segunda-feira, 30 de abril de 2012

Beatriz Costa, a vedete de dois países

– Me pega no colo!...

Pega-me ao colo é uma frase simples, infantil. Mas se quem a diz é Beatriz Costa, que feito menina mimada pede colo aos espectadores, a tal frase simples entra no vocabulário popular, passa a ter os mais inesperados significados. E uma revista que se vai estrear, nesse ano de 1938, terá  inevitavelmente como título Pega-me ao colo.

Beatriz Costa nasceu Beatriz da Conceição em 14 de dezembro de 1907, em Portugal, numa aldeia chamada Charneca do Milharado, relativamente perto de Lisboa. 

Aos 15 anos estreou, com o apoio da família, como corista do teatro de revista, em Chá com Torradas, no Éden Teatro de Lisboa, seguindo em excursão com a companhia para o Alentejo e para o Algarve. Foi o famoso revisteiro Luís Galhardo quem a batizou com o nome artístico de Beatriz Costa.

Em 1924, ela já estava atuando no Teatro Maria Vitória de Lisboa, na revista Rés Vês e sendo preparada para fazer números mais importantes, pois a mocinha levava muito jeito e evoluía rapidamente.

No dia 24 de julho de 1924 embarcou, com a companhia, no navio Lutelia rumo ao Brasil. Ficou aqui até 1926. Estreou no Rio de Janeiro com as revistas Fado Corrido e Tiro ao Alvo. Pela sua graça e interpretação foi bem recebida pelo público e pela imprensa carioca. Consolidou seu nome e sucesso com revistas e operetas como Piparote; Disparate; Aqui d’el Rei; O 31; De Capote e Lenço; Tintim por Tintim; O Gato Preto; As 11 Mil Virgens; Rataplan.

No entanto, não foi dessa vez que Beatriz Costa ficou no Brasil. Voltando a Portugal, com reputação de grande artista, passou por várias companhias ao lado de renomados artistas, como Nascimento Fernandes, Manoel de Oliveira e Eva Stachino, quando obteve grande popularidade com o número D. Chica e Sr. Pires, ao lado de Álvaro Pereira.

Em 1927, talvez influenciada pelo furor que o corte à la garçonne de Margarida Max provocou, Beatriz Costa estreou no cinema, com um novo corte de cabelo que se tornaria sensação entre as mulheres: o franjão. A partir daí, como se diz em Portugal, toda a gente sabe o que significa ter uma franja à Beatriz Costa.

A sua segunda visita ao Brasil foi com a companhia portuguesa de Eva Stachino, em 1929. Novamente, a imprensa noticiou o sucesso da atriz, relembrando sua passagem pela América do Sul. Em solo brasileiro, o grupo apresentou a revista Pó de Maio; Lua de Mel; Meia-noite; Carapinhada e A Mouraria, entre outras. Após as apresentações em São Paulo, foi convidada por Procópio Ferreira a integrar a companhia de comédias do ator, mas recusou a proposta.

De volta à Europa, Beatriz Costa fez um documentário chamado Memórias de uma Atriz, contando episódios de sua carreira.

Mas era o teatro a sua grande motivação: "Acordada ou dormindo, o meu sonho constante era o teatro. Absorvia-me todos os pensamentos. Das minhas pupilas não se apagava o fulgor das apoteoses, a atitude, o sorriso, a plástica das estrelas".

Sua atuação no teatro português continuava intensa. Trabalhou, também, com a famosa atriz Corina Freire e atuou nas revistas A Bola; Pato Marreco; O Mexilhão; Pirilau.

Em 1936, estrelou a peça Arre Burro, com grande sucesso.

Em 1939, Beatriz Costa retornou pela terceira vez ao Brasil, dessa vez para uma temporada que se prolongou por 10 anos, a qual considerou os melhores anos da sua vida. Trabalhou durante muito tempo no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro.

Considerada uma sedutora de plateias, Beatriz Costa divertiu o público carioca e se firmou como uma profissional da alegria, como ela mesma se intitulou em livro autobiográfico: "Nunca gostei de contar a minha vida a estranhos… É mais do que isso… É um livro de verdades duras, que conta muito do que se tem passado comigo, para lá da cortina de seda… Profissional de alegrias... é natural que não me detenha em episódios dramáticos".

Do alto de seu 1,53 m de altura, a vedete dos dois países somou o amor do público português ao do brasileiro e construiu uma trajetória digna de respeito.

Morreu aos 88 anos, em 15 de abril de 1996, em Lisboa.

Fonte: As Grandes Vedetes do Brasil - de Neyde Veneziano.

Pepa Ruiz

Josefa Maria do Rosário de La Santíssima Trindad Ruiz Puebla era espanhola de Andaluzia e nasceu em 13 de agosto de 1904. Seu apelido desde criança era Pepa, apelido de todas as Josefas espanholas.

Quando tinha 8 anos, Pepa e a família se mudaram para Portugal, porque o pai, Don José, morreu em Cuba e a família estava com problemas financeiros. Em Lisboa, Pepa estudou dança, impressionou os professores, ganhou prêmios e foi enviada de volta à Espanha para estudar com uma famosa coreógrafa.

Com o fim da Primeira Guerra, voltou a Lisboa, onde estreou profissionalmente como bailarina na ópera Aida, estrelada pelo famoso tenor Tito Schipa. Usou o nome artístico Pepa Ruiz.

Aos 16 anos, já era bailarina, atriz e, também, coreógrafa. Casou-se com Artur Rosa Mateus, ator e bailarino (e futuro dramaturgo e maestro) do teatro de revista. Nesse mesmo ano, veio ao Brasil, para se apresentar no Teatro Recreio, com Salada Russa. Ao final da temporada, Pepa, grávida, desmanchou seu casamento e resolveu ficar por aqui.

Em janeiro de 1921, estreou, como atriz e bailarina, na revista carnavalesca Reco Reco, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Menezes, no Teatro São José, ao lado de Otília Amorim, Alfredo Silva e Pinto Filho. A peça foi um sucesso e Pepa, como bailarina, foi chamada de Pavlova Brasileira.

Atuou na reprise do estrondoso sucesso O Pé de Anjo. Em março de 1921, nasceu seu filho Roberto Ruiz que, anos mais tarde, se tornaria um grande revistógrafo. Pepa voltou aos palcos na revista portuguesa De Capote e Lenço. Foi elogiadíssima pela crítica e fez carreira extensa em revistas, como, por exemplo, Água no Bico!..., sucesso da temporada junho/julho, no Teatro Carlos Gomes.

Com sua popularidade em alta, houve certa confusão com a outra Pepa Ruiz, que anos antes havia sido a maior estrela do teatro de revista brasileiro. A velha Pepa, já doente, quis conhecer a nova. O encontro se deu no Hotel Avenida, onde residia a estrela do passado. Fumando um charuto, a velha Pepa conversou com a moça. Descobriram, além da mesma paixão, outras coincidências como o mesmo nome José (Pepe) de seus pais.

