sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Festas de fim-de-ano

Uma dieta diferente

O fim do ano está aí e sempre prometemos começar uma dieta no ano que vem. Que tal essa dieta? A DIETA DOS RELACIONAMENTOS

Você deve pensar, essa emagrece? Certamente mais que emagrecer, as pessoas estejam precisando fazer dieta dos relacionamentos. O que é isso? Como se faz? Vou tentar explicar, pois uma coisa é certa, você perde peso do que você carrega na vida. E não há emagrecimento melhor. Do que adianta você emagrecer, ficar bonita diante do espelho, mas no seu interior se sentir pesada?

Sabemos que quando o corpo acumula peso além do normal, é conseqüência do acúmulo de coisas variadas (açúcares, gorduras, etc) que precisam ser eliminadas, pois fazem mal a saúde. Então, logo pensamos em fazer dietas para emagrecer.

Sofremos o que for preciso para perder alguns quilinhos. As pessoas falam de tantas dietas: da lua, da sopa, jejum, do líquido, da USP e assim por diante. Mas também podemos pensar na dieta dos relacionamentos.

A dieta dos relacionamentos está relacionada às impurezas (sentimentos negativos, ódio, vingança, mágoa, inveja, egoísmos, etc), aos conflitos internos e das relações, do respeito às diversidades, da escalas de valores, o ego como produtor de impurezas em nossa vida. Certamente você deve ter alguém que um dia lhe deixou uma mágoa e que você gostaria de conversar e até hoje está engasgada e sempre ela vem no seu pensamento, incomoda, e você não teve a iniciativa de procurá-la. Não sabe o porquê do acontecimento, ou talvez saiba, mas por orgulho, não queira ir atrás.

Pare para pensar. Nada será resolvido, nada será passado a limpo, mesmo que seja para terminar uma amizade, uma relação, mas um peso ficará entre vocês. Então procure essa pessoa, converse e perca alguns quilos, mesmo que termine por aí.

Acho que todas as páginas de nossa vida devem ser viradas. Se alguma ficar dobrada, essa certamente ficará pesada e fazendo mal para nós mesmo. Não se preocupe com o que o outro irá pensar. Pense que você quer tirar essa impureza de dentro de você. Liberte os sentimentos negativos de dentro de você, saiba perdoar, não guarde ódio, não tenha inveja, não passe por cima das pessoas, não seja egoísta, não pense em somente si próprio, não seja negativo, mal humorado. Esses pesos, além de tudo, trazem doenças para seu organismo.

Como fazer? Esse é um treino que devemos ter paciência, pois levamos anos adquirindo esses pesos e não podemos querer perdê-los rapidamente. Devemos lembrar todo dia, em cada atitude. Assim como colocamos um objetivo de quantos quilos queremos perder, devemos colocar esses objetivos e lembrá-los sempre. Cairemos de vez em quando, mas voltaremos a eles e seguiremos. É treino e paciência. É ter consciência de que não somos os donos do mundo, apenas pensamos ser.

Mas mexer com essas coisas, talvez não seja fácil. Porém, quando conseguimos, a sensação que temos é que perdemos muito mais quilos do que nas dietas para perder peso. Isso só é possível através da abnegação. Abnegação não significa ódio a si mesmo, auto desprezo ou rejeição do ego. É a recusa em deixar que os interesses ou as vantagens pessoais governem o curso da vida de uma pessoa. E nada como o começo do ano, quando prometemos coisas novas em nossas vidas, até mesmo o famoso regime, mas nunca pensamos na dieta dos relacionamentos.

Pense nisso para 2012 em sua vida, ou melhor, para o resto da sua vida. A dieta dos relacionamentos restabelece a energia do amor. Assim como precisamos eliminar as impurezas que afetam o corpo, precisamos também eliminar as impurezas que afetam as nossas relações, Não deixe que os interesses ou vantagens pessoais governem o curso da sua vida. Aprendi com uma pessoa o seguinte: "ninguém pode ver os laços que nos unem, mas todos podem ver as intrigas que nos separam”. O ego é o maior produtor de impurezas da nossa vida. Para se satisfazer ele precisa se alimentar da gordura da realização dos nossos interesses e do açúcar da aparência de quem não somos.

Eu já estou fazendo a minha e sinto-me muito melhor. Que tal, iniciar esta dieta para uma melhor qualidade de vida? Então, comece agora.

Autora: Cristina Fogaça, Gerontologa e Presidente da Aufati, autora do livro "Reflexões sobre o Envelhecimento”.

Fonte: http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/anonovo9.html

Nove feitos mais idiotas do mundo

1º Colocado:
Quando o seu revólver calibre 38 falhou, durante uma tentativa de assalto, o assaltante, James Elliot de Long Beach, Califórnia, cometeu um pequeno erro. Virou a arma para ver se no cano tinha algo impedindo a arma de funcionar e experimentou apertar de novo o gatilho. Desta vez a arma funcionou...

2º Colocado:
O chefe de um hotel na Suíça perdeu um dedo no moedor de carnes e entrou com um pedido de ressarcimento na sua seguradora. Esta, desconfiando de uma possível negligência no uso do aparelho, enviou um inspetor que testou o moedor: fez exatamente a mesma operação e perdeu um dedo, ele também. O pedido de ressarcimento foi então aprovado.

3º Colocado:
Um homem ficou retirando neve da rua com uma pá por mais de uma hora, durante uma tempestade de neve em Chicago, para poder estacionar o seu carro. Terminado o trabalho, foi buscar o carro e, ao voltar ao lugar que tinha preparado com tanto esforço, encontrou uma senhora que tinha acabado de estacionar, com a maior naturalidade, no espaço que ele liberara. Explicou à polícia: - Como poderia deixar de dar dois tiros de fuzil na mulher?

4º Colocado:
Depois de ter parado para tomar todas num bar clandestino, o motorista de um ônibus no Zimbabue percebeu que os 20 doentes mentais que deveria levar para um asilo em Bulawayo, fugiram. Tentando esconder sua negligência, foi até uma parada de ônibus e ofereceu transporte de graça para as pessoas que estavam esperando no ponto. A seguir, foi até o asilo e entregou os passageiros, dizendo que eram muito perigosos e inventavam histórias incríveis para tentar fugir. O engano só foi descoberto vários dias depois.

5º Colocado:
Um adolescente americano foi internado num hospital com graves ferimentos na cabeça, provocados pelo choque com um trem. Questionado sobre como tinha acontecido o acidente, ele explicou para a polícia que estava simplesmente tentando descobrir quanto exatamente podia chegar perto do trem em movimento antes de ser atingido.

6º Colocado:
Um homem entrou num mercado na Louisiana, colocou uma nota de 20 dólares no balcão e pediu para trocar. Quando o balconista abriu a gaveta, o homem mostrou uma arma e mandou que lhe entregasse todo o dinheiro na gaveta. Depois fugiu, mas na pressa esqueceu a nota de 20 no balcão. O total que havia na gaveta e que o homem levou era 15 dólares...

7º Colocado:
Um homem no Arkansas estava tão afobado para tomar uma cerveja que resolveu jogar um tijolo contra a vitrine de uma loja para roubar algumas garrafas e fugir. Apanhou um tijolo e o jogou com todas suas forças contra a vitrine. O tijolo bateu e voltou, acertando exatamente a testa dele, que ficou desmaiado no chão até a polícia chegar. A vitrine era de plexiglass inquebrável e a cena foi filmada pela câmera de segurança da loja.

8º Colocado:
Na crônica local do jornal da cidade de Ypsilanti, Michigan, apareceu a notícia de um assaltante que entrou no "Burger King" da cidade às 5 horas da manhã, apontou uma arma para o caixa, e ordenou que lhe entregasse o dinheiro. O atendente explicou que devido a uma trava eletrônica, não poderia abrir o caixa sem um pedido. O homem então pediu cebolas fritas e o atendente retrucou que, pelo sistema, não poderia servir cebolas no café da manhã. O assaltante, frustrado, foi embora.

9º Colocado:
Um homem tentou roubar gasolina de um trailer estacionado numa rua em Seattle e a polícia encontrou-o no lugar, dobrado, no chão, vomitando sem parar. No relatório da polícia está explicado que o homem, ao invés de colocar a mangueira no tanque e -r para puxar a gasolina, colocou a mangueira no tanque da privada química do trailer e chupou com muita força. O proprietário do trailer se recusou a fazer o B.O. declarando que nunca tinha dado tanta risada na vida.

Fonte: Contos de Humor.

O espetáculo

Quem me conta esta história jura que é verdadeira. Aconteceu numa cidade fluminense e criamos logo um nome para não ferir suscetibilidades — Ibiraba.

Uma noite lá esteve uma companhia teatral dirigida pelo Mário Brazini. Representou determinada peça e, ao final do último ato, o pano fechou e estava o Brazini em seu camarim, tirando a maquilagem, quando entrou o Louzadinha, também ator da companhia.

— Brazini, o público não foi embora — informou ele.

— Como não foi? — estranhou o Brazini.

— Eles devem estar pensando que a peça não acabou — disse Louzadinha.

— Então vai lá e diz que acabou, ué. Louzadinha foi, botou a cabeça para fora do pano e sua cabeça foi recebida com palmas. A cabeça agradeceu e Louzadinha entrou no palco de corpo inteiro para explicar que já tinha acabado. Dito isto, um cara levantou o braço, que nem menino de colégio, quando quer fazer pergunta ao professor. E era uma pergunta mesmo. Queria saber se determinado personagem tinha casado com a mocinha. Louzadinha explicou que não, por isso assim-assim. E outras perguntas vieram. Louzadinha teve que explicar tudo. Quando não havia mais perguntas, o público de Ibiraba bateu palmas e foi embora.

