sábado, 30 de novembro de 2013

Vem aí a esperada “Cachaçabrás”

Depois que um deputado mineiro propôs que os parlamentares trabalhassem só de noite e de graça, depois que um deputado campineiro propôs a Lei Seca, depois que um deputado carioca propôs o aportuguesamento dos menus, depois que se apresentou o projeto importantíssimo de regulamentado do jogo de bingo, vem mais um deputado — desta vez o Sr. Luís Correia — com um projeto de lei que, em síntese, cria a “Cachaçabrás”. Trata-se de proposição que regulamenta a distribuição de bebida alcoólica e institui o monopólio do pileque, ou antes, da distribuição do pileque. Aqui estão alguns artigos propostos pelo ilustre parlamentar:

Art. 1. ° — Fica instituído o monopólio estadual da distribuição de bebidas alcoólicas, com exclusão apenas da cerveja. (Portanto, caríssimo, como o Estado é honesto, vamos ter uísque escocês legítimo feito aqui, e não o uísque falsificado sujeito à desonestidade das destilarias particulares).

Art. 2. ° — O Governo do Estado organizará um sistema de armazéns para distribuição de bebida. (Isto é que é incentivar o porte, companheiros. Em vez dos tradicionais armazéns de secos & molhados, armazéns só de molhados pra turma molhar o bico).

Art. 3. ° — Fica proibida a venda de bebidas alcoólicas em copo, antes das 12 horas. (Se isto tem a intenção de refrear o ímpeto dos levantadores de copo que costumam enfiar o pé no jacã desde cedo, essa intenção está gorada, pois, se antes do melodia não se serve bebida em copo, a plebe ignara vai castigar pelo gargalo. Isto não tem nem conversa).

Art. 4. ° — A receita líquida proveniente deste monopólio, a ser calculada a base de 25% sobre o movimento bruto, será entregue a Secretaria de Assistência Social e destinará à velhice desamparada”. (Levando-se em conta de que quem vende bebida não tem renda bruta, pois a renda é sempre líquida, chegamos à conclusão de que a velhice desamparada vai enriquecer com o pileque dos outros, razão pela qual desde já propomos um “slogan” para ajudar a publicidade da cachaça estadual: Encha a sua caveira para salvar a caveira alheia).


Fonte: Jornal "Última Hora", de 14/05/1964 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Intestino preguiçoso e a batata yacon

Muitas mulheres reclamam de intestino preguiçoso. Algumas receitas caseiras, no entanto, podem ajudar a soltá-lo. Se você já tentou incluir na alimentação ameixa seca, mamão, linhaça e mesmo assim não conseguiu soltar o intestino, aposte em três receitas saborosas que levam um ingrediente diferente e eficiente: a batata yacon.

A batata yacon traz muitos benefícios à saúde: controla a diabetes, ajuda o intestino a funcionar e garante o bom humor. A nutricionista da Clínica Super Healthy, Paola Moreira, deu a dica de três receitas fáceis com o tubérculo.

Receita contra intestino preguiçoso: salada de frutas com batata yacon

Ingredientes

1 batata yacon;
8 unidades de uva rubi
1 mexerica
1 banana
1 pera
1 colher (café) canela em pó
1 colher (sopa) quinoa em flocos
Modo de preparo

Corte a batata e as frutas em pedaços pequenos. Na hora de comer, acrescente uma colher de canela e a quinoa em flocos.

Suco laxante de melão com yacon

Ingredientes

2 xícaras (chá) melão orange picado
1 batata yacon média
2 colheres (sobremesa) folha hortelã
1 xícara de água de coco
Modo de preparo

Bata tudo no liquidificador com pedrinha de gelo. Beba sem seguida.

Receita caseira contra intestino preso: salada com batata yacon

Ingredientes

400 g de batata yacon
1 pé de de alface cortada
2 pepinos japoneses
1 pé de agrião
12 tomates cereja;
10 azeitonas pretas sem caroço
Modo de preparo

Lave bem todos os ingredientes. Descasque e corte batata yacon e o pepino. Separe as folhas da alface e do agrião e reserve. Utilize algumas gotas de molho shoyo para temperar.


Fonte: Bolsa de Mulher  / Texto: Marina Lopes

Bebidas vegetais substituem o leite?

Bebidas produzidas à base de soja, arroz ou aveia podem ser chamadas de "leite"? Qual é a semelhança entre elas e o leite tradicional? Elas podem substituir o leite de vaca? Quem tem intolerância à lactose tem aí uma solução para seus problemas?

Muitas dúvidas costumam cercar as bebidas vegetais, nome que alguns nutricionistas preferem utilizar para evitar a palavra "leite". Isso porque o que une os dois alimentos nas prateleiras dos supermercados é basicamente a semelhança física.

O leite tradicional tem origem animal, enquanto as outras versões são extratos de grãos, cereais ou oleaginosas, esclarece Daniela Boulos, nutricionista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Há, portanto, muitas diferenças e uma das mais comentadas é ausência da lactose, um açúcar presente no leite que depende de uma enzima produzida no intestino delgado para ser digerida.

Assim, quem sofre com intolerância à lactose pode consumir essas bebidas no café da manhã e em outras ocasiões em que o leite normalmente estaria presente. No entanto, em termos nutricionais, será preciso trazer outros alimentos à mesa e até recorrer ao uso de fórmulas ou suplementos vitamínicos, dependendo do caso, para chegar a uma equivalência.

Oferta de cálcio e proteínas

De acordo com a nutricionista Raquel Bráz Assunção Botelho, o leite de vaca é naturalmente rico em cálcio, elemento que, geralmente, precisa ser adicionado às bebidas vegetais. "Além disso, o tipo de cálcio acrescentado pode não ser de tão boa absorção quanto o do leite tradicional", esclarece a especialista, que também é professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UBN), no Distrito Federal.

Sempre ressaltando que cada caso deve ser avaliado por um profissional, a nutricionista Silvia Andréa Guimarães, do Hospital Santa Isabel, que integra o complexo da Santa Casa de São Paulo, afirma que aqueles com restrição ao alimento devem incluir na dieta ingredientes como gergelim e folhas verdes escuras, como a couve, que são fontes do nutriente essencial para a saúde dos ossos.

Substituição

As bebidas vegetais também não substituem o leite do ponto de vista nutricional porque o tipo e a quantidade de proteínas são diferentes, acrescenta Botelho. Por isso, elas são recomendadas para quem tem alergia à proteína do leite de vaca (APLV), um distúrbio de origem genética, mas que também pode ser desenvolvido ao longo da vida.

Lembrando a importância do leite para o desenvolvimento adequado de crianças e adolescentes, Boulos afirma que, nesses casos, uma alternativa é ingerir fórmulas infantis especiais à base de proteínas extensamente hidrolisadas. "Nesse processo, a proteína é fragmentada e tem menor chance de causar a reação alérgica", diz. As fórmulas especiais compostas de aminoácidos livres – também disponíveis no mercado – são opções nesses casos.

Versatilidade de uso

Embora os alimentos não sejam comparáveis, os leites vegetais podem sim "quebrar um galho" na cozinha daqueles que não podem ou não querem ingerir o alimento de origem animal, como é o caso dos vegetarianos estritos.

O lado bom é que eles oferecem vitaminas e minerais, incluindo potássio, selênio, cobre, zinco, manganês, magnésio e ferro, como afirma a nutricionista do Sírio-Libanês, e ainda são livres de gordura saturada e colesterol, segundo Botelho.

A professora do Departamento de Nutrição da UNB garante que é possível preparar molho branco e até bolos. "Muitas vezes, é preciso diminuir um pouco a quantidade de farinha de trigo ou de amido de milho, pois as bebidas vegetais têm mais amido", detalha.

No laboratório da universidade, onde foram testadas algumas receitas, também já foram preparados leites vegetais condensados e até brigadeiro. "Não ficam iguais, mas tem sabor agradável", conta. Guimarães também sugere utilizá-los no preparo de vitaminas com frutas, em sopas, purês e panquecas.