Pepa assinou contrato com a prestigiada atriz caricata Alda Garrido e experimentou um novo gênero: a burleta. Além de atuar com Alda Garrido, participou das companhias de revistas de Otília Amorim e Margarida Max. Fez Amendoim Torrado (1925); Amor sem Dinheiro (1925); Turumbamba (1926); Ilha de Amores (1926); Quem Manda é o Coronel (1926); Olha à Direita, entre outras. Seu grande sucesso foi Luar de Paquetá (1924), de Freire Jr., onde lançou a famosa marcha-rancho de mesmo título.

Aos 30 anos, já era uma das mais requisitadas atrizes de nosso teatro (musical e declamado). Trabalhou com Procópio Ferreira em Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, com a Companhia de Vicente Celestino, e fez várias revistas com Aracy Côrtes e outros famosos.

Na década de 1940, depois de fazer revistas com Beatriz Costa e Mesquitinha, fez sucesso como atriz no teatro declamado. Incursionou, inclusive, pelo rádio. A partir de 1951, voltou a Portugal como empresária de companhias brasileiras. Levou Alda Garrido para Lisboa, viajou por diversos países, atuando, administrando, comandando. Administrou as companhias de Aimée e Joana D´Arc.

Organizou, em 1957, uma excursão da Cia. Brasileira de Revistas pela Europa e países de língua portuguesa na África. O sucesso foi absoluto. Pepa Ruiz liderava o elenco composto por Antônio Spina, Berta Loran, Gracinda Freire, Almeidinha e outros. Durante todo o ano de 1957 fizeram temporada africana.

Em 1958, estrearam em Portugal, com a revista Fogo no Pandeiro, de Max Nunes, J. Maia e seu filho Roberto Ruiz. Os autores escreveram ainda mais três peças especialmente para a companhia. Ao fim da excursão pela África e Portugal, fez nova ida à Europa indo à Espanha, França e Alemanha, contratando artistas brasileiros e os promovendo nesses países.

Pepa Ruiz, além de estrela da revista, foi uma mulher comprometida com o teatro brasileiro. Pelo seu incessante trabalho como atriz e empresária era muito querida no meio artístico.

Em 1959, ao completar 40 anos de carreira, foi homenageada no Teatro Carlos Gomes. Na ocasião, estiveram presentes mais de cem atores e personalidades teatrais, num desfile artístico até então inédito: Oscarito, Aracy Côrtes, Aimée, Pascoal Carlos Magno, Dercy Gonçalves, Jayme Costa, Manoel Pera, Mário Lago, Procópio Ferreira, Rodolfo Mayer, Vicente Celestino e tantos outros.

Nos anos seguintes, consolidou a carreira de administradora. Encarregou-se das companhias de Eva Todor e também de Dercy Gonçalves.

Em 1977 foi nomeada administradora do Teatro Dulcina, que o SNT recém adquirira. Ela ocupou esse cargo até sua morte, em 26 de dezembro de 1990.

Fonte: As Grandes Vedetes do Brasil - de Neyde Veneziano.

A arma do crime

Foi em São Paulo. Aqui o jornal diz que Isaura Specca Pinto registrou a queixa na Polícia, depois de ter recebido socorro médico. Fora atacada pelo seu amásio (em notícia de fato policial o distinto é sempre amásio e nunca amante. É um truque lá dos coleguinhas). O amásio é o vigia de obra Herculano de Sousa Martins.

Para que vocês não fiquem imaginando que a gente inventa essas coisas, vão aqui outros dados importantes. O casal vivia (vai no passado porque a reconciliação vai ser difícil) na Rua "L", número 4-B, em Vila Medeiros, jurisdição da 19.a Delegacia.

Agora o caso. Foi assim: Herculano tinha lá suas razões para ofender Isaura com palavras de baixo calão (xingamento de nome de mãe, provavelmente) e Isaura achava que não ficava bem o amásio estar espinafrando assim seus antepassados.

Vai daí — palavrão vai, palavrão vem — pegou a arma que estava escondida debaixo da cama e agrediu Herculano. Este, mais robusto pouquinha coisa, desarmou-a e passou a usar a arma contra ela, e com tal apetite que Isaura foi parar no Hospital e Herculano deu no pé.

Mas, nas suas declarações em Distrito, onde foi aberto inquérito já relatado e enviado ao Fórum, Isaura foi mais explícita. Aqui está como saiu no jornal: "Isaura acusa o seu amásio Herculano de tê-la agredido a golpes de urinol, no interior de sua residência.

Esclareceu que quem empunhava o vaso noturno (bonito nome para uma valsa: vaso noturno), a princípio, era ela. Mas Herculano, mais forte, desarmou-a (diria melhor se dissesse 'desurinolizou-a') e passou a desferir seguidos golpes, ferindo-a bastante."

Vejam vocês que coisa prosaica. E ainda há quem diga que amantes vivem melhor que cônjuges. A senhora aí, madame, já imaginou se isto acontece com a senhora? Já imaginou depois, no Fórum, o interrogatório, com o Juiz empunhando a arma do crime? Que coisa prosaica, não é, dona?

 Como disse? Com a senhora não haveria perigo? Por quê? Debaixo da cama não"tem vaso noturno? Ah tem?

Já compreendemos, madame. Em cima da cama é que não costuma ter ninguém. Antes assim, dona. Melhor sozinha com o vaso noturno do que mal acompanhada.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu  - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Somos bons de banho

Se fosse reportagem dessas revistas que ficam por aí batalhando pela exaltação do medíocre, ainda não levaríamos a sério. Mas trata-se de mensário norte-americano, dos mais metidos a besta. Nele é que está a reportagem sobre os costumes da higiene entre os povos, reportagem que chega a surpreendentes (lá pra eles, americanos) conclusões.

Segundo o que juntaram as estatísticas, entre os povos ditos civilizados, apenas os sulamericanos — e assim mesmo não é em todos os países desta América — possuem um balanço de mais de 50 por cento da população que se dá ao hábito do banho diário.

Vejam vocês que bonitinho: o Brasil figura na coisa. A gente, isto é, metade da gente se dá ao luxo do banho diário, num país onde as cidades principais sofrem de permanente falta dágua. Não é lindo? Você aí, toma banho todo dia? Sentiu bem! A senhora lá, também se dá ao ensaboado de 24 em 24? Perfeito, madame. Aliás, basta olhar para ver que a senhora tá limpinha.

Mas há os que se fazem de "estrangeiros", isto é, falcatruam o banho diário, prejudicando a estatística a favor do Brasil. O mensário não diz se a gente também é campeão mundial de banho, mas faz referências muito elogiosas ao povo brasileiro. Logo se não tivesse essa turma aí que faz que esqueceu de tomar banho, ou certas pessoas preguiçosas, que tomam o chamado de assento, que — diga-se a bem da verdade — não é banho dos mais pródigos em remover impurezas; se não existisse essa turma — repetimos — e mais outros que escondem sob o olor forte das essências a verdade odorífica do suor, o Brasil bem que poderia guardar mais este honroso título universal: Campeão Mundial de Banho.

E isto, é preciso que se frise mais uma vez, é estatística séria, feita pelos norte-americanos, que, depois de chiclete e dólares, têm adoração pelas estatísticas.

Agora, uma outra coisa é preciso fazer sentir: não nos iludamos a respeito de tão decantada higiene. Afinal, higiene é como mulher... quanto mais, melhor. E tem muita gente pela aí que não faz jus ao título.