Para que não ocorresse de novo tal vexame, Mário Brazini usou de um expediente que considerou genial: contava o ocorrido antes do espetáculo. Por exemplo: chegava em Vitória da Conquista e dizia:

— Povo de Vitória da Conquista, aqui não vai acontecer isto, pois o distinto público é muito inteligente. Mas imaginem vocês que em Ibiraba aconteceu... e contava o episódio.

O público caía na gargalhada e o espetáculo começava, chegando ao final sem maiores problemas. Foi aí que a Cia. chegou numa cidade que chamaremos de Jurupoca, por causa das tais suscetibilidades. Na noite de estréia, Brazini foi pro palco e lascou:

— Povo juropoquense, um povo inteligente. Graças a Deus, porque senão poderia acontecer aqui o que nos aconteceu em Ibiraba. Imaginem vocês que em Ibiraba, quando nós apresentamos esta peça... E contou a história.

Ninguém riu. Ficou tudo parado, olhando pro Brazini. Foi aí que o ator Milton Carneiro, que estava nos bastidores, sussurrou pro Brazini:

— Chi, Brazini. Deste uma mancada. Isto aconteceu aqui, na semana passada, com a Cia. do Procópio!
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora

Neto, o mestre das faltas

Bola parada perto da grande área se transformava em pênalti nos pés de José Ferreira Neto, ou simplesmente Neto, um dos melhores cobradores de falta que já surgiu no futebol brasileiro. Que o digam os goleiros. Que o diga o Corinthians, que por muito tempo sobreviveu apenas do pé esquerdo de Neto. Podem-se creditar a ele, inclusive, os maiores méritos na campanha que deu ao timão o Campeonato Brasileiro de 1990. Lançador excelente e com bom faro de gol, Neto sempre enfrentou uma guerra pessoal com a balança. O excesso de peso atrapalhava suas atuações e colocava a torcida contra.

É um dos maiores ídolos da história do Corinthians, tendo recebido o apelido de xodó da fiel, sendo o principal condutor do clube ao seu primeiro título brasileiro, em 1990. Ficou conhecido por seu espírito de liderança, ótimos lançamentos e por ser um exímio cobrador de faltas foi considerado o melhor do Brasil em sua época. Ao longo de sua carreira disputou 470 jogos, tendo marcado 184 gols.

José Ferreira Neto nasceu em Santo Antônio de Posse, SP, em 9 de setembro de 1966, começando a carreira no infantil da Ponte Preta, mas ainda amador se transferiu para as categorias de base do Guarani. Talentoso, o meia-esquerda despertou a atenção da opinião pública tão logo estreou como profissional, aos dezessete anos. Com sua habilidade e gols espetaculares, despertou interesse de grandes equipes do Brasil, chegando a ser visto por alguns como um novo Maradona. Apesar disso, passou o segundo semestre de 1986 no Bangu/RJ.

Foi contratado pelo São Paulo em 1987, mas teve participação discreta. Foram 33 partidas (doze vitórias, treze empates, oito derrotas), cinco gols marcados e conquistando o título paulista daquele ano.

Voltou para o Guarani e foi vice-campeão paulista de 1988. No time de Campinas voltou a brilhar. Num dos grandes lances de sua carreira, marcou um gol de bicicleta antológico sobre o Corinthians, no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista de 1988. O golaço rendeu a capa da revista Placar com a manchete: "Golpe de Mestre". O jogo terminou 1 x 1, com o gol de empate corintiano sendo marcado pelo lateral Édson Boaro. Durante a carreira marcaria outros gols fantásticos, principalmente com a camisa do Corinthians. Valendo destacar um de bicicleta contra o Guarani, em 1992, três em mesmo jogo contra o Cruzeiro, em 1991, um contra a Ponte Preta, em 1990 - driblando vários adversários (parecido com o de Maradona contra a Inglaterra na Copa de 86), e um de falta contra o Flamengo, em 1991, no Maracanã (em uma cobrança quase do meio do campo).

Pelo bom desempenho em 1988, foi contratado pelo Palmeiras no ano seguinte. De novo não foi bem. Escalado sucessivamente na ponta-esquerda pelo técnico Emerson Leão, brilhou pouco. O time fez um bela campanha no Paulista daquele ano, perdendo apenas um jogo, nas semifinais, para o Bragantino, sendo eliminado.

No mesmo ano, transferiu-se para o Corinthians junto com o lateral-esquerdo Denys. O time alvinegro mandou para o rival o lateral-esquerdo Dida e o meia Ribamar. Ao chegar ao Parque São Jorge, porém, a carreira de Neto finalmente deslanchou.

Defendeu o Corinthians em dois períodos: entre 1989 e 1993 e entre 1996 e 97. Em um total de 227 partidas (104 vitórias, 74 empates, 49 derrotas), Neto anotou 84 gols.

Neto foi o principal jogador do Corinthians na conquista do primeiro título brasileiro de clube. O time do Corinthians era tecnicamente limitado. Os destaques, além de Neto, eram o goleiro Ronaldo e o zagueiro Marcelo Djian (dois pratas-da-casa). A equipe contava na determinação de jogadores como Márcio Bittencourt, Wilson Mano, Fabinho e Tupãzinho, além de atletas oriundos da categoria de base, como Dinei.

Em 1991, conquistou com o Corinthians, o título da Supercopa do Brasil (competição que reunia o campeão brasileiro e o campeão da Copa do Brasil do ano anterior). O título foi conquistado em um confronto contra o Flamengo, com o time corintiano vencendo por 1 x 0, gol de Neto.

Em 1991, também protagonizou um caso polêmico ao cuspir no rosto de um árbitro durante uma partida contra o Palmeiras.

Neto deixou o Corinthians em 1993, após a perda do Campeonato Paulista daquele ano para o Palmeiras. Se transferindo para o Milionários, da Colômbia. Ficou pouco. Em 1994, voltou ao Brasil, contratado pelo Santos, tornando-se assim um dos poucos jogadores a atuar pelos quatro maiores clubes do Estado de São Paulo.

O meia, contudo, nunca mais conseguiu repetir o sucesso que alcançou no Parque São Jorge. Começou a trocar de clube constantemente e, mesmo marcando alguns gols, sua carreira continuava em decadência.

Voltou ao Corinthians em 1996 e conquistou o Campeonato Paulista de 1997, novamente contra o São Paulo FC. Nessa conquista, porém, Neto já não era mais titular do time e mal era aproveitado nas partidas.

O próprio Neto, porém, reconhece que não era um atleta com grandes condições físicas. "Eu era boleiro, não atleta", costuma dizer. Sempre teve problemas para controlar o peso e sofria com freqüentes problemas no tornozelo, o que o levou a encerrar relativamente jovem, com 33 anos, em 1998.

A primeira passagem de destaque de Neto pela Seleção Brasileira foi em 1988, conquistando a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Seul, ao lado de jogadores como Romário e Taffarel. Após brilhar no Campeonato Brasileiro de 1990, Neto era considerado o principal jogador em atividade no País e foi convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Paulo Roberto Falcão, que assumiu a equipe após o vexame na Copa da Itália em 1990. No total, atuou pela Seleção Brasileira em 26 partidas, marcando sete gols.

Após o término de sua carreira como jogador, Neto ficou inativo por algum tempo, até ser contratado pela Rede Bandeirantes para a função de comentarista de futebol. Está trabalhando na Band até hoje, além da emissora principal, também no Bandsports (canal fechado), e na rádio Bandeirantes.

Fonte: Revista Placar; Wikipédia.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O rei do Blues


B. B. King (Riley Ben King), guitarrista, pianista e cantor (vocalista) de Blues, nasceu em uma plantação de algodão, em Itta Bena, Mississipi, EUA, em 16 de setembro de 1925. O "B. B." em seu nome significa Blues Boy, seu pseudônimo como moderador na rádio WDIA.

Teve uma infância difícil – aos 9 anos, o bluesman vivia sozinho e colhia algodão, trabalho que lhe rendia 35 centavos de dólar por dia. Começou por tocar, a troco de algumas moedas, na esquina da Igreja com a Second Street.

No ano de 1947, partia para Memphis, no Tennessee, apenas com sua guitarra e $2,50 dólares. Como pretendia seguir a carreira musical, a cidade de Memphis, cidade onde se cruzavam todos os músicos importantes do Sul, sustentava uma vasta competitiva comunidade musical em que todos os estilos musicais negros eram ouvidos.

Nomes como Django Reinhardt, Blind Lemon Jefferson, Lonnie Johnson, Charlie Christian e T-Bone Walker tornaram-se ídolos de B. B. King.

"Num sábado à noite ouvi o som uma guitarra elétrica que tocava espirituais negros. Era T-Bone interpretando "Stormy Monday" e foi o som mais belo que alguma vez ouvi na minha vida." recorda B. B. King, "Foi o que realmente me levou a querer tocar Blues".

A primeira grande oportunidade da sua carreira surgiu em 1948, quando atuou no programa de rádio de Sonny Boy Williamson, na estação KWEM, de Memphis. Sucederam-se atuações fixas no "Grill" da Sixteenth Avenue e mais tarde um spot publicitário de 10 minutos na estação radiofônica WDIA, com uma equipe e direção exclusivamente negra. "King’s Sport", patrocinado por um tônico, tornou-se então tão popular que aumentou o tempo do transmissão e se transformou no "Sepia Swing Club".

King precisou de um nome artístico para a rádio. Ele foi apelidado de "Beale Blues Boy", como referência à música "Beale Street Blues", foi abreviado para "Blues Boy King" e eventualmente para B. B. King. Por mera coincidência, o nome de KING já incluia a simples inicial "B", que não correspondia a qualquer abreviatura.