Com exceção daqueles que têm alergia aos ingredientes utilizados e dos celíacos, que não podem consumir o leite de aveia em função do glúten, as bebidas vegetais podem ser ingeridas sem contraindicações pelos adultos. Já as crianças podem fazer uso delas a partir dos dois anos de idade. "Antes dessa fase, recomenda-se o aleitamento materno – exclusivo até sexto mês de vida e prolongado até os dois anos de idade, com alimentação complementar", fala Boulos.


Fonte: Uol / Texto: Marina Kuzuyabu

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A interpretação dos caracteres japoneses


A interpretação dos intrincados caracteres japoneses (Kanji) transformou-se numa verdadeira epidemia, entre as tropas norte-americanas, durante a ocupação. O joguinho recebeu o nome de "nipponoodles" e, ao que consta, foi inventado por um certo coronel, de nome Bryant W. Line.

Segundo um relatório oficial, milhares de homens-horas foram perdidas em gigantescos concursos entre os aficionados. Apresentamos algumas amostras, acompanhadas do real significado Kanji.




Fonte: "O Capitão" - Ano I - Nº 14 - Artigo e desenhos de Jaguar - Jornal "Última Hora", de 28/9/1963.

Por causa de uma salsicha

Sonhou a noite inteira. Pesadelos tremendos, pesadelo com dragão, caída em abismos profundos, estas bossas. Bem que a mulher avisou que não devia comer salsicha no jantar. Se havia duas coisas que não combinavam era salsicha e seu estômago.

Quando comia salsicha no almoço, sentia que a distinta passava o dia inteiro no estômago, agora vocês façam uma ideia do que acontecia quando comia e ia dormir. Os pesadelos vinham um atrás do outro. Acordava suado, a tremer de medo. Era obrigado a levantar-se várias vezes durante a noite, tomar antiácidos.

Desta vez a salsicha levou-o a um estranho sonho. Talvez ande muito preocupado com a revolução, não sei. O fato é que, depois de uma das muitas vezes em que se levantou agitado, tornou a deitar e dormiu para sonhar que não havia mais emprego civil no país. Eram todos militares: os chefes de serviço nas repartições, os presidentes de autarquia, os ocupantes de cargos públicos.

Mas isto era o de menos: em seu pesadelo percebia que todos eram militares: a orquestra da boate era uma banda militar, o porteiro do restaurante era um general, o homem do elevador era um capitão e assim por diante.

De repente, mesmo dormindo, deu uma gargalhada. A mulher sacudiu-o para acordar, pensando que ele tinha ficado maluco. Acordou e contou o estranho sonho à mulher:

— Todo mundo era militar — explicou ele, ainda estremunhado.

— Mas você riu de que? — quis saber a mulher.

— É que no sonho, eu passei em frente a uma boate e tinha um cartaz na porta escrito: “Hoje sensacional “strip-tease”, com o Major Pereira”.


Fonte: Jornal "Última Hora", de 23/04/1964 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta / Desenho: Jaguar.

sábado, 23 de novembro de 2013

Cientistas tentarão clonar pela 2ª vez animal extinto

Corpo empalhado de Celia na entrada do Parque Nacional de Ordesa - Foto: BBCBrasil.com

Grupo espanhol de cientistas tentará clonar um bucardo, tipo de cabra da montanha (Capra pyrenaica pyrenaica), espécie considerada extinta desde 2000. 0 grupo conseguiu financiamento para verificar se o animal extinto pode ser clonado a partir de células preservadas. O último bucardo morreu em 2000, mas células do animal foram congeladas em nitrogênio líquido.

Em 2003, um filhote da espécie chegou a ser gerado a partir de clonagem, mas morreu minutos após o nascimento. Esse foi o primeiro caso de "desextinção", no qual uma espécie ou subespécie perdida foi ressuscitada. Agora, os cientistas querem testar a viabilidade de usar novamente as células preservadas da última fêmea de bucardo após 14 anos para mais uma tentativa de desextinção.

Segundo os pesquisadores do Centro para Pesquisas e Tecnologia Alimentar de Aragón, em Zaragoza, o primeiro passo agora é verificar se as células da última fêmea, batizada de Celia, ainda estão vivas após 14 anos de congelamento. A partir daí, eles poderiam tentar clonar embriões e implantá-los em cabras de outras subespécies.

"Nesse processo, um ou mais clones fêmeas de bucardo podem ser obtidos. Se esse for o caso, a viabilidade de um plano para a recuperação do bucardo poderá ser discutido", disse à BBC Alberto Fernandez-Arias, um dos coordenadores da pesquisa.

Células preservadas

O bucardo é uma subespécie com características físicas e genéticas distintas às de outras cabras montanhosas que habitam a Península Ibérica. Ela estava perfeitamente adaptada à vida em seu habitat e era capaz de sobreviver ao frio extremo e à neve do inverno nos Pirineus.

Porém sua população vinha declinando por anos por várias razões, incluindo a caça. Em abril de 1999, pesquisadores capturaram o último animal, Celia. Eles realizaram biópsias da pele e congelaram o tecido em nitrogênio líquido, à temperatura de -196ºC.

No ano seguinte, Celia foi morta por uma árvore que caiu no Parque Nacional de Ordesa, no noroeste da Espanha.

Mas os pesquisadores conseguiram injetar o núcleo das células preservadas de Celia em óvulos de cabras cujos DNAs haviam sido retirados.

Eles então implantaram os óvulos em outras fêmeas, híbridas entre cabras montanhosas ibéricas e cabras domésticas. De 57 óvulos implantados, sete geraram gestações, das quais apenas uma foi até o final.

O filhote de bucardo nasceu em 2003 - a primeira desextinção da história. Mas o clone de Celia morreu poucos minutos depois, por causa de um defeito em um dos pulmões.

Mesmo se o novo esforço conseguir produzir clones saudáveis, um eventual plano futuro para recuperar o bucardo enfrentaria inúmeras dificuldades, especialmente pelo fato de que as únicas células preservadas são de uma única fêmea.

Uma possível saída para trazer os bucardos de volta à vida seria cruzar uma clone fêmea saudável com uma subespécie próxima, para então promover cruzamentos seletivos entre os descendentes para fortalecer os traços típicos do bucardo.

Outras possibilidades também poderiam ser exploradas. Por exemplo, pesquisadores já foram capazes de reverter o sexo de embriões de camundongos fêmeas ao introduzir um gene específico que os fez se desenvolver como machos. Com isso, poderiam gerar clones de diferentes sexos, permitindo a reprodução natural posterior.


Fonte: G1.

Espuma fervilhante de champanhe

Todos nós temos na vida / Um caso... / Uma loura... /  Você, você também tem. / Uma loura é um frasco de perfume / Que evapora... / É o aroma.../ De uma pétala de flor.  / Espuma fervilhante de champanhe / Numa taça muito branca de cristal / É um sonho... / Um poema... (Uma loura - samba-canção, 1951 - Hervé Cordovil - Intérprete: Dick Farney)












sexta-feira, 22 de novembro de 2013

De como Mirinho quebrou o galho

O abominável primo Altamirando tinha um encontro marcado com uma pioneira social aí, dessas que prevaricam com certa regularidade. O ignóbil parente conhecera a distinta dama do nosso “society” noutro dia, quando o marido estava em São Paulo, fazendo um negócio imobiliário. Com aquela conversa que lhe é peculiar, Mirinho trouxe a dama para o seu plantel e vinha vivendo um romance legalzinho com ela.

Toda noite faziam programa juntos. Ora era uma dançadinha num dos inferninhos da Zona Sul, ora era um jantar mais caprichado nesses botecos de nome francês, ora era um discreto cineminha. Depois Mirinho ia com ela pra casa dela, que a dama reside só com seu distraído marido que, além de distraído, estava em São Paulo.

Não é pra me gambá não — como diz Ibrahim — mas o primo estava levando um vidão; não somente porque a dona é boa às pampas, como também vinha financiando os programas. Ora: mulher sem despesa é o ideal de Mirinho Durante esses dias aí da crise, ele passou numa tranquilidade invejável.