Nosso querido Primo Altamirando, por exemplo, arranjou uma namorada que só vai ao banheiro para outros afazeres. Banho com ela é em suaves prestações mensais. Mas o nefando parente é sutil. Noutro dia chegou lá na casa dela com um embrulhinho e disse: — "Trouxe um presente para você usar no pescoço. Adivinhe o que é."

E quando a coitada, na voz de ser para usar no pescoço, disse que devia ser um colar, Mirinho deu uma gargalhada e falou: "Errou, sua boba. É um sabonete.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu  - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A gripe e os exercícios físicos

É verdade que os exercícios reforçam a imunidade e previnem gripes e resfriados, tão comuns no tempo seco. Mas, se a doença já pegou você, nem sempre a melhor coisa é ir para a academia.

Veja o que defendem os especialistas do American College of Sports Medicine, principal instituição americana de medicina esportiva.

Pode

· Fazer 30 minutos de atividades moderadas em dias alternados se os sintomas são amenos e se resumem a dor de cabeça, nariz escorrendo ou tosse.

· Voltar à ginástica quando estiver quase boa. "As endorfinas liberadas pelo exercício têm efeito analgésico e relaxante muscular, por isso ajudam a aliviar sintomas leves", explica o infectologista Artur Timerman, de São Paulo.

· Ficar na cama se a dor se espalhar além da cabeça. Ou seja, se tiver febre, infecção nas vias respiratórias (nariz, laringe, faringe, pulmões), febre e dores no corpo, descanse.

Não pode

· Malhar até transpirar, o que não vai expulsar vírus e bactérias e curá-la. "Forçar o corpo além do limite pode agravar sua condição, que está sensível", avisa o médico.

· Retomar os treinos logo depois de sair de uma gripe forte. O ideal é esperar pelo menos duas semanas e voltar aos poucos. "Escutar o corpo é a melhor coisa. Se você se sentir mal na aula, pare na hora", aconselha Timerman.

Fonte: Boa Forma/ M de Mulher

Benefícios da semente de linhaça

Atualmente ouve-se falar muito sobre os benefícios da semente de linhaça. Não por menos, a amiga da alimentação saudável é rica em fibras, portanto, melhora o trabalho do trânsito intestinal, além de possuir propriedades funcionais em sua composição.

De origem asiática é fonte de ácidos graxos ômega 3 e ômega 6, minerais e vitaminas.

Por isso, amplamente indicada por médicos e nutricionistas para atuar na prevenção do câncer de mama e na prevenção dos sintomas da menopausa.

Os benefícios da semente não param por aí. Estudos também comprovam eficácia na prevenção de doenças cardiovasculares, na renovação celular, além de atuarem no sistema imunológico.

Mas muitas pessoas têm dúvidas na hora de incluir a semente nas preparações do dia a dia. No cardápio, vai bem em bolos, tortas, sopas ou, ainda, em frutas, iogurtes, vitaminas etc. Uma sugestão bem prática e saborosa é utilizar a linhaça para empanar o salmão antes de assá-lo.

Fonte: Vila Mulher

Titanic: fatos e mitos


Muito se falou, nesses últimos 100 anos, sobre o naufrágio do célebre transatlântico, inclusive muita bobagem. Abaixo alguns fatos e mitos sobre essa tragédia:

1 - A champanhe amaldiçoada

Nos batizados de navios, se a garrafa de champanhe batida contra o casco não quebra de primeira, é um sinal de mau agouro. Isso teria ocorrido com o Titanic. Não procede. A White Star, dona do navio, não costumava realizar a cerimônia.

2 - Um concerto embaixo d`água

Uma das histórias sobre o Titanic fala na bravura e resignação dos músicos. Eles teriam tentado serenar os ânimos tocando valsas e mesmo um hino gospel durante o naufrágio. Jornais americanos e britânicos, com base em depoimento de passageiros e rumores, falavam até em acordes soando quando os músicos tinham água pela cintura. Historiadores como Richard Howells, autor de "O Mito do Titanic", apontam para impossibilidades físicas óbvias, como o fato de o navio estar adernando e prestes a se partir. Mas o fato de nenhum dos 13 músicos a bordo do Titanic ter sobrevivido deu carga dramática especial à história. O enterro do maestro Wallace Hartley reuniu 40 mil pessoas. O corpo de Hartley teria sido resgatado com o estojo do violino a tiracolo. Justiça seja feita, só ter tentado tocar já poderia ser considerado um feito heroico.

3 - Smith x Schettino

Diferentemente de Francesco Schettino, o infame capitão cuja pressa em abandonar o navio Costa Concordia deu fama à expressão vada a bordo..., os oficiais do Titanic não tiveram a honradez questionada. O comandante, Edward John Smith afundou com o navio. Smith, porém, pode ser comparado a Schettino no que diz respeito à habilidade no timão. O inquérito do naufrágio concluiu que o capitão foi imprudente ao não diminuir a velocidade depois de receber informações sobre a presença de icebergs na rota e ao permitir que os botes saíssem parcialmente ocupados, o que teria contribuído para a morte de pelo menos 500 pessoas, um terço das vítimas da tragédia.

4 - Ismay, o crápula

O Titanic não violou a lei ao zarpar com apenas 20 botes salva-vidas - suficientes para 30% do total de passageiros e tripulantes. A legislação britânica tinha como parâmetro navios de 10 mil toneladas, 5 vezes menores que o Titanic. O projetista do navio, Thomas Andrews, previu 64 botes. Seus planos foram vetados por J. Bruce Ismay, diretor da White Star, por causa dos custos e da estética: botes extras teriam de ser alojados no convés da 1ª classe. Ismay também teria ignorado a regra de preferência para mulheres e crianças ao se alojar num dos botes. Passou o resto da vida como pária e viajava incógnito em trens e navios.

5 - O navio que não afunda

A história do navio inafundável surgiu em publicações especializadas da indústria naval, depois de executivos da White Star terem ressaltado a preocupação com a segurança de cargas e passageiros na concepção do projeto.

6 - Drama para o cinema

Dorothy Gibson, assim como vários outros sobreviventes do Titanic, relatou o horror do naufrágio. Porém precisaria revisitar seus fantasmas pouco tempo depois de pisar terra firme. Ela estrelou "Salva do Titanic", filme lançado apenas um mês após a tragédia e uma produção que mexeu com a sanidade da atriz - nas filmagens, usou a mesma camisola que trajava quando embarcou num dos botes salva-vidas. Salva do Titanic, por sinal, nem de longe foi uma tentativa isolada de lucrar com o naufrágio. Mais de 100 produções cinematográficas ou televisivas sobre os acontecimentos da noite gelada de 15 de abril foram realizadas, incluindo a dirigida por James Cameron, o mais lucrativo filme da história. A arrecadação de US$ 1,8 bilhão aumentará este ano com a chegada da versão em 3D.

7 - A palavra "Titanic"

Titanic é a terceira palavra na língua inglesa mais reconhecida ao redor do mundo, atrás apenas de Deus (God) e Coca-Cola.