Pouco depois do seu êxito "Three O'Clock Blues", em 1951, B. B. King começou a fazer turnês nacionais sem parar, atingindo uma média de 275 concertos/ano. Só em 1956 B. B. King e a sua banda fizeram 342 concertos! Dos pequenos cafés, teatros de "gueto", salões de dança, clubes de jazz e de rock, grandes hotéis e recintos para concertos sinfónicos aos mais prestigiados recintos nacionais e internacionais, B. B. King depressa se tornou o mais conceituado músico de Blues dos últimos 40 anos, desenvolvendo um dos mais prontamente identificáveis estilos musicais de guitarra, a nível mundial.

O seu estilo foi inspirador para muitos guitarristas de rock. Mike Bloomfield, Albert Collins, Buddy Guy, Freddie King, Jimi Hendrix, Otis Rush, Johnny Winter, Albert King, Eric Clapton, George Harrison e Jeff Beck foram apenas alguns dos que seguiram a sua técnica como modelo.

Em 1969, B. B. King foi escolhido para a abertura de 18 concertos dos Rolling Stones. Em 1970 fez uma turnê por Uganda, Lagos e Libéria, com o patrocínio governamental dos EUA.

Começou a participar da maioria dos festivais de Jazz por todo o mundo, incluindo o Newport Jazz Festival e o Kool Jazz Festival New York, e sua presença tornou-se regular no circuito por universidades e colégios.

Em 1989 fez uma tournê de três meses pela Austrália, Nova Zelândia, Japão, França, Alemanha Ocidental, Países Baixos e Irlanda, como convidado especial dos U2, participando igualmente no álbum "Rattle and Hum", deste grupo, com o tema "When Love Comes to Town".

Em 26 de Julho de 1996, B. B. King, aproveitando o fato de ter um concerto agendado para Stuttgart, deslocou-se propositalmente de avião até à base aérea de Tuzla, para atuar perante tropas da Suécia, Rússia, Bélgica e EUA., estacionadas na Bósnia num esforço conjunto de manutenção da paz. No dia seguinte, voou para a base aérea de Kapsjak, para nova atuação junto de tropas norte-americanas. B. B. King confessa: "Foi emocionante atuar para estes homens e mulheres. Apreciamo-los e queremos que eles saibam que têm o nosso total apoio na sua árdua tarefa de manutenção da paz."

B. B. King terminou 1996 com uma turne pela América Latina, com concertos no México, Brasil, Chile, Argentina, Uruguai e, pela primeira vez, no Peru e Paraguai. O "Rei dos Blues" totaliza mais de 90 países onde atuou até hoje.

Ao longo dos anos tem sido agraciado com diversos Grammy Awards: melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970, com "The Thrill is Gone", melhor gravação étnica ou tradicional, em 1981, com "There Must Be a Better World Somewhere", melhor gravação de Blues tradicionais, em 1983, com "Blues'N Jazz" e em 1985 com "My Guitar Sings the Blues". Em 1970, Indianopola Missisipi Seeds concede-lhe o "Grammy" de melhor capa de álbum. A Gibson Guitar Co. nomeou-o "Embaixador das guitarras Gibson no Mundo".

Curiosidades

Uma das imagens de marca de King é chamar às sua guitarras o nome de "Lucille" - uma tradição que vem desde a década de 1950. No inverno de 1949, King se apresentou num salão de dança em Twist, no Arkansas. Com o intuito de aquecer o salão, acendeu-se um barril meio cheio de querosene no centro do salão, prática muito comum na época. Durante a apresentação, dois homens começaram a brigar e entornaram o barril que imediatamente espalhou chamas por todo o lado. Durante a evacuação, já fora do estabelecimento, King apercebeu-se de que tinha deixado a sua guitarra de 30 dólares no edifício em chamas. Voltou a entrar no incêndio para reaver a sua Gibson acústica, escapando por um triz. Duas pessoas morreram no fogo. No dia seguinte, soube que os dois homens tinham começado a briga devido a uma mulher chamada Lucille. A partir dessa altura, passou a designar as suas guitarras por esse nome, para "se lembrar de nunca mais fazer uma coisa daquelas."

Quando foi perguntado a John Lennon sobre sua maior ambição, ele disse que era tocar guitarra como B.B. King. BB King era considerado o melhor guitarrista do mundo por Jimi Hendrix.

Sobre suas guitarras utilizadas, iniciou utilizando uma Fender Telecaster. Depois passou a utilizar uma Gibson ES-335, modelo que foi substituído pela B. B. King Lucille, um modelo baseado na ES-345.

Uma das características de King é chamar às sua guitarras o nome de "Lucille" - uma tradição que vem desde a década de 1950.

No dia 19 de dezembro de 1997, apresentou Lucille ao Papa João Paulo II em um concerto no Vaticano.

No dia 5 de novembro de 2000, doou uma cópia autografada de Lucille para o Museu de Música Nacional, Estados Unidos da América.

Discografia de Compactos simples


1949 - "Miss Martha King"; "Got the Blues".
1950 - "Mistreated Woman"; "The Other Night Blues"; "I Am"; "My Baby's Gone".
1951 - "B. B. Blues"; "She's a Mean Woman"; "Three O'Clock Blues"
1952 - "Fine-Looking Woman"; 'Shake It Up and Go"; "Someday, Somewhere"; "You Didn't Want Me"; "Story from My Heart and Soul".
1953 - "Woke Up this Morning with a Bellyache"; "Please Love Me"; "Neighborhood Affair"; "Why Did You Leave Me"; "Praying to the Lord".
1954 - "Love Me Baby"; "Everything I Do Is Wrong"; "When My Heart Beats Like a Hammer"; "You Upset Me Baby".
1955 - "Sneaking Around"; "Every Day I Have the Blues"; "Lonely and Blue"; "Shut Your Mouth"; "Talkin' the Blues"; "What Can I Do (Just Sing the Blues)"; "Ten Long Years".
1956 - "I'm Cracking Up Over You"; "Crying Won't Help You"; "Did You Ever Love a Woman?"; "Dark Is the Night, Pts. I & II"; "Sweet Little Angel"; "Bad Luck"; "On My Word of Honor".
1957 - "Early in the Morning"; "How Do I Love You"; "I Want to Get Married"; "Troubles, Troubles, Troubles"; "(I'm Gonna) Quit My Baby"; "Be Careful with a Fool"; "The Keyblade to My Kingdom".
1958 - "Why Do Everything Happen to Me"; "Don't Look Now, But You Got the Blues"; "Please Accept My Love"; "You've Been an Angel"; "The Fool".
1959 - "A Lonely Lover's Plea"; "Time to Say Goodbye"; "Sugar Mama".
1960 - "Sweet Sixteen, Pt. I"; "You Done Lost Your Good Thing"; "Things Are Not the Same"; "Bad Luck Soul"; "Hold That Train."
1961 - "Someday Baby"; "Peace of Mind"; "Bad Case of Love".
1962 - "Lonely"; "I'm Gonna Sit Till You Give In"; "Down Now".
1963 - "The Road I Travel"; "The Letter"; "Precious Lord".
1964 - "How Blue Can You Get"; "You're Gonna Miss Me"; "Beautician Blues"; "Help the Poor"; "The Worst Thing in My Life";  "Rock Me Baby"; "The Hurt"; "Never Trust a Woman"; "Please Send Me Someone to Love"; "Night Owl".
1965 - "I Need You"; "All Over Again"; "I'd Rather Drink Muddy Water"; "Blue Shadows"; "Just a Dream"; "You're Still a Parallelogram"; "Broken Promise".
1966 - "Eyesight to the Blind"; "Five Long Years"; "Ain't Nobody's Business"; "Don't Answer the Door, Pt. I"; "I Say in the Mood"; "Waitin' for You".
1967 - "Blues Stay Away"; "The Jungle"; "Growing Old".
1968 - "Blues for Me"; "I Don't Want You Cuttin' Off Your Hair"; "Shoutin' the Blues"; "Paying the Cost to Be the Boss"; "I'm Gonna Do What They Do to Me"; "The B. B. Jones"; "You Put It on Me"; "The Woman I Love";
1969 - "Get Myself Somebody"; "I Want You So Bad"; "Get Off My Back Woman"; "Why I Sing the Blues"; "Just a Little Love"; "I Want You So Bad".
1970 - "The Thrill Is Gone"; "So Excited"; "Hummingbird"; "Worried Life"; "Ask Me No Questions"; "Chains and Things".
1971 - "Nobody Loves Me But My Mother"; "Help the Poor" (regravação); "Ghetto Woman"; "The Evil Child".
1972 - "Sweet Sixteen" (regravação); "I Got Some Help I Don't Need"; "Ain't Nobody Home"; "Guess Who".
1973 - "To Know You Is to Love You".
1974 - "I Like to Live the Love"; "Who Are You"; "Philadelphia".
1975 - "My Song"; "Friends".
1976 - "Let the Good Times Roll".
1977 - "Slow and Easy".
1978 - "Never Make a Move Too Soon"; "I Just Can't Leave Your Love Alone".
1979 - "Better Not Look Down".
1981 - "There Must Be a Better World Somewhere".
1985 - "Into the Night"; "Big Boss Man".
1988 - "When Love Comes to Town" (com U2).
1992 - "The Blues Come Over Me"; "Since I Met You Baby".
2000 - "Riding with the King" (com Eric Clapton).