Mas, eis que, ontem, o marido voltou. Mirinho telefonou na hora do almoço, para ver se pegava a gordura de graça, mas a dona falou baixinho ao telefone, com ar de conspiradora:

— Depois eu te falo, bem. Ele voltou — e desligou o aparelho.

A tarde, Mirinho tornou a ligar:

— Escuta, queridinha, eu te apanho aí às 7 e vamos jantar juntinhos, tá?

— Mas querido — ponderou ela — Eu não posso. Meu marido voltou.

— Ali isto não tem importância — garantiu o primo. — Ele vai dormir fora de casa.

A mulher deve ter arregalado os olhos do lado de lá da linha, porque perguntou, visivelmente intrigada:

— Como é que você sabe que ele vai dormir fora de casa?

— Nada não. É que eu telefonei para um cara meu cumpincha, que trabalha na Polícia, e disse pra ele que teu marido é comunista.


Fonte: Jornal "Última Hora", de 10/04/1964 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta / Desenho: Jaguar.

O Coelho e Tartaruga

Era uma vez um coelho que encontrou uma tartaruga. E disse:

— "Contam que você é o bicho mais mole do mundo e eu o mais veloz. Vamos apostar uma corrida?"

E ela disse com um arzinho de falsa modéstia:

— "Vamos. Eu corro pouco, mas..."

E ele:

— "Dez léguas. Eu fico parado. Durmo meia hora. Saio. Saio. Paro três vezes e ainda chego na sua frente".

E ela, agora crente e com raiva:

— "Veremos. Eu já ganhei uma corrida assim. Está em La Fontaine".

E assim foi feito. O macaco de juiz. O coelho chegou, e como combinado, dormiu. A tartaruga veio. O macaco deu a partida. A tartaruga saiu, andou meia hora. O coelho acordou. Correu. Passou pela tartaruga e quando chegou ela ainda não tinha andado dez metros.

MORAL: Devagar se vai ao longe, mas custa ou a História (de La Fontaine) não se repete.




Fonte: "O Capitão" - Ano I - Nº 7 - Fábula e desenhos de Jaguar - Jornal "Última Hora", de 10/8/1963.

A Fábula do Menino e o Jacaré


Era um Menino que morava numa aldeia. A aldeia tinha um lago com um Jacaré muito feroz. Todos os dias o Menino ia passear no lago. E sua mãe dizia: “Menino, cuidado. Não chegue muito perto do lago que o Jacaré te pega”. Mas o Menino ia.

Uma sexta-feira toda a aldeia se assustou com gritos: “Ai, socorro que estão me matando. Ai, socorro que estão me matando”. Os moradores armaram-se de todas as bombas (atômicas, de hidrogênio e plutônio) que estavam a mão e correram para o lago para que o Jacaré não matasse o Menino.

E quando chegaram ao lago não encontraram o Jacaré. E o Menino apontando para eles e suas bombas ria, ria, a bandeiras despregadas. Depois de dizerem que essas coisas não se faziam os moradores da aldeia voltaram para a aldeia.

Quando, no dia seguinte, foram acordados por gritos: “Ai, socorro que estão me matando. Ai, socorro que estão me matando”. E eles pegaram todas as bombas que estavam à mão e correram para o lago e não deixar que o Jacaré pegasse o Menino. Lá chegando os moradores da aldeia não encontraram o Jacaré do lago, mas o Menino ria, ria, a bandeiras despregadas.

Por isso, quando no domingo os gritos “Ai, socorro que estão me matando. Ai, socorro que estão me matando”, invadiram a aldeia, os moradores riram, riram, a bandeiras despregadas e disseram: “Desta vez ele não nos pega. E assim o Menino pode comer o Jacaré, sossegadamente, apesar dos horríveis gritos que soltava o pobre animalzinho.

MORAL: Deixa os outros confiarem em ti, antes de comeres o Jacaré.



Fonte: "O Capitão" - Ano I - Nº XXXV - Fábula e desenhos de Jaguar - Jornal "Última Hora", de 29/2/1964.

Causas do inchaço nas pernas

Quando as pernas incham é sinal de que algo não está bem. A causa pode ser simples e inofensiva - como o verão, que faz com que o rim não dê conta de eliminar o líquido que consumimos em excesso - mas também pode sinalizar algo muito grave, como a trombose, doença que pode causar danos irreparáveis e exige que a pessoa vá ao pronto-socorro imediatamente.

Segundo Paulo Camiz, clínico geral e geriatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, o inchaço acontece por conta de um desequilíbrio da quantidade de sangue que desce para a perna com aquele sangue que volta.

“Se a pessoa toma algum remédio que abre muito a circulação, como os vasodilatadores, por exemplo, desce mais sangue para a perna do que sobe, então a tendência é inchar”, explica.

“O plasma do sangue acaba extravasando os vasos sanguíneos e causa o inchaço”. Segundo ele, exercícios físicos e movimentação das pernas são ótimas táticas para evitar o inchaço e também ajudar a desinchar.

Conheça algumas causas do inchaço nas pernas:

Varizes –   Elas são uma das causas do inchaço nos membros inferiores. “São veias que estão incompetentes, que não permitem que o sangue retorne da perna. A pessoa vai acumular líquidos, porque o sangue não está voltando adequadamente”, explica Camiz, que também é geriatra.

Viagens longas –   Sejam elas feitas de ônibus ou avião: ficar com as pernas paradas durante muito tempo faz com que elas inchem. “Para o sangue descer até o pé, todo santo ajuda, mas para que ele volte é preciso movimentar as pernas. É a musculatura da panturrilha que vai massagear as veias para fazer o sangue circular, é como se a panturrilha fosse o ‘coração’ da perna”, explica Camiz.

Segundo ele, nada no corpo foi feito para ficar parado. “Quando fica parado, coagula. Se a pessoa fica com a perna parada, o sangue fica parado e coagulado lá. Quando se solta, faz o caminho por dentro dos vasos até o pulmão, e se esse coágulo for muito grande, pode causar um problema respiratório grave e levar até à morte. Esse é o principal medo de quem viaja de avião”, explica.

Trombose –   Inchaço nas pernas também pode ser indicativo de trombose. “A queixa é de uma hora para outra, que houve um inchaço e dor na perna que apareceu rápido. O ideal é ir para o pronto-socorro fazer um exame, pois pode ser que seja um coágulo”, explica o especialista do Hospital das Clínicas.

Doenças cardíacas, como a insuficiência –   Camiz explica que, se o coração não bombeia o sangue de forma adequada, ele vai acumular. “É como se o sangue ficasse represado, então incha o corpo de uma forma geral. Aparece mais nas pernas apenas por uma questão gravitacional”.

Mau funcionamento da tireoide –   O hipotireoidismo, quando a tireoide não funciona bem, causa inchaço no corpo todo, mais visivelmente nas pernas. “Mas esse inchaço não é exatamente por extravazamento de líquido, mas por depósito de uma proteína na região do subcutâneo. É um inchaço duro, diferente daquele que fica com a marca da meia no final do dia”, explica o clínico geral.

Anticoncepcionais –   Segundo Camiz, anticoncepcionais a base de estrógeno costumam causar um pouco de inchaço, mas ele não é grande e é generalizado, sendo visualizado mais nas pernas por conta do efeito da gravidade.

Verão –   Segundo o clínico geral, o tempo quente propicia o inchaço das pernas por dois motivos. “Normalmente as pessoas tomam muita água, até mais do que o necessário, então acumula-se líquido no corpo. Em segundo lugar, o calor faz com que as artérias que levam o sangue para a periferia fiquem mais cheias de sangue”, diz ele, acrescentando que movimentar as pernas ajuda a desinchar. “As pessoas ficam mais indispostas por conta do calor, então mexem menos a perna também”, explica.


Fonte: iG São Paulo / Texto: Elioenai Paes

Refrigerantes e os rins

"Apenas dois refrigerantes por dia são suficientes para trazer danos aos rins", dizem pesquisadores. Um estudo mostrou como o tipo de açúcar usado nestas bebidas aparentemente aumenta os níveis de sal no sangue. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.