8 - Cofre cheio

Rumores de que os cofres do Titanic estavam cheios de ouro, joias e dinheiro alimentou a ambição de muitos caçadores de recompensas - afinal, diversos membros da alta sociedade europeia e americana estavam na 1ª classe. No entanto, em 1987, o cofre foi resgatado e aberto diante das câmeras de uma equipe de TV americana: nele havia um único bracelete de diamantes.

9 - Os sobreviventes

Assim como na final da Copa do Mundo de 1950, em que o Maracanã teria de ser várias vezes maior para abrigar todas as pessoas que alegam ter assistido à vitoria do Uruguai sobre o Brasil, é bem possível que o Titanic precisasse de mais espaço para os que supostamente perderam a viagem. Há casos verídicos, como o do italiano Guglielmo Marconi, dono das patentes do telégrafo e do rádio, que recebeu a oferta de bilhetes porque sua empresa prestava serviços à White Star. Ele viajou para Nova York 3 dias antes no Lusitania, que em 1915 seria afundado por um submarino alemão.

10 - Pressa do capitão

Os depoimentos dos sobreviventes não podem ser considerados ao pé da letra se levado em conta o estresse e a confusão. Adicione à mistura o afã da imprensa dos dois lados do Atlântico e está pronto um bolo de informações em que a licença poética não raramente ofuscou fatos. Exemplo? A pressa do capitão: a versão de que a negligência do comandante do Titanic foi alimentada pelo desejo de estabelecer um novo recorde para a travessia do Atlântico durante anos foi veiculada como uma das razões pelas quais o navio trafegava em alta velocidade numa zona cheia de icebergs. Mas o inquérito que investigou o desastre concluiu que o Titanic seguia a 22 nós no momento do choque, pelo menos 2 nós abaixo de sua velocidade máxima. E o navio não era uma embarcação construída para ser veloz - seu sistema de propulsão o fazia mais lento do que vários transatlânticos da época.

11 - Tiro fictício

Na versão de James Cameron para o desastre, o imediato do Titanic, William Murdoch, mata a tiros um passageiro da 3ª classe que tentava escapar. Embora alguns tripulantes mais graduados tivessem recebido armas como uma forma de garantir a segurança e controlar as multidões em caso de pânico, historiadores que estudaram o naufrágio geralmente concordam que o episódio jamais ocorreu. E o fato de a produtora Fox ter pedido desculpas oficialmente à família de Murdoch é um sinal evidente do exagero.

12 - Suicídios

Dez sobreviventes cometeram suicídio, incluindo Frederick Fleet, o vigia que estava de plantão na noite em que o Titanic bateu no iceberg e que alertou o capitão sobre o ocorrido. Outro caso célebre foi o de Annie Robinson, tripulante que havia sobrevivido a um naufrágio anterior, também envolvendo uma colisão com um iceberg. Ela se atirou de um navio prestes a atracar no porto de Boston - o som da buzina de alerta para nevoeiro teria despertado memórias da noite gelada no Atlântico Norte.

13 - Travestis oportunistas

A história de que homens teriam se disfarçado de mulher para conseguir vaga nos botes salva-vidas esbarra no fato de que muitos barcos foram ao mar sem lotação esgotada, algo que historiadores explicam ter sido motivado também pela relutância de muitos passageiros em deixar o navio.

14 - Centenário lucrativo

Entre as muitas celebrações do centenário, há um cruzeiro memorial, que recriará a rota que deveria ser cumprida pelo Titanic, e que incluirá missa campal nas coordenadas do naufrágio - todas as passagens foram vendidas. Bolsos mais profundos garantem um passeio privilegiado: uma viagem de minissubmarino aos destroços do Titanic, que repousam a quase 4 mil metros de profundidade. O preço da passagem? US$ 60 mil.

Fonte: Guia do Estudante - Aventuras na História

Maria Lino, a rainha do maxixe

Maria Lino era italiana e se chamava Maria Del Negri. Chegou aqui com 14 anos, como dançarina do Alcazar Lyrique. Entrou para a história do teatro musical brasileiro como coreógrafa, considerada uma das maiores expoentes do maxixe – a dança proibida.

Ela estreou no teatro de revista no final do século XIX. Um dos seus primeiros sucessos foi na revista Abacaxi (1893), de Moreira Sampaio e Vicente Reis, no Teatro Apolo (RJ). 

Essa revista satirizava Barata Ribeiro, o primeiro prefeito do Rio de Janeiro (1891-1894) e tinha grandes atores no elenco como Brandão (o popularíssimo), Rose Villiot, João Colás e Matilde Nunes.

Fez várias outras revistas, mas a sua inscrição definitiva como vedete e na história do teatro de revista se deve mesmo ao maxixe (a dança erótica). Não foi apenas pelos seus dotes artísticos que ficou em evidência. Sua beleza impressionava. Era elegante, sensual e provocadora, ao mesmo tempo. Logo no início de sua carreira, teve um caloroso relacionamento com um rico e influente fazendeiro paulista que, para satisfazer a amada, cobria-lhe de joias e roupas caríssimas.

Mas, no finalzinho do século XIX, Maria abriu mão de todo aquele luxo e dinheiro. Desmanchou o compromisso com o fazendeiro para namorar o grande ator Machado Careca. Conhecido por sua feiúra. Careca se apaixonou perdidamente pela jovem vedete. No espetáculo Zizinha Maxixe (1897), a dupla se tornou célebre por lançar o tango brasileiro Gaúcho também conhecido como Corta-Jaca, composição de Chiquinha Gonzaga:

Ai, ai, que bom cortar jaca! Ah!
Sim, meu bem ataca
Corta-jaca assim, assim, assim!
Corta, meu benzinho, assim, assim!
Este passo tem feitiço, tal ouriço
Faz qualquer homem coió
Não há velho carrancudo, nem sisudo
Que não caia em trololó, trololó!

Em cena, Maria Lino e Machado (que mais tarde escreveu os versos da canção) conquistaram o público divulgando a nova dança sensual, o ritmo que, em pouco tempo, ganhou os salões de dança da cidade para horror da sociedade conservadora que considerou o ritmo como chulo, grosseiro e selvagem. Alheia às más línguas, a dupla saía dos teatros e apresentava a dança lasciva também em chopes berrantes, salões e cafés-concertos do Rio de Janeiro.

Enquanto o maxixe conquistava os cariocas, Maria Lino dava continuidade à sua carreira no teatro de revista. Já fazia números de alegoria e começava a estrelar números de cortina. Atuou, já como vedete destacada em espetáculos do grande Arthur Azevedo, como O Jagunço (1898) e Gavroche (1899).

Com o nome consolidado na revista, Maria Lino fez incursões, também, no teatro dramático, como ingênua. Mas foi no musical que apostou todas as fichas de sua carreira.

A dupla com Machado Careca continuava a se apresentar nas Revistas. O maxixe estava na ordem do dia dos salões cariocas, e ganharia novo fôlego em 1906, quando estreou O Maxixe, de Bastos Tigres que, definitivamente, imortalizou o ritmo. Maria fazia a apoteose do espetáculo, lançando Vem Cá, Mulata. Foi um enorme sucesso, que consagrou não só o tango brasileiro, como também a musa desse estilo musical: Maria Lino.