Discografia de Álbuns

King of the Blues (1960); My Kind of Blues (1960); Live at the Regal (Live, 1965); Lucille (B.B. King álbum)|Lucille (1968);  Live and Well (1969); Completely Well (1969); Indianola Mississippi Seeds (1970); B.B. King in London (1971); Live in Cook County Jail (1971); Live in Africa (1974); Lucille Talks Back (1975); Midnight Believer (1978); Live "Now Appearing" at Ole Miss (1980); There Must Be a Better World Somewhere (1981); Love Me Tender (B.B. King álbum)|Love Me Tender (1982); Why I Sing the Blues (1983); B.B. King and Sons Live (B.B. King Album)|B.B. King and Sons Live (Live, 1990); Live at San Quentin (1991); Live at the Apollo (B.B. King álbum)|Live at the Apollo (Live, 1991); There is Always One More Time (1991); Deuces Wild (álbum)|Deuces Wild (1997); Riding with the King (B.B. King and Eric Clapton álbum)|Riding with the King (2000); Reflections (B.B. King álbum)|Reflections (2003); The Ultimate Collection (B.B. King álbum)|The Ultimate Collection (2005);   80 (album)|B.B. King & Friends: 80 (2005); One Kind Favor (2008).

Fonte: Wikipédia.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sonho de Natal

Sonhou que era um desses Papais-Noéis pendurados entre os edifícios cariocas, à guisa de decoração natalina. Ficara dias e dias naquela posição incômoda, meio ao estilo jaca madura, balançando lá em cima.

Já não se lembra mais quanto tempo ficou balançando entre dois prédios, mas se lembra nitidamente que, no sonho, passados os dias das Festas, apareceu um caminhão e — finalmente — recolheram-no num desses carros da Limpeza Urbana e levaram para um depósito, onde outros Papais-Noéis, iguais a ele, já estavam amontoados pelos cantos.

Atiraram-no também a um canto e ele lá ficou, triste no seu infortúnio. Foi quando um outro Papai-Noel ao seu lado deu um suspiro e falou:

— Que papelão a gente fez, hem irmão?

— Não diga — respondeu ele: — Que coisa! Dois meses pendurados, que nem Judas, em Sábado de Aleluia.

— É... mas o Judas fica um dia só. Depois malham o coitado e o suplício acabou.

Tal tinha sido o vexame, que os outros Papais-Noéis do seu sonho, que eram muitos, espalhados no depósito, concordaram unanimemente que sua sorte foi pior. Cada um lembrava certo detalhe da experiência que acabavam de sofrer. Foi quando ele falou:

— No lugar onde estava pendurado tinha um garoto chato que passava o dia me atirando caroços de feijão pela janela.

— Devia ser um filho de rico, para ter feijão para atirar assim.

Os Papais-Noéis todos sorriram. Só um manteve-se sério e cabisbaixo, vítima de evidentes frustrações. Só falou quando todos já não tinham mais nada a dizer. Pigarreou e lascou:

— Azar maior dei eu, companheiros. Fiquei pendurado em frente à janela de uma pequena que vou te contar. Como era boa! Toda noite ela tirava a roupa com a janela aberta.

— Então não era tão chato o seu lugar — ponderou um dos Papais-Noéis.

— É o que você pensa — atalhou o que contava sua história. — Eu dava um azar desgraçado. Toda noite ela se despia com a janela aberta, mas na hora em que ia ficar pelada, o vento me virava de costas.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora

Vinho tinto seco, doce ou suave?

Cada tipo de vinho nada tem a haver com a terminologia. O seco é aquele vinho chamado de tranqüilo, o vinho de mesa fino. Aquele que você fala “tomei um malbec, um cabernet sauvignon, um merlot”, no caso dos tintos ou então chardonnay, riesling, sauvignon blanc, no caso dos brancos.

Vinho suave é vinho doce. Aquele vinho açucarado. Os chamados “vinhos dos padres”, os vinhos de garrafão. Aquele vinho que tem adicionado 20 gramas de açúcar por litro. Isso é sete vezes mais que o açúcar natural do vinho fino seco de mesa. E isso dá muita confusão com vinho doce. Na verdade, vinho tinto doce é vinho do Porto, que não tem açúcar, fica doce pelo elevado teor alcoólico, acima de 18% de álcool. De 15% até 18% chama-se de vinho fortificado, que também pode ficar doce ou seco! Agora, vinho suave é quando se acrescenta açúcar.

Mas também existe o Porto seco e branco que, para aperitivo, é muito bom. Chama-se dry white e é ótimo para abrir o apetite! Agora, o vinho doce de sobremesa, os late harvest, colheita tardia, ice wine, tokaj, sauternes, Pedro Ximenes, são todos vinhos doces naturais, não levam açúcar. É a uva que passa da época, concentra açúcar dela própria e o vinho ganha esse doce natural e delicioso.

Ou seja, vinho tinto seco é aquele que tem marca e o nome da uva escrito ou então é conhecido pela origem, como Bordeaux e Borgonha na França, pelos produtores na Itália, em Portugal, etc. O vinho tinto doce é o fortificado ou do Porto e o vinho tinto suave tem acréscimo de açúcar e é comumente identificado como vinho de garrafão ou chapinha.

Mas existe o vinho tinto doce e frisante. É um Lambrusco, frisante de tinto. Também leva adição de açúcar, mas tem só 8% de álcool, porque não é feita a segunda fermentação, como os espumantes. Sai pelo método do Asti.

Uma pesquisa muito curiosa, que saiu em 2009, feita por cientistas australianos e britânicos e publicada na Inglaterra, descobriu que as pessoas com predileção pelos vinhos de sabor doce tendem a impulsividade. Já os adeptos dos vinhos secos seriam mais abertos. Esse estudo foi feito com 45 pessoas e, segundo os pesquisadores, a preferência pelo sabor doce varia ao longo da vida. Ela é maior na infância e vai reduzindo no final da adolescência. Como na degustação de vinho trabalha-se muito a memória afetiva da infância, talvez seja essa uma das razões pela preferência pelo vinho adocicado.

Fonte: Gourmet Brasília.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Rádio pirata

Rádios piratas são emissoras que não possuem concessão governamental para funcionar. Em tese, elas possuem baixa potência de transmissão e o alcance de seu sinal é restrito. Sempre uma faixa vazia do dial é usada para colocar uma rádio dessas no ar. Quem age dessa forma está cometendo uma infração ao atual Código Brasileiro de Telecomunicações, cujas penas estão previstas em lei. Mesmo assim, muitas pessoas não temem as eventuais punições e se aventuram em seus projetos de rádio pirata.

Não há um número definido de quantas emissoras não legais estão no ar atualmente. Para cada uma delas que é fechada pela Anatel, pelo menos quatro são abertas. Os termos rádio livre e rádio comunitária também se enquadram aqui nesse tipo de radiodifusão. O problema é que a imprensa brasileira acaba usando os termos como sinônimos e isso acaba criando uma certa confusão na cabeça do leitor/ouvinte.

A primeira rádio pirata surgiu na Inglaterra, na década de 50. Era a Rádio Caroline. A terminologia rádio pirata foi usada para designar a emissora porque as suas transmissões eram feitas a partir de um navio que ficava na costa britânica. A Caroline foi uma rádio revolucionária em sua época. Em seu play list musical predominava o então emergente rock and roll norte-americano e isso mexeu com a cabeça da moçada. A rede de rádio estatal BBC teve de criar a BBC One (que existe até hoje) para competir com a Caroline.

Já o conceito de rádio livre surgiu na Itália, nos anos 60 e uma das mais fortes foi a Rádio Alice. A intenção dessas rádios era fazer oposição contra o governo e combater o monópólio estatal na radiodifusão italiana. Rádio comunitária é um conceito que ganhou força aqui no Brasil nos anos 90. São emissoras que, em tese, deveriam transmitir para a sua comunidade, prestando serviços e dando voz e vez aos seus moradores. Um exemplo é a Rádio Favela FM, de Belo Horizone, que como o próprio nome já sugere, fica localizado bem no meio de uma favela na região metropolitana daquela capital. Há pouco tempo, a Favela FM teve o seu trabalho reconhecido pelo governo federal depois de muita luta e ganhou uma concessão de rádio educativa.

No Brasil, pouco a pouco vão aparecendo relatos de transmissões de rádio clandestinas acontecidas na década de 50. O marco oficial das transmissões de rádio pirata no Brasil aconteceu na década de 70 e ganhou força nos anos 80. No início era uma diversão de técnicos em eletrônica, que por hobby montavam transmissores de rádio caseiros. Depois, grupos políticos de esquerda e algumas associações estudantis resolveram colocar as suas emissoras no ar como uma forma de protesto contra o governo da época e contra o sistema de distribuições das concessões de rádios oficiais, que privilegiava apenas a políticos. As transmissões de muitas dessas estações aconteciam durante a noite, como forma de burlar a fiscalização. Alguns apresentadores usavam pseudônimos, para não serem identificados e, posteriormente, presos.

Na década de 90, a situação mudou. A absolvição de Léo Tomaz, da Rádio Reversão, uma das que foram fechadas, causou uma verdadeira revolução. Com Tomaz sendo declarado inocente no processo, havia uma jurisprudência legal para que várias emissoras sem concessão se espalhassem pelo país. Ou seja, rádio pirata continuava sendo crime, mas as chances de condenação por causa isso diminuiram. Com a explosão das piratas no país, o governo federal se viu praticamente obrigado a mandar uma lei para o Congresso Nacional para regulamentar a situação. A tramitação durou pelo menos uns três anos e finalmente saiu a Lei de Radiodifusão Comunitária, de número 9.612, isso no ano de 1998.