Um segundo estudo mostrou também que este tipo de bebida faz com que os rins lutem muito para se livrar do excesso de proteína no corpo.

Uma das característica da falha nos rins é chamada de proteinúria – o aumento da excreção de proteína na urina. Ela foi encontrada nas pessoas que tomam refrigerantes duas vezes ao dia, de acordo com pesquisadores da Osaka University.

Mais de 8 mil empregados da universidade participaram do experimento. Um terço deles não tomaram bebidas gasosas; outro terço tomou uma por dia e um terceiro grupo tomou duas por dia.

Em um espaço de apenas três dias, 10,7% do terceiro grupo desenvolveram a proteinúria, e 8,9% do segundo grupo também mostrou efeitos similares. O primeiro grupo mostrou sinais em apenas 8,4% das pessoas testadas.

A frutose é utilizada para adocicar estas bebidas e pesquisadores da Case Western Reserve University, em Cleveland, perceberam que ela aumenta a sensibilidade dos rins à angiotensina, proteína que regula o equilíbrio do sal.

Isso significa que o sal é reabsorvido nos rins, o que pode conduzir doenças como diabetes, obesidade, insuficiência renal e hipertensão.

Ambos os estudos foram apresentados na American Society of Nephrology Kidney Week, em Atlanta, na última semana.


Fonte: Terra

Diabetes: o que não comer?

O cardápio da pessoa que tem diabetes não precisa ser tão restrito como se imagina, embora seja importante saber o que não consumir no dia a dia. Isso porque para pessoas com a doença, a ingestão exagerada de alguns alimentos pode ser um perigo.

Se você é diabético ou tem algum conhecido ou parente com o problema, a dica é passar longe dos doces. Talvez a tentação de muita gente. Na prateleira de casa não devem entrar açúcar refinado, doces, xaropes, glicose, geleias, melado, sorvetes, bolos, biscoitos recheados, chocolates, refrigerantes e leite condensado.

Preste bastante atenção nas pegadinhas. Os produtos diet são aqueles que têm exclusão de algum nutriente específico, como o açúcar. Mas nem todos os produtos diet apresentam quantidade significativa na redução de calorias.

Outro ingrediente que confunde é o mel, que faz tão mal quanto açúcar para os diabéticos. Portanto, doce, só se for dietético e sempre feito com adoçante (aquele específico para preparo de receitas culinárias).

Outro grupo de alimentos que merece desprezo dos diabéticos são as gorduras hidrogenadas e os processados e industrializados. São eles: a manteiga, óleo vegetal hidrogenado, enlatados e conservas, arroz comum, bolos prontos, frituras em geral, creme de leite, queijos amarelos, leite e iogurte integral, entre outros. Algumas frutas também enganam, como tâmara, figo, que devem ser evitadas.

E afinal, o que os diabéticos podem comer?

As verduras, os legumes e os cereais, ricos em fibras são os grandes aliados dos diabéticos e podem ser consumidos à vontade. Segundo especialistas, as fibras, principalmente do tipo solúvel, promovem a redução da absorção de glicose pelo sangue.

No time dos aliados dos diabéticos estão ainda os peixes ricos em gorduras do tipo ômega (como o salmão, a sardinha, o atum, a cavalinha e o brasileiríssimo pintado). Entre os óleos mais indicados estão os de canola e de linhaça, que auxiliam na prevenção do desenvolvimento da resistência à insulina. Além disso, beneficiam o funcionamento do sistema cardiovascular e do cérebro.

Vale frisar que a dieta alimentar deve ser observada criteriosamente e sempre por especialistas que ajudem a elaborar o cardápio adequado para seu caso. A atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose.


Fonte: Mais Equilíbrio / Texto: Natália Farah

Ao morrer sorrindo

"Morreu, acabou-se" — ledo engano. Morreu, começa o problema, porque já não há mais lugar onde enterrar o falecido. "Vocês desculpem tratar de um assunto tão funesto, mas é que, de uns tempos para cá, não o sentimos, tão macabro assim, graças a um amigo que é agente funerário.

Foi ele quem, acostumado ao trato das cerimônias fúnebres, acabou nos convencendo de que, tirante a família do morto, ninguém tem nada a perder quando um cidadão abotoa o paletó pela última vez. Pelo contrário, ser agente funerário é um alto negócio.

Tudo começou na praia, em Santos. Estávamos na companhia desse amigo, esquentando ao sol, quando apareceu um cadáver boiando sobre as ondas. O pessoal foi todo pra beira do mar espiar e ele, de repente, disse como quem fala para si mesmo: "Tomara que a corrente não leve para São Vicente."

Estranhamos aquele desejo e ele então explicou que existiam duas agências funerárias em Santos: a dele e a de um rival. Como a clientela não visse com bons olhos a concorrência entre os dois, nem fosse hábito familiar abrir concorrência para enterrar ninguém, tinham resolvido dividir a cidade em dois campos:

— Quem morre do lado de lá é dele, quem morre do lado de cá é meu — esclareceu.

Aquele freguês, que boiava nas ondas, se viesse a dar à praia ali, era dele. Mas se a corrente o levasse para São Vicente, perdia o negócio, pois a jurisdição era do rival. Daí o seu desejo de que as ondas trouxessem logo para a areia aquele que boiava lá fora da arrebentação.

Olhava para o cadáver sem placidez nem ganância, como um quitandeiro olha as verduras, um pianista, o piano ou um joalheiro, as jóias. Era o seu negócio que boiava ali perto. Esse agente funerário de Santos, nosso amigo, homem jovial e excelente companheiro em qualquer circunstância, alguns anos depois chegava ao ápice da carreira, quando o Governo do Estado nomeou-o para dirigir o SFC (Serviço Fúnebre da Capital), autarquia que se responsabiliza pelos enterros em São Paulo.

Estava aqui o distinto caçando na selva paulista, amoitado num bar, esperando a caça passar, quando o antigo agente funerário nos encontrou. Explicou sua condição de diretor autárquico, explicou que lá em São Paulo não é como no Rio, onde os serviços funerários pertencem, sem concorrência, à Santa Casa, explicou mais uma porção de coisas e, depois, convidou a gente para fazer uma visita ao SFC. Como a caça não passasse, aceitamos o convite e visitamos fartamente o dito serviço.

Ele se mostrou excelente cicerone, levando a visita às diversas salas, demonstrando por que o caixão de peroba é melhor do que o caixão de pinho e mostrando os melhoramentos introduzidos, tais como caixão de terceira forradinho de capitonê, travesseiro com recheio de capim cheiroso, para caixões de primeira etc. etc. Isto sem contar com os truques que sua experiência lhe ensinara. Por exemplo: quando morre um político eminente, o número de puxa-sacos que quer ajudar a levar o caixão é enorme e, neste caso, em vez das clássicas alças douradas — três à esquerda, três à direita, como manda o figurino — o caixão deve ter um varal de cada lado, pra caber mais mão de puxa, na hora do embarque.

— Quando assumi a direção deste serviço, isto aqui era uma lástima. Os castiçais estavam caindo aos pedaços. Veja os castiçais novos, que adquiri. Uma beleza, não são? — E, com sinceridade na voz: — Agora já pode um Matarazzo, um Almeida Prado, um Lara Resende morrer sem susto, que estamos aptos a servi-los.

Faz muito tempo que não vemos o nosso amigo, hoje próspero.

Certa vez nos contou que começara o negócio graças a um vizinho que era coxo, desencarnara e fora vítima da precipitação de outro agente funerário. Quando esse agente foi medir o freguês para encomendar o caixão, já o encontrou na sala, em cima da mesa, coberto por um lençol. Sem a devida experiência, o agente não perguntou pra família se o falecido era coxo. Resultado: mediu do alto da testa à ponta do pé, pela perna mais curta e, quando o caixão chegou, não satisfazia às medidas do freguês. Foram comprar outro caixão para enterrar o vizinho, e ele, que tinha uma tia velha já mais pra lá do que pra cá, mediu a parenta disfarçadamente verificando que ela cabia dentro do caixão recusado. Adquiriu a peça por preço de ocasião e guardou na garagem. Um mês depois a tia embarcava nele. Desse episódio ficou-lhe o gosto pelo negócio.