Com o enorme prestígio alcançado como coreógrafa e representante do maxixe, recebeu proposta para uma temporada em Paris. Viajou e largou o apaixonado Machado Careca para trás.

Na França, Maria Lino encontrou um novo parceiro, Duque (um ex-dentista que preferia dançar). Apresentaram-se dançando maxixe, é claro, em casas noturnas e cabarés tradicionais de Paris. Foi um sucesso histórico. A dança caiu no gosto dos franceses que passaram a chamar de tango bresilien. Maria Lino ganhou o título de La reine du tango.

A temporada francesa se estendeu a várias outras cidades europeias, divulgando, sempre com sucesso, o nosso sensualíssimo maxixe.O regresso ao Brasil aconteceu em 1914. Maria Lino retornava diferente: mudara o nome artístico (agora Maria Lina).

Maria era mulher despojada e muito à frente de seu tempo. Era livre, tinha vida amorosa movimentada, não se prendia a ninguém. Não media esforços para conseguir o que queria. Era determinada e, de certa forma, despudorada. Um de seus muito apaixonados chegou a dizer: Era uma demônia. Possuía olheiras lânguidas, que traíam uma vida de vícios inconfessáveis.

Mas Maria não se conformou em ficar eternamente conhecida como dançarina de maxixe. Como a idade começava a pesar, lançou-se como autora teatral. Talvez, sua inspiração viesse de Cinira Polônio.

Em outubro de 1915, estreou o espetáculo Ouro sobre Azul, no Teatro Recreio, alardeando em todos os jornais sua estreia como autora teatral. Além de assinar o texto, Maria também era a estrela da revista originalíssima, feérica, moderna. Foi elogiada pela crítica teatral. A peça fez um grande sucesso e elevou, ainda mais, o nome de Maria Lino (ou Lina). Há boatos de que a peça foi escrita por um revistógrafo experiente, em troca de favores amorosos. Mas histórias de alcova não são confiáveis. E esta suposta fofoca tem acentuado sabor machista.

A carreira de Maria Lino (ou Lina) seguiu até a década de 1920, quando diminuiu o ritmo de suas atividades. A dança se transformou em tema para teoria: ela dava entrevistas e fazia palestras sobre o maxixe: sua origem e desenvolvimento.

A partir dos anos 1930, passou a trabalhar como atriz em companhias de comédia. Uma das últimas companhias em que atuou foi a de Renato Vianna.

Maria Lino também fez cinema. Já bastante envelhecida, participou do filme Maridinho de Luxo (1938), da Cinédia, no papel de sogra do maridinho, o comediante Mesquitinha. Anos depois, faleceu, com idade bastante avançada.

Fonte: As Grandes Vedetes do Brasil - de Neyde Veneziano.

Cinira Polônio, a divette carioca

Não se pode chamar Cinira Polônio (1857-1938) de vedette, sem antes conhecer um pouco da sua história. Mulher inteligentíssima e avançada para o seu tempo recusou-se a seguir o modelo imposto pela sociedade da época e não se casou. Mesmo assim ou exatamente por isso, teve uma vida amorosa extremamente movimentada.

Independente, assumiu orgulhosamente a carreira de atriz no teatro musical, quando tudo ainda estava começando. Cinira foi uma das mulheres mais cultas e elegantes da época. Falava muito bem o francês e outros idiomas. Era também cantora, compositora e maestrina. Tocava harpa e piano. Além disso, era ousada, pois escreveu uma peça de teatro intitulada Nas Zonas, uma burleta (comédia de costumes com números musicais) que apelidou de revuette (revistinha em francês).

Fez muito sucesso nas duas primeiras décadas do século XX, ocupando o posto de primeira atriz na Companhia de Revistas e Burletas do Teatro São José. Seu nome aparecia no alto, em destaque nos programas da companhia.

Era famosa por dizer bem os textos, mas tinha voz pequena para cantar. Essa sua habilidade de diseuse, de falar bem os textos, era usada não para declamar textos clássicos, mas para ressaltar o duplo sentido, o picante das palavras no teatro de revista. Ela sabia, como ninguém, sublinhar as palavras mais picantes.

A crítica aclamava seu ar refinado, elogiando-lhe a beleza, a graça e a elegância. Cinira representou a síntese entre o erudito e o popular por reunir, em seus personagens, o refinamento e a malícia, uma elegância excitante entre a francesa e a brasileira.

Como atriz, fez comédias, operetas e burletas. E, sobretudo, encenou várias revistas de Arthur Azevedo. Nos palcos também se destacou com belíssimos figurinos e porte, principalmente nas revistas. Ela representava o ideal de uma boa parte da sociedade brasileira que gostaria de viver na Europa.

Dentre os diversos papéis que se destacou, podemos lembrar uma francesa sem-vergonha chamada Madame Petit-Pois da famosa burleta Forrobodó (1912). Pois essa personagem ia parar numa gafieira, falava um francês-português todo atrapalhado e ficava assanhadíssima com o Guarda. Prova de que o seu senso de comédia permitia dessacralizar o francês da elite. Vamos conferir uma pequena cena de Forrobodó:

Guarda – Madama, você me ensina um bocado de franciú?

Madame Petit-Pois – Moi ensina, moi ensina. Marquez moi un rendez-vous.

Guarda – Lá nas Marrecas não vou, e se for é de relance.

Madame Petit-Pois – Après le forrobodó, main-tenant je veux la dance. Avec moi
maxixê.

Apesar das interrupções para se apresentar em Portugal, atuou no teatro musical brasileiro até 1913, fazendo várias revistas de Arthur Azevedo como O Cordão; O Carioca; O Homem; Mercúrio. Também estrelou as revistas Comes e Bebes; Zé Pereira; Pomadas e Farofas; Cá e Lá; Chic-chic; Dinheiro Haja; Berliques e Berloques; Carestia, Ressaca e Companhia.

Foi um marco de liberdade e de emancipação feminina. Conseguiu escapar dos preconceitos. Fez muito sucesso. E morreu esquecida, no Retiro dos Artistas (RJ), em 1938.

Refinada e chic, era coquette, era divette. Mas quando essa brasileira piscava sensual e maliciosamente, era, sim... uma grande vedette!

Fonte: As Grandes Vedetes do Brasil - de Neyde Veneziano.

domingo, 22 de abril de 2012

A moça que foi a Paris

Era uma vez uma mocinha. Não era dessas mocinhas de óculos não. Nem dessas que têm espinhas e as espinhas custam mais a sair do rosto e por isso elas vão sendo sempre as primeiras no colégio. Sim, porque — estranha coincidência — mocinha que tira primeiro na turma é sempre espinhenta.

Mas, voltando à mocinha desta história. Ela não tinha espinhas e nem usava óculos, também não precisava desses porta-seios que têm espuma de borracha para impressionar o eleitorado. Ela era muito bem feitinha de corpo.

Tão bem feitinha que, um dia, sem que a família dela soubesse nem nada, saiu premiada pra rainha de já nem me lembro mais o que, com voto comprado. Ela explicou depois que quem comprou os votos dela foi um "amiguinho".