Mas a lei não mudou muito o panorama. Várias emissoras clandestinas continuam no ar. O perfil é o mais variado possível. Algumas são ligadas a estudantes, como é o caso da Rádio Muda, de Campinas, mantida pelos alunos da Unicamp. Outras pertencem a igrejas de todos os tipos (católicas e evangélicas) que procuram fazer as suas pregações religiosas. E existem aquelas que pertencem a quem simplesmente quer ganhar dinheiro vendendo anúncios e espaço de programação a quem estiver interssado. Geralmente, elas copiam o modelo das rádios oficiais de sucesso, não trazem novidades em termos de linguagem e programação musical e com isso não acrescentam nada ao ouvinte.

As piratas são o principal estorvo das rádios oficiais hoje em dia. Elas alegam que levam prejuízos com a pirataria nas ondas do rádio, pois constantemente o sinal de ambas os tipos de emissoras se mistura e faz com que o ouvinte tenha uma má recepção, principalmente quando ele está em movimento no seu automóvel. Essa briga não vem de hoje e, ao que tudo indica, não vai acabar tão cedo.

Fonte: Rodney Brocanelli - http://www.webjoy.com.br/esquizofrenia/radios.htm

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dorothy Lamour

Dorothy Lamour (Mary Leta Dorothy Slaton), atriz de cinema, nasceu em Nova Orleans, Louisiana, em 10 de dezembro de 1914, e faleceu em Los Angeles, California, em 22 de setembro de 1996. Lamour possuía o sonho de ser cantora. Foi Miss Nova Orleans no ano de 1931.

Chegou a trabalhar como ascensorista até que veio a se tornar vocalista na banda de Herbie Kay, seu primeiro marido (1935). Logo se separou, dando vazão ao sonho de conquistar Hollywood: aos 22 anos consegue seu primeiro papel num filme - uma "ponta" em "The Stars Can't Be Wrong", de 1936.

The Hurricane, 1937
Dorothy havia adotado o pseudônimo de Lamour baseado em Lambour apelido de seu padrasto Clarence, com quem sua mãe havia casado após divorciar-se de seu primeiro marido.

Ainda no ano de 1936 participou de outra película - justamente o papel que veio a construir sua imagem - como uma "garota das selvas", no filme dirigido por William Thiele, "Jungle Princess", bem ao estilo de Tarzan, célebre personagem de Edgar Rice Burroughs, como a selvagem Ulah, vestida em trajes mínimos e sensuais.

Este papel alavancou-lhe a carreira, tornando-a por muitos anos uma das atrizes mais cobiçadas, sex-symbol do cinema norte-americano, seu nome figurando dentres as divas das telas. A figura sensual, minimamente vestida para os padrões da época, despertaram a fantasia dos adolescentes de todo o mundo.

The Hurricane, 1937
Outros títulos importantes no início de sua carreira cinematográfica foram, "High, Wide and Handsome" (1937) de Rouben Mamoulian e "'The Hurricane" (1937) de John Ford. Em 1939 se divorciaria de Herbie Kay.

A década dos anos 40 foi a de maior sucesso para Dorothy Lamour, em especial por sua participação numa série de musicais começados por " Road to..." . Estes filmes de grande sucesso popular, estavam co-estrelados por Bing Crosby e Bob Hope. O primeiro seria "Road to Singapore" (1940) e logo seguiam Títulos como 'Road to Morocco" (1941), "Road to Rio" (1947), "Road to Balii" (1952), e "The Road to Hong Kong" (1962), entre muitos outros .

Nos anos 50 Após estrelar filmes como "The Greatest Show on Earth" de Cecil B. De Mille, se retira do cinema por longa temporada ocupando-se em cuidar da família em Baltimore e atuar em teatro musical.


Na década de 60 retornou as telas para trabalhar em "Donovan's Reef" (1963), de John Ford e "Pajama Party" (1964), uma comédia dirigida por Don Weiss.

Em 1949, casou-se com o executivo de publicidade Willian Ross Howard III, com quem ficaria até 1978, ano em que ele faleceu.

Dorothy Lamour faleceu em 21 de setembro de 1996 aos 81 anos.



Filmografia

Creepshow 2 (1987)
Death at Love House (1975)
Pajama Party (1964)
Donovan's Reef (1963)
The Road to Hong Kong (1962)
The Greatest Show on Earth (1952)
Road to Bali (1952)
Slightly French (1949)
Lulu Belle (1948)
The Girl From Manhattan (1948)
Road to Rio (1947)
Wild Harvest (1947)
My Favorite Brunette (1947)
Road to Utopia (1945)
Masquerade in Mexico (1945)
A Medal for Benny (1945)
Rainbow Island (1944)
And the Angels Sing (1944)
They Got Me Covered (1943)
Riding High (1943)
Dixie (1943)
Road to Morocco (1942)
Beyond the Blue Horizon (1942)
The Fleet's In (1942)
Road to Zanzibar (1941)
Caught in the Draft (1941)
Aloma of the South Seas (1941)
Johnny Apollo (1940)
Road to Singapore (1940)
Typhoon (1940)
Moon over Burma (1940)
Chad Hanna (1940)
Disputed Passage (1939)
Best of the Blues (1939)
Man About Town (1939)
The Big Broadcast of 1938 (1938)
Spawn of the North (1938)
Her Jungle Love (1938)
Tropic Holiday (1938)
The Hurricane (1937)
Swing High, Swing Low (1937)
Last Train From Madrid (1937)
Thrill of a Lifetime (1937)
High, Wide and Handsome (1937)
Jungle Princess (1936)

Fontes: wikipédia; Nostalgia BR.

Não me tire a desculpa

Vocês se lembram daquele cara sobre o qual eu contei uma historinha; um cara que era tão mal-acabado que só não era mais feio por falta de espaço? Pois o cara desta historinha é pior. Se feiúra fosse dinheiro, ele todo ano ia à Europa. Perto dele Frankenstein era Marta Rocha.

Mas, para vocês verem como são as coisas: embora fosse um tremendo filhote de Drácula, o cretino tirava sarro de conquistador. Andava bacaninha, com paletó lascado atrás, gravata italiana, abotoadura de ouro, calças dessas tão apertadinhas que pareciam ter sido costuradas com ele dentro.

E freqüentador, também. Metia um jantar na Hípica, de vez em quando, e, embora não fosse sócio-atleta, comia salada de alfafa, para não engordar. E nisto talvez tivesse razão. Gordo seria pior. O magro horrendo pode ser mais fantasmagórico, mas o impacto de sua feiúra é menor do que a do gordo horrendo.

O que não lhe ia bem era a pretensão. Entrava no bar e ficava encostado ao balcão, fazendo olhares para as mulheres. Bebia uísque com pose de quem está bebendo veneno por desprendimento e, quando acendia um cigarro, tirava aquela baforada farta, só para fazer olhar misterioso por trás da fumaça.

Um dia um amigo meu surpreendeu-o num restaurante, comendo "pão-sexy". Eu nem sabia que existia esta bossa. Mas o amigo me explicou. O "pão sexy" é aquele truque que o conquistador, que costuma trabalhar na faixa do durão com mulher, gosta de empregar em lugar público onde tem a possibilidade de mastigar. O conquistador senta num canto e fica olhando fixo para uma dona dos seus desejos secretos. Quando o olhar começa a ficar insistente, segura um pedaço de pão e aguarda. Na hora em que a dona, disfarçadamente, vai conferir para ver se o chato ainda conserva o olhar insistente, ele dá o golpe do "pão-sexy"; isto é; morde o pão e arranca um pedaço com violência.

Ah, estraçalhadora! Diz que tem mulher que vibra com esta besteira, sentindo-se mordida "in loco" pelo carrasco. Eu, por mim, acho que mulher que vibra com o golpe do "pão-sexy" só deve ser de Bangu pra cima, mas hoje em dia, com o "lockout" da finura, é bem possível que as grã-finas tenham aderido e se encontre uma ou outra que aprecie as manobras do "pão-sexy" até mesmo no bar do Iate. Ainda mais porque o cara de que eu estou falando vai muito lá.

Como todo conquistador que se preza, é também um difamador, o cara esse. Quando se fala em determinada mulher, perto dele, ele fica fazendo um olhar entre o displicente e o saudoso, até que a pessoa que fala da mulher não resiste e pergunta:

— Você conhece ela?

Ele conhece vagamente, mas dá a entender justamente o contrário, e deixa no ar aquele cheirinho de dúvida, ao responder:

— Deixa isso pra lá! Vamos falar de outra coisa! Águas passadas, águas passadas.

No entanto, ali não passa água nenhuma. Tal tipo de cretino não apanha nem goiaba no pomar. Os sujeitos que agem assim estão perfeitamente enquadrados no substancioso manual de Freud (página 4 na edição de bolso). É exatamente porque não apanha ninguém que o cara toma essas atitudes.

Talvez a vida trepidante da atualidade incentive esse tipo de gente. Hoje em dia não se tem tempo para reparar se a pose do próximo condiz com a realidade e, assim, vai-se aceitando o cocoroca como ele diz que é. E não como ele é realmente.

Todo mundo sabia — pois estava na cara — que o sujeito desta historinha era mais feio que a necessidade, mas ninguém tinha ainda reparado que ele não apanhava ninguém. Estava sempre se curando de um amor ou com um amor a brotar, mas as mulheres, mesmo, ninguém via com ele.

E este importante detalhe só veio à luz no dia em que um amigo rico disse a ele que tinha montado um apartamento legalérrimo. Tinha tudo. Vitrola, gravador, geladeira, uísque, luzes indiretas, ducha, ar refrigerado, entrada independente. O fino do esconderijo.

Por ser — como ficou dito — um cavalheiro cheio da erva, ofereceu o imóvel suspeito ao "conquistador". Falou nas vantagens do dito e acrescentou:

— Você querendo usar de vez em quando, eu te dou o endereço e uma duplicata da chave.