Mas como dizíamos, já vai pra algum tempo que não o vemos. A última vez foi aqui no Rio, durante o velório de conhecido artista. Ele compareceu como visita. Nada tinha a ver com o serviço de bordo, mas nem por isso deixou de criticar certas deficiências. Ao sair contou que — mais por carinho do que por necessidade — ainda mantinha a agência funerária de Santos, que tinha um nome dos mais convidativos: "Nossa Casa".

— Falar nisso, você poderia fazer um jingle de propaganda para mim? — perguntou. E, ao perceber nosso espanto, explicou que estava fazendo uma grande remarcação no estoque e precisava anunciar a liquidação. E tanto chateou que fizemos o jingle. Não sabemos se tocou no rádio, mas ainda nos lembramos bem: a música era aquela da cançãozinha de Teresinha de Jesus, de uma queda foi ao chão etc. etc.

A letra era assim: Funerária "Nossa Casa" / Tem caixão de alça dourada / Adquira um hoje mesmo / Por um preço camarada.

Se vocês estão pensando que existe exagero de nossa parte, ao descrever o trato jovial que nosso amigo tem, para com as coisas fúnebres, estão muito enganados. Ele não é o único, inclusive. Em Recife, recentemente, a Prefeitura negou a um agente funerário o nome de "Ao Morrer Sorrindo", para sua casa de vender pijama de madeira. E aqui mesmo no Rio, há pouco tempo, um cavalheiro botava o seguinte anúncio, em "O Globo": "Sepultura Perpétua — Cedo direitos de uma, na parte plana do Cemitério São João Batista, por Cr$ 1 600 000,00, ou troco por apartamento de sala, 2 quartos, na Zona Sul. Favor ligar para 22-0387 ou procurar informações na Avenida Rio Branco 173 — sala 1306." Isto prova que, em algum lugar do Rio, há um camarada que prefere viver melhor a ter conforto depois da morte.

É, companheiros, o Rio cresceu tanto que morrer agora é um problema. O camarada do anúncio está pouco se incomodando com o que possa lhe acontecer depois de pisar no prego e esvaziar de todo. Quer seu apartamentinho de dois quartos na Zona Sul, que não é a residência ideal, mas sempre é melhor do que morar em pensão, para poder descansar no meio dos bacanos, depois de devidamente empacotado.

O Rio cresceu — repetimos — e cresceu pra todo lado e pra cima também. Principalmente pra cima. Este detalhe é que deve ter dado a idéia ao arquiteto Wladimir Alves de Sousa, para resolver o problema dos cemitérios cariocas. O Governador, que ultimamente tem perseguido os demasiadamente vivos, está preocupado com os demasiadamente mortos; tão mortos que não têm onde cair idem. E aqui parece que encontra a solução. Leiam a notícia, tal e qual saiu no jornal: "A construção de edifícios de 15 andares, com todos os requisitos de higiene, para instalação de sepulturas e ossários, foi proposta ao Governador pelo arquiteto Wladimir Alves de Sousa. O arquiteto acha que seu plano de cemitérios verticais, apresentado junto com gráficos, croquis e mapas, será a solução para o problema de espaço nos cemitérios do Estado."

Você aí, que é carioca, sente o drama, vá! Talvez seja você o defunto que vai inaugurar a coisa. Será a primeira vez na História que uma pessoa, depois de morta, é enterrada para cima.


Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Cate Blanchett

Cate Blanchett (Catherine Elise Blanchett), atriz e diretora teatral, nasceu em Melbourne, Austrália, em 14/05/1969. Ganhou vários prêmios como atriz, mais notavelmente dois SAGs, dois Globos de Ouro, dois BAFTAs, um Oscar, assim como a Coppa Volpi no 64º Festival Internacional de Cinema de Veneza. Chamou a atenção internacional em 1998 com filme "Elizabeth", dirigido por Shekhar Kapur, no qual desempenhou o papel da Rainha Elizabeth I da Inglaterra.

Também ficou conhecida por outros personagens como a rainha dos elfos, Galadriel, da trilogia "O Senhor dos Anéis", a coronel Irina Spalko em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" e Katharine Hepburn no filme de Martin Scorsese, "O Aviador", um papel que lhe trouxe o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Ela e seu marido, Andrew Upton são atualmente diretores artísticos da Sydney Theatre Company. Blanchett está entre as 20 melhores atrizes na lista da Imdb elegendo as Melhores atrizes de todos os tempos, ficando atras de atrizes como Julie Christie, Kathy Bates e Lauren Bacall.

Blanchett nasceu em Ivanhoe, um subúrbio de Melbourne, em Victoria, na Austrália. É filha de June, uma australiana e professora da área de Melbourne, e de Robert "Bob" Blanchett, um texano de ascendência francesa oficial da marinha americana, que mais tarde trabalhou como executivo de publicidade.

Frequentou a escola primária em Melbourne na Ivanhoe East Primary School, antes de completar o ensino secundário na Methodist Ladies' College, uma escola metodista de garotas, onde começou a explorar sua paixão pela atuação.

Cate em Elizabeth I
Ela estudou Economia e Belas Artes na Universidade de Melbourne antes de sair da Austrália para viajar pelo exterior. Quando ela tinha dezoito anos, e passava férias no Egito, um hóspede do hotel onde ela estava hospedada no Cairo perguntou se ela queria ser figurante em um filme, no dia seguinte ela encontrou-se em uma cena no meio de uma multidão torcendo para um pugilista americano que perdia para um pugilista egípcio no filme "Kaboria", estrelado pelo falecido ator egípcio Ahmad Zaki. Blanchett retornou para a Austrália e mais tarde mudou-se para Sydney para estudar no Instituto Nacional de Arte Dramática. Formou-se em 1992, começando sua carreira nos palcos.

Galadriel - The Hobbit
Seu primeiro grande papel principal foi no palco na peça "Oleanna", de 1993, dirigida por David Mamet, contracenando com Geoffrey Rush, para o qual ela ganhou o prêmio Sydney Theatre Critics de melhor estreia. Também apareceu como Ofélia na produção de 1994 - 1995 de "Hamlet", dirigida por Neil Armfield co-estrelando com Richard Roxburgh e novamente com Geoffrey Rush. Blanchett apareceu nas minisséries "Heartland" e "Bordertown" e em um episódio de Police Rescue intitulado "The Loaded Boy".

Blanchett fez sua estreia internacional no cinema em 1997 com um papel de apoio como uma enfermeira australiana capturada pelo Exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial, no filme "Um Canto de Esperança", dirigido por Bruce Beresford e estrelado por Glenn Close e Frances McDormand.

Seu primeiro papel principal, também em 1997, foi como "Lucinda Leplastrier" na produção "Oscar e Lucinda", contracenando com Ralph Fiennes. Ganhou o prêmio AFI de melhor atriz coadjuvante no mesmo ano por seu papel como Lizzie na comédia romântica "Ainda Bem Que Ele Conheceu Lizzie", co-estrelada por Richard Roxburgh e Frances O'Connor.

Seu primeiro grande papel de visibilidade internacional foi como Elizabeth I da Inglaterra, em 1998 no filme "Elizabeth". Por esse papel, ela recebeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Blanchett perdeu para Gwyneth Paltrow por seu papel em "Shakespeare Apaixonado", mas ganhou um British Academy Award (BAFTA) e um Golden Globe Award (Globo de Ouro) de melhor atriz em filme de drama. No ano seguinte, Blanchett foi indicada a um outro prêmio BAFTA por seu papel de apoio em "O Talentoso Ripley".


Já como uma aclamada atriz, Blanchett recebeu uma série de novos fãs, quando ela apareceu em "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel", de Peter Jackson. Ela desempenhou o papel de Galadriel em todos os três filmes. A trilogia detém o recorde como a mais alta trilogia cinematográfica de todos os tempos.

