uma das mais bem sucedidas atrizes pela revista Forbes. Atuou no filme "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", como a agente da KGB Cel. Dra. Irina Spalko.

Em 5 de dezembro de 2008 Blanchett foi honrada com uma estrela na Calçada da Fama no Hollywood Boulevard, em frente ao Grauman's Egyptian Theatre.

Filmografia

1994 Police Rescue
1996 Parklands
1997 Oscar and Lucinda
1997 Ainda Bem que Ele Conheceu Lizzie
1997 Um Canto de Esperança
1998 Elizabeth I
1999 O Talentoso Ripley
1999 Pushing Tin
1999 O Marido Ideal
1999 Bangers
2000 O Dom da Premonição
2000 Porque os Homens Choram
2001 Chegadas e Partidas
2001 Paixão Sem Fronteiras
2001 O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
2001 Vida Bandida
2002 O Senhor dos Anéis: As Duas Torres
2002 Paraíso
2003 O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei
2003 Desaparecidas
2003 Sobre Café e Cigarros
2003 O Custo da Coragem
2004 O Aviador
2004 A Vida Marinha com Steve Zissou
2005 Sob o Efeito da Água
2006 Notas Sobre um Escândalo
2006 O Segredo de Berlim
2006 Babel
2006 Stories of Lost Souls
2007 Elizabeth: A Era de Ouro
2007 Não Estou Lá
2007 Chumbo Grosso
2008 O Curioso Caso de Benjamin Button
2008 Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
2010 Robin Hood
2011 Hanna
2012 O Hobbit: Uma Jornada Inesperada


Fonte: Wikipédia.