Mas aí era duro demais para o cara sustentar sua atitude. Engoliu em seco e disse pro outro:

— Muito obrigado! Mas, por favor, não me diga onde é, nem me dê a chave. A única desculpa que eu terei, no dia em que desconfiarem do meu sucesso com mulher, é esta.

— Esta qual?

— Dizer que não tenho onde levar.

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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora

Diálogo de festas

Iam os dois sentados no banco da frente. O ônibus era desses que levam oitocentos em pé e duzentos sentados. Mas ia meio vazio, naquela hora da madrugada. Pelo tempo que eu fiquei parado junto ao poste esperando-o, aquele devia ser o último ônibus do ano.

Mas isto não importa. O que me interessava — pelo menos naquele momento — era a conversa dos dois, no banco da frente.

Um era magrelinha, desses curvadinhos para a frente, vergado ao peso da vida. O outro parecia mais velho, mas era espigadinho. O cabelo ralo, mais grisalho do que o do companheiro.

No momento, quem falava era o espigadinho:

— Eu não cheguei a ver castanha, a não ser em vitrina, é lógico.

— Eu vi! — disse o vergado: — Eu tenho um vizinho... o Alcides, você conhece. Aquele que a filha fugiu com um sargento da Aeronáutica!

— Ainda está com ele?

— As castanhas?

— Não. O sargento da Aeronáutica, inda tá com a filha dele?

— Não. Com ela está é o filho que ele fez. Mas eu dizia: o Alcides comprou castanhas com o 13º. Ele trabalha numa firma que paga certo.

— Estrangeira?

— Deve de ser. O Alcides me mandou seis castanhas.

— Você é que é feliz!

— Feliz nada. Tive que dar pra outro. Tenho sete filhos, seis castanhas ia causar "problema".

O ônibus recebeu mais uns três ou quatro passageiros, que foram sentar lá na frente. A conversa entre os dois continuou. Ainda desta vez, quem falou primeiro foi o espigadinho:

— A mulher do patrão me deu uma camisa.

— Tava boa?

— Tava larga.

— Eu ganhei um sapato, por causa do serviço que eu fiz pra Dona Flora.

— Tava bão?

— Tava apertado.

O curvado jogou o toco de cigarro pela janela e deu um suspiro. O companheiro sorriu: — A gente devia fazer faxina pra dona que tem marido do nosso tamanho, assim o que a gente ganhasse delas no Natal pelo menos cabia na gente.

— Ganhar coisa larga é melhor que apertada.

— Ah é! Largo é melhor que apertado!

Ficaram calados, ruminando esta verdade natalina durante algum tempo. Depois um deles — já não me lembro qual dos dois — ponderou:

— Diz que este ano o comércio levou uma fubecada.

— Conversa. Tinha mais gente nas lojas que no ano passado. Ele sempre se queixa.

— Ué! Pra mim tanto faz. Quem não ganha já perdeu. Eu num tenho pra dar, também não posso ganhar.

Era um raciocínio honesto, cheio de experiência. Tanto que o outro balançou a cabeça, concordando. Mas advertiu o companheiro de que não podia se queixar do Natal. Afinal, ganhara uma cesta de festas.

— Todo ano eu consigo uma. Minha mulher gosta muito dessas cestas de Natal, pra guardar a roupa limpa e fazer a entrega pra freguesia. É fácil da gente arrumar essas cestas. Eles ganham elas, cheias de garrafas e latas de conserva. Depois de esvaziar até gostam quando a gente leva a cesta vazia pra nós.

O curvado pelo peso da vida ficou olhando pela janela e argumentou:

— Natal é bom por causa dessas novidades. Sempre sobra uma coisinha.

— Eu dei a cesta pra minha mulher. E tu? Que é que deu pra tua?

— Dei o sapato. Tava apertado ni mim, mas ela corta atrás e faz chinela.

Um deles fez sinal para o ônibus parar: — Eu salto aqui.

Deu um tapinha nas costas do outro e disse com a maior sinceridade, sem o mínimo laivo de ironia:

— Um feliz 1968 para você!

— Obrigado. Para você também!
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A revolta vacum

 Aconteceu no Rio Grande do Sul, onde a vaca abunda. E isto é mais sintomático ainda, pois as reações das classes produtoras nos seus centros de origem dão muito maior trabalho, para contornar a crise.

No lugar chamado Viamão, um distinto agricultor foi ferido a bala por uma vaca. Não foi crime passional, mas ninguém pode — em sã consciência — afirmar que não tenha sido o primeiro passo para uma revolução causada por pressão econômica ou talvez pela eterna injustiça da exploração da vaca pelo homem.

O agricultor — Sr. Heitor Barcelos Nunes — foi ordenhar a sua vaca e, em meio à tarefa, deve ter chateado a bichinha, pois esta largou-lhe um coice bem dado. O Heitor meteu uma ginga pro lado, para não ser atingido, mas foi pior a "amêndoa do que a sineta" — como diz o Ibrahim. A pata da vaca foi alcançar o revólver de Heitor e a arma disparou, tendo Heitor ido para o hospital onde, felizmente, foi posto fora de perigo.

Ora, ser ferido por uma vaca é coisa corriqueira. Chifre de vaca então vive ferindo gente, embora muita gente com chifre fique ferida por causa da vaca, enfim. .. deixa isso pra lá. Onde é que eu estava mesmo? Ah sim... pois é, o cara ser ferido a tiros por uma vaca é coisa inédita e tanto pode ser simples acidente como também o início de uma revolução.

Não é segredo para ninguém que a vaca vem sendo exploradíssima pelos tubarões do leite e da carne. No Rio Grande então, nem se fala. A vaca gaúcha, em matéria de coitada, só está perdendo para nordestino, embora este não tenha carnes e nem seja de dar leite.

Não é de hoje que os especuladores vêm fazendo da vaca a verdadeira mártir da economia nacional. Essas coisas um dia acabam por levar a classe oprimida à reação. Possivelmente esta vaca é a líder da revolução que aí vem. 

Ou eles dão uma colher-de-chá a essas coitadas opressas, ou então vai ter. Com as vacas armadas o leite vai secar, com as vacas armadas eu quero ver quem aumenta o preço do filé. Resta agora a declaração da turma da direita, dizendo que quem está fornecendo armas para as vacas são os comunistas.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

A cachaça é nossa

Esta aqui no circunspecto matutino: "Em virtude do grande interesse que diversas firmas importadoras no exterior têm demonstrado através de cartas e solicitações, o Itamaraty enviou para os escritórios; do SEPRO, em Nova Iorque, Londres e Berna, amostras de aguardente brasileira, fabricadas em vários Estados e de várias marcas".

A gente lê uma coisa dessas e fica a imaginar a cara enjoada daquela turma do Itamaraty, que só bebe champanha e uísque do bom, tendo que elogiar a nossa proverbial cachaça, para os estrangeiros interessados nela.

O sucesso da cangibrina no exterior é ponto pacífico. É só os gringos provarem o chamada capote-de-pobre para ficar freguês. Principalmente se for daquela pura que-só-alma-de-moça-donzela.

Mas a notícia dá mais detalhes. Diz ainda: "Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores pediu às firmas exportadoras e fabricantes brasileiros, que estejam interessados, o envio de mostruários e preços de suas cachaças". E então vem a idéia de traduzir o produto para o inglês, que é língua universal e vai ajudar a vender o produto.

Estive aqui a relembrar algumas marcas de cachaça e, para ajudar a indústria nacional, tratei de fazer algumas traduções para colocarem nos rótulos das garrafas destinadas ao exterior.

Por exemplo: "Eye of Water" (Olho d'água), "Crying at the slope" (Chora na Rampa), "Extra Grandmother" (Vovó Extra), "Big Shrimp" (Pitu), "Any One" (Qualquer Uma), "Memories of One Nine Hundred Forty" (Recordações de 1940), "Old Monkey" (Macaco Velho), "Virgin's Tear-drop" (Lágrima de Virgem), "Be quiet Lion" (Sossega Leão), "Exhalation of the Panther" (Bafo da Onça), etc, etc.

E puxa... será um bocado bacaninha ver os gringos tomando "track of lemon" (batida de limão).

Não há brasileiro que não se sinta orgulhoso ao ver um "lord" cheio de bacanidade num sofisticado clube londrino, pedindo ao garçom "aquela que matou o guarda", com o maior sotaque britânico.

— Please, waiter... give me that one who kül the policeman!
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

Eros Volúsia

Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado), dançarina e atriz, nasceu em São Cristóvão, bairro do Rio de Janeiro, em 01/06/1914, e faleceu na mesma cidade, em 01/01/2004. Filha do poeta Rodolfo Machado e da poetisa Gilka Machado, seus avós maternos também possuíam habilidades artísticas: o avô, Hortênsio da Gama Sousa Melo, era um poeta. Sua avó Teresa Cristina Muniz, era atriz de rádio e teatro.

Bailarina que uniu balé clássico e ritmos brasileiros nos anos 30 e 40, Eros inspirava-se na natureza e na cultura do país, imprimindo na dança, de maneira pioneira, traços das raízes nacionais.

Eros Volúsia num musical em 1937
Levou pela primeira vez ao mais tradicional reduto clássico do balé, o palco do Teatro Municipal do Rio, nos anos 30, um bailado de contorno popular. Fez tanto sucesso e era tão bonita que atraiu a atenção da revista americana "Life", tendo sido capa da edição de 22 de setembro de 1941. Até hoje, foi a única sul-americana a estampar a primeira página da conceituada publicação americana. A reportagem rendeu-lhe um convite da Metro Goldwyn Meyer, aceito por ela, para participar de uma comédia da dupla Abbot e Costello, "Rio Rita", de 1942.