Mais tarde, em 2005 Cate ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel de Katharine Hepburn no filme "O Aviador", de Martin Scorsese. Isso tornou Cate a primeira atriz a ganhar um Oscar por interpretar um artista vencedor do mesmo prêmio.

Em 2006 estrelou "Babel" ao lado de Brad Pitt, e "Notas Sobre um Escândalo", interpretando Sheba Hart e contracenando com Dame Judi Dench. Coincidentemente, Dench ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por interpretar a rainha inglesa Elizabeth I, no mesmo ano, Blanchett perdeu por interpretar a mesma figura histórica, embora em uma categoria diferente. Blanchett recebeu sua terceira indicação ao Oscar por seu desempenho no filme (Dench também foi indicada ao Oscar).

No filme Indiana Jones e o
Reino da Caveira de Cristal
Em 2007, ganhou o prêmio Volpi Cup de melhor atriz no Festival de Cinema de Veneza e um Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante, por retratar uma das seis encarnações de Bob Dylan no filme "Não Estou Lá" de Todd Haynes e reprisou o seu papel como Elizabeth I na sequência de Elizabeth intitulada "Elizabeth: A Era de Ouro). Na 80ª cerimônia do Oscar, Blanchett recebeu duas indicações, incluindo Melhor Atriz por "Elizabeth: Elizabeth: A Era de Ouro" e Melhor Atriz Coadjuvante por "Não Estou Lá", tornando-se apenas o 11º ator a receber duas candidaturas no mesmo ano, e a primeira atriz a receber outra indicação por reprisar um papel.

Em 2007 Blanchett foi nomeada pela revista TIME como uma das 100 pessoas mais influentes em todo o mundo e também uma das mais bem sucedidas atrizes pela revista Forbes. Atuou no filme "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", como a agente da KGB Cel. Dra. Irina Spalko.

Em 5 de dezembro de 2008 Blanchett foi honrada com uma estrela na Calçada da Fama no Hollywood Boulevard, em frente ao Grauman's Egyptian Theatre.

Filmografia

1994 Police Rescue
1996 Parklands
1997 Oscar and Lucinda
1997 Ainda Bem que Ele Conheceu Lizzie
1997 Um Canto de Esperança
1998 Elizabeth I
1999 O Talentoso Ripley
1999 Pushing Tin
1999 O Marido Ideal
1999 Bangers
2000 O Dom da Premonição
2000 Porque os Homens Choram
2001 Chegadas e Partidas
2001 Paixão Sem Fronteiras
2001 O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
2001 Vida Bandida
2002 O Senhor dos Anéis: As Duas Torres
2002 Paraíso
2003 O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei
2003 Desaparecidas
2003 Sobre Café e Cigarros
2003 O Custo da Coragem
2004 O Aviador
2004 A Vida Marinha com Steve Zissou
2005 Sob o Efeito da Água
2006 Notas Sobre um Escândalo
2006 O Segredo de Berlim
2006 Babel
2006 Stories of Lost Souls
2007 Elizabeth: A Era de Ouro
2007 Não Estou Lá
2007 Chumbo Grosso
2008 O Curioso Caso de Benjamin Button
2008 Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
2010 Robin Hood
2011 Hanna
2012 O Hobbit: Uma Jornada Inesperada


Fonte: Wikipédia.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Mais uma da "máquina de fazer doido"

O amigo me conta que, mais do que nunca Tia Zulmira está de parabéns, por ter apelidado a televisão de “máquina de fazer doido”. Embora o apelido seja óbvio, eu perguntei:

— Por quê?

E ele:

— Minha filha!

— Ficou doida?

— Está caminhando para isso. Ela só fala em linguagem de televisão. Eu já proibi que ela visse até os programas em que Dom Hélder Câmara tenta explicar à gente que é mais bonzinho que nós, mas quem pode evitar que uma criança veja televisão? Enquanto eu estou em casa ela obedece, mas... e quando eu não estou? ou então: e quando ela está na casa da avó?

E o amigo conta coisas como esta:

— Ontem, ela saiu com a empregada para comprar macarrão para o almoço. Quando eu a vi saindo, perguntei onde ia e ela me respondeu cantando, com aquela musiquinha terrivelmente imbecil do Bat Masterson: — “Vou com a copeira lá na rua / Comprar coisas pra refeição / Na hora de botar na mesa / Bote macarrão / Bote macarrão”.

— Que idade ela tem? — perguntei.

— Doze anos.

— E fez o versinho na hora, inspirada em Bat Masterson?

—Fez

— Então o caso á grave.

— Gravíssimo — superlativou o amigo, arregalando os olhos — Uma criança que se inspira em Bat Masterson para fazer uma gracinha para o pai, é um futuro debilóide da Pátria.

Concordei, com ar grave, e ele esclareceu que esse é um exemplo em muitos. A televisão está fazendo doido em série, que nem os americanos faziam “jeep”, durante a guerra. E contou mais esta:

— Ontem, eu cheguei e, quando ela ouviu barulho de passos na sala, perguntou lá de dentro se era eu. Quando obteve a resposta afirmativa, veio de lá, falando com voz de locutor sensacionalista: “Naquela tarde de agosto da década de trinta, protegida por Elliot Ness e os federais, a menina foi até à sala disposta a dar um beijo no Papai.

Abraçou-o e deu o beijo. Depois fez uma rajada de metralhadora imaginária com a boca: tá-tá-tá-tá-tá... e caiu “morta” no tapete.


Fonte: Jornal "Última Hora", de 03/09/1963 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta.

Aftas: o que é, causas e tratamento

Elas atrapalham na hora das refeições e causam incômodo ao longo do dia. As aftas são úlceras na mucosa da boca que, apesar de não serem perigosas, precisam de cuidados básicos para cicatrizar.

No entanto, uma quantidade muito grande de aftas ou mesmo as que persistem por muito tempo precisam ser investigadas porque podem indicar uma queda de imunidade causada por algum outro problema mais sério no corpo.

José Henrique de Oliveira, cirurgião-dentista e diretor de operações e credenciamento do INPAO Dental, explica os principais sintomas da afta e qual a melhor forma de tratar o problema.

O que é

“Aftas são úlceras (machucados) encontradas na boca. Normalmente pequenas – com aproximadamente 0,5 cm – elas são esbranquiçadas e cercadas por uma área avermelhada”, afirma o especialista. Podem aparecer na região da língua, bochechas e gengivas.

Causas

Segundo Oliveira, as causas da afta ainda são incertas. “Os especialistas acreditam que estejam ligadas ao sistema imunológico, bactérias ou mesmo a algum tipo de vírus”, explica. Além disso, fatores como o estresse, trauma, alergias, cigarro, deficiências de ferro ou vitaminas, alimentos ácidos e tendências genéticas também tornam a pessoa mais susceptível às aftas.

Sintomas

“O principal sintoma da afta é a dor local. A região costuma ficar bastante dolorida, dificultando a alimentação e a fala”, diz Oliveira. Os pequenos machucados costumam ser esbranquiçados e ter uma área avermelhada em volta.


Fonte: http://www.lakevillas.com.br/noticia/10749

Glutamato monossódico

O glutamato monossódico, também conhecido como glutamato de sódio ou MSG (em inglês: monosodium glutamate), é o sal sódico do ácido glutâmico, um dos aminoácidos não essenciais mais abundantes que ocorrem na natureza. É usado como realçador de sabor em alimentos industrializados, como bolachas e salgadinhos. Ele também pode ser usado como um tipo de tempero.

É feito de proteína vegetal hidrolisada ou da fermentação da glicose. O problema é que, embora ele tenha sido liberado por órgãos como o FDA (Food and Drug Administration, que supervisiona a produção e o comércio de alimentos e drogas nos EUA), há estudos que o associam à obesidade.

"Nossas descobertas sugerem que quem tem um alto consumo dessa substância apresenta risco elevado de desenvolver sobrepeso ou obesidade", explica o professor Ka He, da Universidade da Carolina do Norte, EUA.

Há ainda evidências de que o glutamato também possa desencadear crises de enxaqueca, reações alérgicas e até mesmo câncer. Os estudos ainda não são conclusivos, mas, em todo caso, é sempre bom moderar o consumo.