A mocinha usava saia balonê, sabia dançar rock e falava um pouco de inglês (aprendido com oficiais de um porta-aviões que esteve aqui), mas o forte dela era ser society. Ia nesses lugares bacanos, com deputados e gente bem, por causa de que ela era um bocado querida dessa gente.

Por isso, foi uma surpresa para a família dela quando ela resolveu deixar essas futilidades pra lá e se dedicar à arte. Quem é de artimanha nunca se dá bem com arte — a gente costuma ouvir dizer. Mas com a mocinha, esta de que estamos falando, parecia ser diferente.

Ela chegou em casa e comunicou:

— Vou a Paris, aprender violino. A família botou as mãos na cabeça (isto é, o pai botou a mão na cabeça, a mãe botou a mão na cabeça, o irmão mais velho — que já manjava as coisas — botou a mão na cabeça e diversas tias botaram a mão nas respectivas cabeças).

Mas não adiantou nada, por causa de que ela manteve a coisa. Quando quiseram saber onde ela ia arranjar dinheiro para a viagem e o curso de violino, ela explicou que ninguém precisava se preocupar; o tal "amiguinho" — que adorava violino — ia financiar tudo.

Então ela foi a Paris. Por estranha coincidência o amiguinho foi também, dias depois, e ela voltou feliz da vida.

Não aprendeu a tocar bulhufas mas, em compensação, o filhinho que ela trouxe de lá, chama-se Violino.

Numa homenagem.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu  - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

domingo, 15 de abril de 2012

Elefantes e o trabalho em equipe

Pesquisadores da Universidade de Cambridge concluíram que os elefantes são tão rápidos quanto os chimpanzés para trabalhar em equipe e resolver problemas. Segundo Joshua Plotnik, os elefantes "ajudam-se uns aos outros em seus problemas" e parecem, em algumas situações, "muito ligados emocionalmente", sendo, por isso, "de esperar que existisse algum nível de cooperação" entre eles. Plotnik também disse que "ficou admirado com a rapidez com que eles aprendem [a cooperar para resolver um problema]".

Os cientistas perceberam que os elefantes são tão rápidos quanto os chimpanzés em aprender a resolver um problema em conjunto. Os testes que levaram a essa conclusão foram feitos na Tailândia e envolveram seis pares de elefantes que tinham de alcançar uma plataforma com comida, puxando, em conjunto, uma corda para trazer os alimentos até uma cerca, atrás da qual eles se encontravam. A taxa de sucesso dos paquidermes, nesses testes, variou entre 88 e 97 por cento.

Atualmente, já se sabe que os animais revelam alto grau de inteligência e são capazes de realizar tarefas complexas que exigem colaboração. Além disso, há muita semelhança genética entre seres humanos e vários animais - embora existam tremendas diferenças, também. Mas os macacos são sempre os escolhidos pelos evolucionistas para reforçar a hipótese de que seres humanos e símios teriam origem comum.

Na verdade, golfinhos, elefantes, macacos e homens têm, mesmo, uma origem comum: Deus. E Ele deixou Sua assinatura em toda a criação.

Michelson Borges

Como se faz o café descafeinado

Existem cinco processos diferentes. Todos começam com a mesma etapa: despejar os grãos de café em água quente para amolecê-los e depois mergulhá-los em um solvente.

Um dos métodos mais tradicionais usa o cloreto de metileno, substância que se liga às moléculas de cafeína, extraindo-as do grão. Outra substância possível é o etil-acetato. O problema com esses dois primeiros métodos é que o solvente nunca é totalmente removido do café, que fica com um sabor diferente.

Um terceiro método é, após amolecer o grãos, cozinhá-los com gás carbônico em uma caldeira de alta pressão. Nessas condições, o gás carbônico atrai as pequenas moléculas da cafeína. As moléculas que contêm o sabor do café, por serem maiores, não são retiradas e o gosto da bebida é melhor preservado. Sua desvantagem é ser um método caro.

A quarta alternativa é usar a própria água quente como solvente. O café fica nela até que várias de suas substâncias, tanto a cafeína quanto as moléculas de sabor, bóiem.Após passar por um filtro de carvão, que retém só a cafeína, a água é devolvida aos grãos, que reabsorvem as moléculas de sabor.

O quinto método é uma variação deste último. Em vez de mergulhar os grãos em água pura, usa-se uma água já saturada por substâncias de café e filtrada no carvão. Assim, só cafeína é atraída para fora dos grãos, pois as moléculas de sabor não encontram espaço para serem absorvidas pela água.

Fonte: Mundo Estranho

Urtiga, a mal-amada

Urtiga significa em latim nada mais nada menos que “a que arde” e são conhecidas pelo seu efeito nefasto quando entram em contato com a pele. As urtigas crescem em climas temperados ou tropicais e podem ser encontradas facilmente no Mediterrânico e América do Sul.

As suas propriedades são conhecidas desde a antiguidade e por todo o mundo, desde a Grécia antiga até aos povos tribais da América do Sul. Faz assim parte do folclore mundial, mas apesar de tudo, na generalidade, ninguém gosta delas.

Mas por que sua folha queima a pele? Se analisarmos as folhas de perto, veremos pelos bem finos recobrindo toda a parte verde. Esses pelos contém ácido fórmico (H2CO2), que em contato com a pele produz vermelhidão, coceira, ardência (queimaduras) e, conseqüentemente, muita dor.

Se você realizar um passeio ecológico e tiver a má sorte de encostar-se em uma planta da família das urticáceas, apresentamos aqui uma solução: leite de magnésia. Aplique essa solução sobre a região afetada e perceberá que a irritação será eliminada.

Só uma pergunta, sabe por que o leite de magnésia alivia a dor causada pelo ácido? Porque possui caráter básico, ocasionando uma reação de neutralização entre uma base (leite de magnésia) e um ácido (ácido fórmico).

A urtiga pode ter várias finalidades terapêuticas, pois têm minerais e vitaminas como Vitaminas B1, B2, B3, B5, C, K, cálcio, ferro, magnésio, potássio e ainda são ricas em proteínas. É um analgésico, antiinflamatório e diurético por excelência. Por todo o mundo as urtigas têm sido utilizadas para tratar e prevenir várias doenças através de chás. Mas as propriedades das urtigas não se ficam pela medicina natural. Vários laboratórios farmacêuticos já se renderam às propriedades desta planta e usam freqüentemente os seus extratos no fabrico de medicamentos e loções.

Recomenda-se para a cura e prevenção de:

Artrite, reumatismo e problemas respiratórios: infusão de folhas de urtiga ou chá com mel ; hemorragias: utilizar compressas embebidas em infusão de urtigas; doenças da próstata: chá ou infusão de raiz da planta; anemia e eczema: ingestão de sopa de urtigas, salada ou qualquer outro prato que tenha como ingrediente urtigas; queda de cabelo: já existem no mercado vários sabonetes ou xampus naturais com extratos de urtigas.

São ainda utilizadas desde a Grécia antiga como um diurético e laxante e hoje em dia recomendadas como um auxiliar na perda de peso.