Dançando o samba na ponta das sapatilhas, imprimindo ginga aos quadris e criando movimentos coreográficos sobre ritmos brasileiros como Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, Brejeiro, de Nazareth e Mignone, Eros Volúsia chamou a atenção no Brasil e no exterior.

Eros Volúsia - 1941
Um momento decisivo de sua carreira foi a apresentação, no Municipal carioca, em 1937, de uma coreografia solo acompanhada pela orquestra regida por Francisco Mignone. Nos cassinos e boates do país, encantou intelectuais e políticos dos anos 30 e 40, entre eles o presidente Getúlio Vargas.

Carmen Miranda entrou no time dos admiradores e dela copiou os graciosos movimentos de braços que vieram a se tornar sua marca mundo afora.

Na França, onde se apresentou diversas vezes, ficou conhecida como La Muse Sucrée, devido a Volúsia, um monte nos Estados Unidos exportador mundial de mel. Sua mãe, a poeta Gilka Machado, foi quem deu à artista esse nome original.

Atuou em vários filmes nacionais: "Favela dos Meus Amores" (1935), "Samba da Vida" (1937), "Caminho do Céu" (1943), "Romance Proibido" (1944) e "Pra Lá de Boa" (1949).

A fama internacional aconteceu após participação no filme "Rio Rita" (1942), uma comédia da Metro-Goldwyn-Mayer, dirigida por S. Sylvan Simon.

Em 2002, a Universidade de Brasília (UNB) criou o Centro de Documentação e Pesquisa Eros Volúsia, vinculado ao seu Departamento de Artes Cênicas. Em 2005, Roberto Pereira, professor de História da Dança e crítico de dança do Jornal do Brasil, publicou a biografia intitulada Eros Volúsia.

Foi em uma das inúmeras entrevistas dadas à revista O Cruzeiro que Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: - Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica.

Eros faleceu no Rio, no dia 1º de janeiro de 2004.


Filmografia

1935 Favela Dos Meus Amores
1937 Samba da Vida
1942 Rio Rita
1943 Caminho do Céu
1944 Romance Proibido
1949 Pra Lá de Boa

Livros

Eros Volusia (Roberto Pereira) - Editora Relume Dumará; Poemadançando: Gilka Machado e Eros Volusia (Soraia Maria Silva) - Editora UNB; Eu e a Dança (Eros Volúsia) - Revista Continente Editorial.

Fontes: iMDB; Portal Luiz Nassif; Mulher - 500 Anos atrás dos panos; Life.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Rita Hayworth, a eterna beleza

A incomparável Rita
Rita Hayworth (Margarita Carmen Cansino), atriz e dançarina, nasceu no Brooklyn, cidade de Nova York, em 17 de outubro de 1918, e faleceu na mesma cidade em 14 de maio de 1987. Foi uma atriz de ascendência hispano-irlandesa, que atingiu o auge na década de 1940 e tornou-se um mito eterno do cinema.

Era filha do dançarino flamenco Eduardo Cansino, natural de Castilleja de la Cuesta, e de Volga Hayworth, chefes de uma famosa família de dançarinos ciganos espanhóis. Seu pai queria que ela se tornasse dançarina, enquanto a mãe desejava que ela fosse atriz. Seu avô, Antonio Cansino, era o maior expoente de Dança Clássica Espanhola, sua escola de dança em Madrid era mundialmente famosa, e foi ele quem deu a Rita, sua primeira lição de dança.

Affair in Trinidad, 1952
Assim que ela fez três anos e meio, começou a ter aulas de dança. Ela não gostava, mas não teve coragem de contar para o pai. Durante vários anos ela freqüentou diariamente aulas de dança no Carnegie Hall, sob a instrução de seu tio Angel Cansino.

Com oito anos de idade, sua família se mudou para o oeste de Hollywood, onde criaram seu propria Escola de dança. Famosos artistas de Hollywood receberam treinamento do próprio Eduardo Cansino, incluindo James Cagney e Jean Harlow.

Com a Grande Depressão, os negócios da família faliram. Ninguém mais tinha tempo para aulas de dança em um período econômico tão dificil. Mas quando um sócio do sobrinho de Cansino, que estava dançando em um musical quebrou a perna, Volga sugeriu que Rita fizesse o papel.

Gilda, 1946
A idéia de Volga deu um grande plano para Eduardo: fazer parceria com a filha no número de vaudeville que ele já possuía, chamado "The Dancing Cansinos". Como Rita não tinha idade suficiente para trabalhar nas casas noturnas e bares da Califórnia, ela e seu pai viajaram pela fronteira até a cidade de Tijuana no México, um local turistico popular para os cidadãos de Los Angeles no inicio dos anos de 1930. Rita trabalhou em lugares como o Foreign Club e o Caliente Club.

Foi no "Caliente Club", em 1935, que Rita foi descoberta pelo diretor da Fox Film Corporation, Winfield Sheehan.

Uma semana depois, Rita foi levada para Hollywood, para fazer um teste na Fox. Impressionado com o seu desempenho, Sheehan, assinou um contrato de seis meses com Rita (Agora conhecida como Rita Cansino).

Modelos (Cover Girl, 1944)

Durante seu período na Fox, Rita apareceu em cinco filmes, nos quais seus papeis não foram nem importantes nem memoráveis. Estreiou como coadjuvante/secundária em "Sob o Luar dos Pampas" (Under the Pampas Moon, 1935), um faroeste passado na Argentina, estrelado por Warner Baxter. Foi escalada para vários outros papéis pequenos, nos quais se destacou por seus dotes para a dança e por sua beleza. Com o final de seu contrato de seis meses, o então Produtor Executivo Darryl F. Zanuck não se interessou por ela e não renovou seu contrato.

Em 1937, Rita, já com 18 anos, casou-se com seu empresário, Edward Judson, que tinha o dobro de sua idade. Mesmo, ela tendo sido abandonada pela Fox, Judson conseguiu para ela vários papéis em filmes independentes, e finalmente conseguiu marcar um teste com a Columbia Pictures, estúdio que tentava se firmar como um dos grandes de Hollywood e, por isso, necessitava ardentemente de estrelas importantes. O Chefão do estúdio, Harry Cohn, logo assinou um contrato de longo prazo. Rita começou a fazer pequenos papéis nos filmes da Columbia.

Cohn disse que a imagem de Rita era muito mediterrânea, o que causou que ela fizesse vários papéis hispânicos. Rita passou por uma dolorosa eletrólise para aumentar a testa e acentuar o Pico de Viúva.

Quando estreou na Columbia, ela havia mudado a cor do seu cabelo, de castanho para um tom de ruivo, e passara a se chamar Rita Hayworth (Usando o nome de solteira de sua mãe).

Rita passou por uma difícil transição de dançarina de cabaré para estrela de cinema. Ela era, em primeiro lugar, uma dançarina; tornar-se atriz foi uma maneira de ganhar a vida.

A colunista de fofocas Louella Parsons, achou que Rita Hayworth não seria bem sucedida. Ela a conheceu justamente quando ela estava começando, e a viu como uma garota "tímida" e que "não podia olhar estranhos nos olhos" e cuja voz era tão baixo que mal podia ser ouvida.

A Columbia parecia não saber o que fazer com ela. Em 1935, quando tinha 17 anos, ela foi retirada do elenco de Ramona e substituída por Loretta Young. "Foi a pior decepção da minha vida", disse Rita. Ela ficou arrasada, mas não desistiu.

Rita continuou a aparecer em uma série infindável de produções B, ora como protagonista, ora como coadjuvante/secundária. Em 1939, Cohn pressionou o diretor Howard Hawks a usar Rita para um papel pequeno, mas importante, em Paraíso Infernal (Only Angels Have Wings), um grande sucesso de bilheteria estrelado por Cary Grant e Jean Arthur.  Cohn começou a ver Rita Hayworth, como sua primeira estrela (o estúdio nunca teve oficialmente grandes estrelas sob contrato, com exceção de Jean Arthur, que estava tentando sair do seu contrato com a Columbia).

No ano seguinte, Harry Cohn, começou a construir Rita Hayworth, usando-a em filmes como "Melodias do Meu Coração" (Music in My Heart), "Protegida do Papai" (The Lady In Quenstion) e "Anjos da Broadway" (Angels Over Broadway). Mas sua sorte só começou realmente a mudar quando foi emprestada à MGM para fazer o terceiro papel feminino de "Uma Mulher Original" (Susan and God, 1940), de George Cukor, drama estrelado por Joan Crawford e Fredric March.


No ano seguinte, novo empréstimo, agora para a Warner Bros., onde foi o segundo nome feminino em "Uma Loira com Açúcar" (The Strawberry Blonde, 1941), comédia de Raoul Walsh, com James Cagney e Olivia de Havilland. Um sucesso de bilheteria, que deu grande popularidade para Rita Hayworth, que imediatamente se tornou uma das propriedades mais quentes de Hollywood. A Warner ficou tão impressionada com ela, que tentou comprar seu contrato da Columbia, mas Harry Cohn se recusou a liberá-la.

Ainda em 1941, seu sucesso na Warner Bros. levou-a a ser emprestada à Fox, para interpretar Doña Sol na superprodução "Sangue e Areia" (Blood and Sand), drama de Rouben Mamoulian, estrelado por Tyrone Power e Linda Darnell. Este filme lançou-a como o símbolo sexual por excelência de toda aquela década.

Nos anos que se seguiram, Rita brilhou em musicais da Columbia, como "Ao Compasso do Amor" (You'll Never Get Rich, 1941), "Bonita Como Nunca" (You Were Never Lovelier, 1942), ambos com Fred Astaire e "Modelos" (Cover Girl, 1944), com Gene Kelly, firmando-se como uma das maiores dançarinas das telas e a maior estrela romântica dos anos 1940. Porém, a chegada do sucesso profissional coincidiu com a crise em seu casamento, que acabou em divórcio em 1942.