A invenção do MSG 

O professor Kikunae Ikeda isolou o ácido glutâmico como uma nova substância de gosto em 1908 a partir da alga marinha Laminaria japonica, kombu, através de extração aquosa e cristalização, e chamou seu gosto de umami. Ele notou que o caldo japonês de katsuobushi e kombu tinha um gosto peculiar que não tinha sido descrito cientificamente naquela época e era diferente de doce, salgado, azedo ou amargo.

Para verificar que o glutamato ionizado era responsável pelo gosto umami, o professor Ikeda estudou as propriedades de gosto de vários sais de glutamato como glutamato de cálcio, potássio, amônio e magnésio. Todos os sais provocaram o gosto umami além de um certo gosto metálico devido aos outros minerais.

Entre esses sais, o glutamato de sódio era o mais solúvel e saboroso e cristalizava facilmente. O professor Ikeda chamou esse produto de glutamato monossódico e apresentou uma patente para produzí-lo. Os irmãos Suzuki iniciaram a produção comercial de MSG em 1909 como AJI-NO-MOTO®, que significa "a essência do sabor" em japonês. Foi a primeira vez que o glutamato monossódico foi produzido no mundo.



Fontes: Mundo Estranho; Wikipedia.

Por que soluçamos?

O soluço é uma contração involuntária do diafragma - músculo que separa o tórax do abdome, localizado logo abaixo do pulmão. Esse músculo, responsável pelo controle da respiração, é acionado pelo chamado nervo frênico, também relacionado com o soluço. 

A contração costuma ocorrer várias vezes seguidas, separadas por um curto intervalo de tempo (às vezes, menos de um segundo) e pode se prolongar por vários dias.

Elas são seguidas de um fechamento repentino da glote (espécie de tampa da laringe) que corta subitamente a passagem de ar da boca para os pulmões e faz vibrar as cordas vocais, provocando o som característico do soluço.

Sua principal causa é a irritação do nervo frênico - mas, na maioria das vezes, não é possível identificar o que causou essa irritação. "Sabemos que mudanças abruptas de temperatura desencadeiam soluços.

Outra causa pode ser uma irritação do esôfago (a entrada do estômago)", afirma o clínico geral do Hospital das Clínicas de São Paulo, Arnaldo Lichtenstein. Uma das principais causas dessa irritação é um refluxo de ácido estomacal, que ocorre, por exemplo, numa hérnia de hiato (orifício de passagem, no esôfago, entre o tórax e o estômago). Nesse caso, o ângulo fechado que serviria de impedimento para o refluxo se desfaz e o ácido acaba atacando o esôfago. A irritação, por sua vez, faz o nervo frênico disparar a contração do soluço.

Não é lenda que um bom susto pode curar um ataque de soluços, pois faz o organismo liberar adrenalina, que ativa o nervo frênico, fazendo-o interromper as contrações. Mas um copo de água gelada, que tem o mesmo efeito, também pode ajudar.

Reflexo incontrolável - Irritações são a principal causa do soluço - que, uma vez disparado, pode durar horas e até dias.

1. A irritação do esôfago (na boca do estômago) é uma das causas mais comuns do soluço.

2. O reflexo é disparado pelo nervo frênico, que aciona a contração do diafragma (plexo solar). A contração se repete seguidas vezes - podendo durar até mais que um dia.

3. Com a contração do diafragma, a laringe (na garganta) se fecha, prendendo o ar. Esse segundo reflexo faz as cordas vocais vibrarem, causando o ruído típico do soluço.


Fonte: Mundo Estranho

sábado, 2 de novembro de 2013

Maconha via aérea

Depois vocês dizem que a gente inventa, olha só. Diz que o diretor da Penitenciária andava besta com o consumo de maconha no interior da dita. Havia uma vigilância impressionante, guarda pra tudo que era canto, um pelotão de homens designado para revistar os suspeitos, um pelotão de mulheres para revistar as suspeitas (e o uso de mulheres era para as suspeitas não dizerem depois que tinham sido revistadas na base da bolinação), havia um vigia em cada canto mas qual... virou mexeu, um guarda apanhava um detento maconhado.

— Quem foi que lhe trouxe a maconha? — perguntava o diretor.

E vocês pensam que o maconhado contava? Aqui ó...

Até que, noutro dia, espiando pela janela do seu gabinete, o diretor viu diversos papagaios de papel fino, em lindo colorido, esvoaçando no céu. Ficou olhando e ele achando bacaninha talvez a se lembrar do seu tempo de criança pois — embora possa parecer exagero — até mesmo um diretor de penitenciária já foi criança.

Dias depois o diretor olhou de novo pela janela e notou que havia mais papagaios esvoaçando, quando era hora dos detentos estarem no pátio. Achou aquilo estranho e ficou de olho.

Vanja vai Vanja vem, no dia seguinte foi a mesma coisa. Um papagaiozinho empinado aqui, outro lá longe, mas quando chegou a hora dos detentos irem pro pátio tomar sol, começou a subir papagaio, vindo do Morro de S. Carlos, que fica por trás da penitenciária e vai se derramar ali prós lados do Largo do Estácio, onde nasceu a primeira escola de samba, chamada "Deixa Falar", mas isto é musicologia e fica pra mais tarde.

O diretor ficou besta com tanto papagaio que subia e — de repente — arrebentava a linha e ia cair no pátio:

— Isto é contrabando de maconha — pensou o distinto.

Desceu e ficou esperando.

Um papagaio amarelinho com listinhas azuis estava lá no alto, indo e vindo. De repente a linha arrebentou e ele encolheu o rabo e veio em lindo estilo folha-seca, cair dentro da penitenciária. O diretor correu, apanhou o papagaio... tava pesado de maconha.

Agora, na Penitenciária do Estado, além dos departamentos existentes, acaba de ser fundado mais um: Departamento de Caçador de Papagaio de Papel.


Fonte: Jornal "Última Hora", de 20/09/1963 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta.

Ainda a salvação através do urubu

Pois, irmãos, foi aquele camarada em Santos exportar urubu para a Europa e todo mundo aderir ao urubu (vide, inclusive, nota no noticiário da Pretapress, fofocalizando o assunto). Conforme disse Tia Zulmira, sem se esquivar ao trocadilho — à cuja prática se dá um tanto bissextamente: “tá todo mundo urubusservando o bicho”.

Ontem um matutino da imprensa sadia, desses metidos a austeros, deu farta cobertura ao urubu. Diz que o urubu é o nome vulgar das aves falconiformes, família das vulturídeas, tribo das sarcorrafíneas, do gênero “Cathartes Illig”, enfim, puxa-saco às pampas do urubu. E chega a lembrar que, no Paraguai, costumam chamar o urubu de “gallinazzo”, o que não deixa de ser um desrespeito à miséria alheia. No Paraguai, pobre república, na mão de alguns “gorilas” desonestos, eles chamam urubu de “gallinazzo” para terem a ilusão de que são de galinha os ovos de urubu que usam no omelete.

No Brasil (e isto é uma velha história) é proibido matar urubu, porque existe a lenda de que ele ajuda a lavoura. Ora, o urubu sempre foi uma ave pestilenta, transmissora de moléstias e outras coisas, e o fato de ser considerado bom para a lavoura é mais uma prova de que se deve, o quanto antes, fazer a reforma agrária (ou do urubu, se a agrária continuar na mão dos deputados).

Mas deixa isso pra lá. O importante, no caso, é a exaltação do urubu. A. turma anda tão seca por dólares que bastou quatro urubus a 27 dólares para os fundos monetários nacionais, pra ficar tudo adulando o bicho, que vem de ganhar até heráldica e anotações de árvore genealógica num matutino dirigido por uma condesse (veja a importância assumida repentinamente pelo urubu).

Como não entro em frias sem consultar Tia Zulmira, estive ontem no casarão da Boca-do Mato, perguntando a velha o que é que ela acha do urubu:

— Animal humaníssimo, se me permite o termo — falou a sábia macróbia. Tem seus vícios, mas quem não os tem? Taí o Jânio Quadros que não me deixa mentir.