Fontes: VNatura; Mundo Estranho.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tostão, o mineirinho de ouro

Lutar contra as adversidades parece ter sido o destino de Tostão. Quando o placar não favorecia o Cruzeiro, lá surgia todo seu talento para comandar a reação através de gols marcados com a assinatura de gênio. Tostão só não pôde combater um adversário: o descolamento de retina provocado por uma bola rebatida pelo tosco zagueiro Ditão, num jogo contra o Corinthians. Apesar do problema, o craque brilhou nas eliminatórias para a Copa de 1970, tornando-se o artilheiro com dez gols. No México, deixou sua marca de gênio, marcando gols e construindo jogadas antológicas. Defendendo o Cruzeiro, conquistou suas maiores glórias tornando-se o maior artilheiro da história do clube.

Eduardo Gonçalves de Andrade nasceu em Belo Horizonte, MG, em 25 de Janeiro de 1947. Ganhou o apelido de Tostão ainda criança. Quando tinha sete anos, foi “convocado” para reforçar o time de várzea do bairro que enfrentaria os garotos do Atlético-MG. Ele só entrou no segundo tempo e parecia sumir no meio de meninos de 12, 15 anos. O garotinho marcou um gol e saiu carregado nos braços pelos companheiros.

Havia Toró e havia Tostão. Quem assistia às peladas no IAPI, um conjunto habitacional próximo ao centro de Belo Horizonte, garantia que o primeiro era o melhor. Mas envergonhado por ser portador de vitiligo, uma doença que provoca manchas na pele, ele se recusava e vestir um calção. Desistiu da bola. O companheiro, não. O time era Associação Esportiva Industriários Como era o mais mirrado e o mais novo do time, ganhou o apelido de Tostão (a moeda já era bem desvalorizada na época) e foi escolhido para jogar na ponta-esquerda, onde se especializou em chutar exclusivamente com a canhota. Um acidente aos 6 anos com uma das unhas do pé direito, impedia Tostão de chutar com o pé destro. O trauma foi superado somente 13 anos mais tarde na Seleção Brasileira onde o preparador físico Paulo Amaral o convenceu a treinar diariamente 200 chutes com a direita, para se tornar um meia completo.

Tostão iniciou sua carreira no futebol de salão do Cruzeiro em 1961. Em 1962, com quinze anos e ainda no Cruzeiro, Foi para a equipe júnior de futebol de campo. No mesmo ano, o América Mineiro contratou o jogador que jogou apenas um ano no clube do coração dos seus pais. Em 1963, voltou ao Cruzeiro, clube que o projetou para o Brasil e o mundo. O então diretor Felício Brandi chegou atrasado mais de uma hora ao próprio casamento só para concluir a contratação de Tostão. Daí engrenou na carreira formando o famoso tripé com Wilson Piazza e Dirceu Lopes.

Foi recolhido o seu talento, quando ao lado de Dirceu Lopes, com quem formou uma das duplas de maior talento no futebol brasileiro de todos os tempos. No ano de 1966, o Cruzeiro bateu o maior Time de Todos os Tempos, o Santos Futebol Clube, Bicampeão da Copa Libertadores e do Mundo (1962/1963) e atual penta-campeão da Taça Brasil, que contava com nada mais, nada menos do que Pelé, Pepe, Mauro, Zito, Mengálvio, Gilmar, Coutinho e outros grandes jogadores. O Cruzeiro era um time de garotos, que além de Tostão contava com Dirceu Lopes, Wilson Piazza, Raul Plassmann, Natal, entre outros.

Foi a noite mais mágica que o Gigante da Pampulha já teve. A maior partida da história do Cruzeiro e que fez com que ele hoje tenha essa grandeza. O time Celeste deu simplesmente um show no Santos, terminando o primeiro tempo em 5 a 0 para o Cruzeiro, comandado por Tostão e Dirceu Lopes. A partida foi encerrada em 6 a 2 para os mineiros, a derrota mais humilhante que o até então imbatível time da Vila Belmiro havia sofrido. .

Uma semana depois, o jogo de volta no Pacaembu, o Santos abriu 2 a 0 e os paulistas esperavam que a goleada fosse devolvida. No intervalo o presidente do Santos já tentava marcar o terceiro jogo que seria realizado no Maracanã. O Cruzeiro voltou motivado, e partiu pra cima. O nosso craque perdeu um penâlti e não se abateu, pelo contrário, jogou ainda com mais gana, marcou um gol épico de falta que deu início à reação. Logo depois, Dirceu Lopes empatou a partida (o empate já era o suficiente para o título), o incrível após o gol, o Santos não esboçou nenhuma reação. O Cruzeiro é que continuou atacando. E o terceiro gol veio para coroar uma reação sensacional e fechar com chave de ouro uma campanha maravilhosa. Hilton Oliveira tocou para Tostão driblar vários adversários e entregar limpinha para Natal que livre, apenas encostou para fazer Cruzeiro 3 a 2 Santos. Foi uma alegria indescritível. O Cruzeiro era campeão brasileiro com duas vitórias sobre o melhor time do mundo.

Mesmo atuando no meio de campo, com a responsabilidade de armar as jogadas para os atacantes, Tostão é o maior artilheiro da história do Cruzeiro, com 249 gols. Estabeleceu marcas no Campeonato Mineiro, quando sagrou-se o goleador por quatro edições seguidas: em 1965, 1966, 1967 e 1968. Foi ainda o artilheiro da última edição da Taça de Prata, em 1970.

Tostão fez sua última partida oficial pelo Cruzeiro jogando com a camisa 7 contra o Nacional de Uberaba, nesta cidade, em abril de 1972, pelo campeonato mineiro, que apontou o resultado final de 2x2.

O Mineirinho de ouro, como foi apelidado, integrou o mítico ataque da seleção que conquistou o tricampeonato mundial em 1970, transferiu-se do Cruzeiro para o Vasco em Abril de 1972, na maior transação envolvendo clubes brasileiros até aquela época. Como jogador do Vasco, naquele mesmo ano, sagrou-se campeão da Minicopa pelo Brasil. A contratação de Tostão foi o símbolo do início de uma nova fase no Vasco, que passava por uma crise, e empolgou a torcida. Infelizmente, os vascaínos não puderam contar por muito tempo com seu futebol brilhante e inteligente.

Em fevereiro do ano seguinte, após um amistoso do Vasco com o Argentinos Juniors, Tostão anunciou o final de sua brilhante carreira, com 26 anos. Uma inflamação na retina operada no jogo entre Vasco e Argentinos Juniors levou o jogador novamente a Houston e foi impedido de jogar com o risco de ficar cego. Um ano após chegar ao Vasco, abandona o futebol prematuramente. Tostão marcou seu último gol no dia 10 de fevereiro de 1973, contra o Flamengo. Dezessete dias depois, dá adeus ao futebol, após enfrentar o Argentino Juniors.

Seleção Brasileira

Estreou na Seleção Brasileira no dia 15 de maio de 1966, em amistoso no Morumbi, contra o Chile, no empate de 1 a 1. Aos 19 anos, em 1966, ele foi um dos 47 convocados para a seleção brasileira que se preparava para a Copa do Mundo da Inglaterra. Conquistou uma vaga entre os 22 e atuou apenas uma vez naquele Mundial relâmpago para o Brasil. O Brasil perdeu de 3 a 1 para a Hungria, em Liverpool, com gol dele. Foi um dos poucos que se salvaram da fracassada participação na Inglaterra.