A fama de maior estrela da década e de uma das mulheres mais desejadas e famosas do mundo consolidou-se ao estrelar, no auge de sua beleza, o clássico noir "Gilda" (Gilda, 1946), de Charles Vidor, ao lado de Glenn Ford, com quem já atuara antes em "Protegida do Papai" (The Lady in Question, 1940), também de Vidor. O marcante, ainda que brevíssimo, striptease de Rita e a bofetada que ela recebe de Ford, ajudaram a engrossar a enorme bilheteria que o filme recebeu em todo o mundo.

"Gilda", o filme mais importante de sua carreira, também marcou o início de seu lento declínio em Hollywood. Assim como, na frase precisa da campanha publicitária, "nunca houve uma mulher como Gilda", assim também nunca mais Rita conseguiu repetir esse êxito, apesar de ter continuado a trabalhar em produções de sucesso.

Com Orson Welles, com quem se casara em 1943, Rita estrelou "A Dama de Xangai" (The Lady from Shanghai, 1948). O filme não agradou nem aos fãs nem à crítica, em parte porque Welles pediu-lhe que cortasse o cabelo e o pintasse de louro, além de matar sua personagem no final.

No mesmo ano, "Os Amores de Carmen" (The Loves of Carmen), também de Charles Vidor, reuniu-a novamente com Glenn Ford. A química funcionou outra vez e o filme foi sucesso. Em 1952, fez "Uma Viúva em Trinidad" (Affair in Trinidad), de Vincent Sherman, atuando pela quarta vez ao lado de Ford.

Seus dois filmes do ano seguinte foram dois grandes escândalos, pelos seus temas: "Salomé" (Salome, 1953), de William Dieterle, com Stewart Granger, onde fez o personagem bíblico que pediu a execução de João Batista e "A Mulher de Satã" (Miss Sadie Thompson, 1953), de Curtis Bernhardt, com Jose Ferrer, em que Rita interpreta uma pecadora que seduz um reverendo. Seu último grande sucesso foi "Meus Dois Carinhos" (Pal Joey, 1957), de George Sidney, com Rita dividindo a cena com Frank Sinatra e Kim Novak, considerada a nova rainha da Columbia. Na hora de decidir quem encabeçaria o elenco, Sinatra resolveu a questão: "O direito de ter o nome em primeiro lugar pertence a Rita Hayworth. Ela é a Columbia Pictures e sempre será".

Rita ainda faria vários outros filmes, inclusive na Europa, mas seus dias de glória e sua época já eram coisa do passado. Trabalhou pela quinta vez com Glenn Ford, em "O Dinheiro É a Armadilha" (The Money Trap, 1966), de Burt Kennedy, e encerrou a carreira com "A Ira Divina" (The Wrath of God, 1972), ao lado de Robert Mitchum. Coincidentemente, este último é um faroeste, como seu primeiro trabalho, e assim o círculo se completa.


Rita casou-se cinco vezes: a primeira com Edward C. Judson (1937- 1942); a segunda com Orson Welles (1943-1948), com quem teve uma filha, Rebecca; a terceira com o príncipe Aly Khan (1949-1953), com quem teve princesa Yasmin Aga Khan; a quarta com o cantor Dick Haymes (1953-1955), e a última com James Hill (1958-1961). Todos seus casamentos terminaram em divórcio.

Considerada por muitos a mulher mais bonita da história do cinema, a despeito de Greta Garbo e Marilyn Monroe, a atriz definia seu insucesso no amor com a seguinte frase, que resiste à passagem do tempo: "A maioria dos homens se apaixona por Gilda, mas acorda comigo".

Morreu na casa de sua filha, Yasmin, em Nova Iorque, aos sessenta e nove anos, vítima do mal de Alzheimer, do qual padecia desde a década de 1960, mas que só foi diagnosticado em 1980. Está sepultada no Cemitério de Holy Cross em Culver City, California.

Filmografia

Todos os títulos em português referem-se a exibições no Brasil. Foram omitidos os filmes em que ela aparece sem créditos, geralmente como dançarina.

1935 Sob o Luar dos Pampas (Under the Pampas Moon)
1935 Charlie Chan no Egito (Charlie Chan in Egypt); série Charlie Chan
1935 A Nave de Satã (Dante's Inferno)
1935 Perdida na Metrópole (Paddy O'Day)
1936 Carga Humana (Human Cargo)
1936 A Astúcia de Nero Wolfe (Meet Nero Wolfe)
1936 A Tentadora (Rebellion)
1937 A Rainha da Louisiana (Old Louisiana)
1937 Soberanos da Sela (Hit the Saddle)
1937 Barulho no Texas (Trouble in Texas)
1937 Criminosos do Ar (Criminals of the Air)
1937 Jogo de Saias (Girls Can Play)
1937 Jogo Que Mata (The Game That Kills)
1937 Dançamos Para Viver (Paid to Dance)
1937 A Sombra da Morte (The Shadow)
1938 Luzes da Acusação (Who Killed Gail Preston?)
1938 Special Inspector
1938 Sempre a Mulher (There's Always a Woman)
1938 Sacrifício de Irmã (Convicted)
1938 Filhas do Desprezo (Juvenile Court)
1939 No Campo Inimigo (The Renegade Ranger)
1939 O Braço da Lei (Homicide Bureau)
1939 Álibi Nupcial (The Lone Wolf Spy Hunt)
1939 Paraíso Infernal (Only Angels Have Wings)
1940 Melodias do Meu Coração (Music in My Heart)
1940 Florisbela Quer o Divórcio (Blondie on a Budget)
1940 Uma Mulher Original (Susan and God)
1940 Protegida do Papai (The Lady in Question)
1940 Anjos da Broadway (Angels Over Broadway)
1941 Uma Loura com Açúcar (The Strawberry Blonde)
1941 Volta Para Mim (Affectionately Yours)
1941 Sangue e Areia (Blood and Sand)
1941 Ao Compasso do Amor (You'll Never Get Rich)
1942 Minha Namorada Favorita (My Gal Sal)
1942 Seis Destinos (Tales of Manhattan)
1942 Bonita Como Nunca (You Were Never Lovelier)
1944 Modelos (Cover Girl)
1945 O Coração de Uma Cidade (Tonight and Every Night)
1946 Gilda (Gilda)
1947 Quando os Deuses Amam (Down to Earth)
1948 A Dama de Xangai(The Lady from Shanghai)
1948 Os Amores de Carmen (The Loves of Carmen)
1952 Uma Viúva em Trinidad (Affair in Trinidad)
1953 Salomé (Salome)
1953 A Mulher de Satã (Miss Sadie Thompson)
1957 Lábios de Fogo (Fire Down Below)
1957 Meus Dois Carinhos(Pal Joey)
1958 Vidas Separadas(Separate Tables)
1959 Heróis de Barro (They Came to Cordura)
1959 Drama na Página Um (The Story on Page One)
1962 O Sétimo Mandamento (The Happy Thieves)
1964 O Mundo do Circo (Circus World)
1966 Dinheiro É a Armadilha (The Money Trap)
1966 O Ópio Também É Uma Flor (The Poppy Is Also a Flower)
1967 O Heroico Lobo-do-Mar (L'Avventuriero)
1969 Os Bastardos (I Bastardi)
1971 A Trilha de Salina (Sur la Route de Salina)
1971 The Naked Zoo
1972 A Ira Divina (The Wrath of God)

Fonte: Wikipédia.

A véspera

Admiror, paries, te non cecidisse ruinis qui tot
sciptorum taedia sustineas (Ò parede, admira-me
que sustentes tantas bobagens sem desmoronar)
A fuerza de explotar a los esclavos y robarse dinero público, hubo auge en los negocios. Así los ricos se volvieron más ricos, mientras los pobres redoblaban su hambre y su miseria.

La ciudad desbordó sus antiguos límites, perdió sus rasgos originales, fue reconstruida según los lineamientos del imperio. También el habla se corrompió con los hablantes.

Y el lujo entró como la hiedra en muchas partes. Combatieron el tedio con la droga. Nos legaron imágenes de sus actos sexuales como extraño presentimiento de su fragilidad.

Y entre robos y asesinatos dondequiera, el terror extendió su dominio. Miedo en la alcoba y pánico en la calle. Furias y penas. Sobre todo odio proliferante. Porque el bien camina pero el Mal corre (y no se sacia nunca).

Todo esto sucedió en Pompeya, la víspera del estallido del Vesubio.
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Pela escravidão e roubo do dinheiro público nunca houve época tão boa para os negócios. Assim os ricos se tornavam mais ricos, enquanto os pobres se redobravam na fome e na miséria. A cidade ultrapassou seus antigos limites, perdeu seus traços originais, foi reconstruída segundo as regras do Império. Também a fala se corrompeu com os falantes. E a luxo entrou como um parasita em muitos locais. Combateram o tédio com a droga. Legaram-nos imagens de seus atos sexuais como estranho pressentimento de suas fragilidades. E entre roubos e assassinatos por todos os lugares, o terror estendeu seu domínio. Medo na alcova e pânico nas ruas. Fúrias e penas. Sobre todo ódio existente. Porque o Bem caminha, mas o Mal corre (e não se sacia nunca). Tudo isso aconteceu em Pompéia, na véspera da erupção do Vesúvio.
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(Jose Emilio Pacheco)

Grace Photoset


Aqui um photoset da diva eterna do cinema, Grace Kelly, que viveu o que pode ser definido como um conto de fadas. Atriz bem-sucedida da sétima arte, tendo no currículo trabalhos com o grande cineasta Alfred Hitchcok.