E explicou que, do duro mesmo, só existem cinco espécies de urubu, no Brasil: o urubu-campeiro, que é o trouxa da nação e leva uma vida de lavrador, o urubu-gameleira, que é omisso e fica no galho esperando a situação melhorar, o urubu-ministro, que sempre entra em fria, o urubu-peru, assim chamado porque está sempre peruando, como certos políticos nacionais, e o urubu-rei, que de vez em quando é eleito e vai passar uma temporada no Palácio da Alvorada.


Fonte: Jornal "Última Hora", de 06/09/1963 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta.

Urubu: uma nova fonte de divisas

A notícia dada em primeira mão pelo telejornal da TV Excelsior e que terminava com a aparição de Chico Anísio caracterizado em Urubulino, o que aliás levou muita gente a pensar que a notícia fosse de brincadeirinha, acaba de ser confirmada pelo próprio envolvido nela, o Sr. Gunter Scherer Wahling, estabelecido em Santos e que acaba de se tornar o primeiro exportador de urubu do Brasil, cuíca do mundo.

Sim, irmãos, o Brasil já exporta urubu, embora ainda em pequena escala, talvez por causa do retraimento do mercado consumidor. O distinto acima citado, enviou para o Amsterdam quatro urubus brasileiros, muito bem nutridos o que não chega a ser um contrassenso, pois se há alguém no Brasil que não tem o menor problema de nutrição é o urubu.

O exportador de urubu estreou no interessante ofício ao receber um pedido de remessa de urubu, feito pelo Jardim Zoológico de Amsterdam, que queria dois casais da dita ave, para sua coleção. O Sr. Wahling esteve na CACEX e tirou licença sem a menor dificuldade, o que nos deixa a impressão de que já havia uma tabela adrede preparada para exportação de urubu, do contrário o caso teria que ser estudado, como aconteceu com um personagem de Eça de Queirós, que recebeu de um amigo no Egito, uma múmia e, como na Alfândega de Portugal não havia tabelamento para importação de múmia, ele quebrou o galho pagando direitos de arenque defumado, que era a coisa mais parecida com múmia que havia na relação de taxas para direito de importação.

Eis, portanto, que a primeira coisa estranha é a presteza da CACEX em licenciar urubu. Mas outras há. Por exemplo, entrevistado pelos coleguinhas da imprensa o exportador conta que, concedida a licença “contratei alguns caçadores especializados, que não tiveram dificuldade para localizar a mercadoria nas matas vizinhas”. Donde se conclui que existem caçadores especializados de urubus, coisa que ninguém suspeitava.

Assim, de tudo fica uma esperança de melhorar nossas divisas no exterior. Cada urubu foi vendido por 24 florins, o que dá um total de 96 florins ou — em dólares — US$ 27 ou ainda — em cruzeiros — Cr$ 27 mil.

Considerando-se o valor do dólar e a quantidade de urubus do país, lá salva a Pátria.


Fonte: Jornal "Última Hora", de 05/09/1963 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta.

Conto policial

Tia Zulmira agora deu pra isso: virou uma espécie de Agatha Christie da Boca do Mato e resolveu escrever contos policiais. Tá na cara que a sábia parenta tem, sobre sua coleguinha citada, a vantagem de não ser inglesa metida a nobre, que é gente mais mascarada do que — por exemplo — dono de armazém de secos e molhados, quando o Vasco é campeão.

De mais a mais, a cultura da experiente macróbia é tal que compará-la a uma simples Agatha Christie é até falta de respeito. Deus nos livre de ela vir a saber que seu sobrinho fez a comparação. Ficaria tão magoada que poucas possibilidades teríamos de frequentar o suculento breakfast de sua aprazível mansão, pelo menos no correr deste resto de 1961, tempo bastante para arrefecer seu amuo.

Mas deixemos de conjeturar possibilidades e firmemos o assunto no terreno fértil dos acontecimentos. A velha resolveu escrever contos policiais e, ainda ontem, durante a farta distribuição de "mãe-benta" que ela fez ao café, roubamos um desses contos que por sua vez, confessa ela, foi roubado de uma idéia do coleguinha panamenho Roque Laurenza. Tal como em filme de Hitchcock, em geral chatíssimos, ninguém pode entrar na sala de projeção depois do conto começado. É que Tia Zulmira é de uma sutileza bárbara e o conto — para ser entendido — precisa de duas coisas: que o leitor seja atento e, de preferência, que não seja débil mental.

"Eram mais ou menos 2 horas da madrugada, quando a porta se abriu e uma lufada de vento entrou pela sala, espalhando os papéis que estavam sobre a mesa. Atrás do vento entrou um homem horrível, com cara de macaco, orelhas grandes e cabeludas. Seu olhar era de faminto e sua expressão era a de um louco. Imenso, deu dois passos em direção ao dono da casa e, estendendo a mão enorme, disse com voz rouca:

— Eu quero comer.

O escritor, que estava escrevendo em sua pequena máquina portátil, levantou-se apavorado e caiu no chão, fulminado por um ataque cardíaco. Aquele que entrara tão abruptamente, ficou indeciso no meio da sala, sem saber se pisava no tapete imaculadamente limpo com seus sapatos cambaios e sujos de barro, se socorria o outro ou se dava o fora. Acabou optando pela última hipótese: atravessou a sala, apanhou um prato cheio de sanduíches, que estava ao lado da máquina de escrever, e saiu correndo, sem ter o cuidado de fechar a porta.

No dia seguinte, pela manhã, a empregada encontrou o cadáver do escritor e chamou a Polícia. Pouco tinha a declarar. Ao comissário Jeff Thomas (famoso na localidade por jamais ter descoberto nenhum criminoso), explicou que chegara pela manhã, para o serviço, e encontrara o patrão morto. Trabalhava para ele havia mais de um ano e pouco sabia a seu respeito. Era escritor de contos de terror, que uma empresa americana editava com êxito. Sofria do coração e era um homem excêntrico. Morava sozinho naquela casa afastada da cidade e só recebia, de raro em raro, a visita do editor ou do médico, que o examinava regularmente. Não parecia ter inimigos, mas estava sempre com ar soturno, como a imaginar os personagens de seus contos misteriosos.

Jeff Thomas botou o cachimbo apagado no bolso (nunca fumava; usava cachimbo porque ouvira dizer que todo policial inglês usa cachimbo), agradeceu à empregada os esclarecimentos prestados, que, por sinal, não esclareciam nada, e pegou o laudo médico que o legista acabara de assinar. Lá estava: morte natural (colapso cardíaco). Jeff sentiu que o caso estava encerrado. Embora estivesse certo de que alguém entrara naquela sala antes da empregada. O tapete sujo de lama (fora limpo na véspera, segundo a empregada), a porta escancarada, mesmo com o frio que fizera na noite anterior, o desaparecimento de um prato cheio de sanduíches, que a empregada garantiu que colocara ao lado da máquina do escritor — tudo isso lhe dava a certeza de que, naquele caso, havia um mistério qualquer.

Jeff gostava de ser detetive, mas não gostava de se chatear. O homem morrera do coração, não havia suspeitos, logo o melhor era mandar o corpo para o necrotério e avisar a família. Deu esta ordem aos seus auxiliares e — apenas por desencargo de consciência — apanhou o papel que estava na máquina de escrever, para juntar ao relatório que seria obrigado a fazer. Eram as últimas palavras escritas pelo escritor falecido. Jeff leu e não deu qualquer importância.

Era, por certo, o início de mais uma história de terror e começava assim:

"Eram mais ou menos 2 horas da madrugada, quando a porta se abriu e uma lufada de vento entrou pela sala, espalhando os papéis que estavam sobre a mesa. Atrás do vento entrou um homem horrível, com cara de macaco, orelhas grandes e cabeludas. Seu olhar era de faminto e sua expressão era a de um louco. Imenso, deu dois passos em direção ao dono da casa e, estendendo a mão enorme, disse com voz rouca:

— Eu quero comer."


Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.