No dia 24 de setembro de 1969, jogava Cruzeiro e Corinthians, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, no Pacaembu, à noite. Tostão recebe o impacto de uma bola chutada pelo zagueiro Ditão de raspão no mesmo olho esquerdo. Sofre deslocamento de retina do mesmo olho esquerdo. A torcida, de Norte a Sul, acompanha sofrido o drama de um craque genial. Do craque e do cidadão Eduardo Gonçalves de Andrade, às vésperas do Mundial do México 1970. Dia 2 de outubro de 1969, Tostão é submetido a uma cirurgia, em Houston (EUA), pelo médico Roberto Abdalla Moura, no Hospital Metodista de Houston.

Todos torciam para sua recuperação,um jovem de 22 anos, inteligente, culto, leitor de autores incomuns as seus companheiros de profissão, ligado nos acontecimentos do mundo, fã de dom Helder Câmara, preocupado com as injustiças sociais, defensor da liberdade e da democracia, temas nada afetos ao universo do futebol. Saldanha caiu na seleção, deu o lugar a Zagallo. Este não acreditava na recuperação do craque mineiro, que era liberado para voltar às atividades a três meses da Copa. O médico Lídio Toledo, também não. Mas, não se sabe se por feeling, pela velha estrela, por superstição, o fato é que Zagallo deu todas as chances a Tostão.

Às vésperas do embarque, o craque reassumiu seu lugar no time, ao lado de Pelé. E a dupla atuou as seis partidas da epopéia do tricampeonato mundial. No dia seguinte a cada jogo, o doutor Moura era personagem de uma operação sigilosa que o levava à concentração brasileira, para examinar o olho esquerdo que mais preocupava o Brasil. Mesmo com todo risco e com desconfiança dos dirigentes, com a camisa 9 Tostão disputou a Copa de 1970 e volta do México com seu mais importante título: tricampeão mundial. Quem não se lembra da jogada genial na partida contra a Inglaterra, quando driblou vários adversários e originou o gol da vitória, feito por Jairzinho. Fez ainda dois gols contra o Peru naquele Mundial. Boa parte da crítica européia o apontou como o maior craque do Mundial.

Voltaria ao futebol na década de 90, principalmente em 1994, após a Copa de 1994, como comentarista esportivo e colunista de várias televisões e jornais.Em 1993 consta que Tostão era médico e professor da Faculdade de Ciências Médicas e recebeu uma homenagem pelos seus feitos no Cruzeiro. Em 1997, com 50 anos, médico e comentarista de futebol, Tostão reencontra agora um novo prazer na vida: escrever. Tostão escreveu o livro de memórias “Lembranças, Opiniões e Reflexões sobre Futebol”, pela editora DBA de São Paulo, lançado nacionalmente 23 de agosto.

Principais títulos

Seleção Brasileira: Copa do Mundo 1970; Brasil Argentina Copa Rocca 1971; Taça Independência 1972.

Cruzeiro: Campeonato Brasileiro 1966; Campeonato Mineiro 1965, 1966, 1967, 1968, 1969; Torneio Início de Minas Gerais 1966.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.

Cabelo estilo moicano

O cabelo estilo moicano surgiu com os mohawks, povo indígena da América do Norte. No século 17, os guerreiros da tribo eram conhecidos por ter todo o cabelo raspado, com exceção de uma faixa no meio da cabeça, que ia da testa à nuca - um símbolo de bravura na luta contra a opressão dos brancos.

Entre as décadas de 70 e 80, o estilo moicano foi adotado pelo movimento punk, introduzido por Wattie Buchan, vocalista da banda The Exploited, que exibia os cabelos espetados em suas apresentações. Para os punks, tanto o penteado como a vestimenta eram ícones da diferença e da liberdade, uma luta contra o sistema de governo repressor.

Mas o que antes era chocante acabou se tornando popular - principalmente entre os jovens. Hoje, os moicanos coloridos e de diferentes tipos fazem sucesso: nas ruas, na televisão e até nos campos de futebol.

Fonte: Dario Beca, cabeleireiro do Studio W Higienópolis via Mundo Estranho.

O naufrágio mais antigo do Brasil

A equipe de arqueólogos e mergulhadores que descobriu no litoral de Santa Catarina fragmentos de um navio espanhol identificou que as peças correspondem a um naufrágio ocorrido em 1583, o mais antigo que se tem notícia no Brasil.

A primeira peça foi encontrada em 2005, mas foi apenas recentemente, quando trouxeram à superfície novos vestígios e após uma pesquisa histórica, que veio a comprovação de que se trata de um navio espanhol afundado no século 16, afirmaram à Agência Efe fontes da ONG Projeto Barra Sul e da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), responsáveis pela descoberta.

As peças resgatadas e a pesquisa indicaram que o naufrágio é de um navio integrante de uma frota que partiu da Espanha em 1581 com o objetivo de construir duas fortalezas no Estreito de Magalhães - passagem natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico - para conter o avanço dos piratas ingleses que ameaçavam os territórios descobertos na América.

Documentos históricos situam o acidente no dia 7 de janeiro de 1583 no litoral brasileiro. "No dia 14 de março, começaremos uma nova temporada de mergulho para tentar retirar o máximo de objetos", adiantou à Efe Beth Karam, assessora de imprensa da Unisul.

Conforme os responsáveis, até abril será possível retirar todo o material depositado em um banco de areia de três metros de extensão e descobrir o restante da embarcação. A descoberta foi atribuída aos mergulhadores do Projeto Barra Sul, uma organização criada em 2005 para encontrar vestígios arqueológicos submarinos no litoral de Santa Catarina e que até o momento localizou outros três naufrágios do século 16.

A primeira peça do navio resgatada foi uma pedra com desenho em alto-relevo de dois leões e dois castelos com um símbolo português no meio. Esse escudo remete aos reinos de León y de Castilla e ao período da União Ibérica, quando os reinos de Espanha e Portugal eram unificados, entre 1580 e 1640. Para os arqueólogos, a pedra aparentemente seria colocada na entrada da fortaleza.

Os pesquisadores resgataram ainda uma placa triangular, datada de 1582, com o nome do então rei da Espanha, Felipe II. Segundo os especialistas, o objeto seria um distintivo de posse que os navegantes e descobridores costumavam deixar como marco nos territórios explorados pela primeira vez.

Nas expedições submarinas de março, os mergulhadores tentarão recuperar um canhão, cerâmicas, pedras de lastro e projéteis de diferentes calibres já avistados. O litoral de Santa Catarina, que no século 16 ainda não havia sido colonizado por Portugal, foi rota de várias expedições espanholas a partir da realizada em 1525 por Rodrigo de Acuña, que deixou 17 de seus tripulantes na ilha de Santa Catarina, onde posteriormente Florianópolis foi fundada.

Entre os expedicionários que passaram por Santa Catarina estão Sebastián Caboto (1526-1527) e Álvar Núñez Cabeza de Vaca, que desembarcou na região em 1541 para seguir por terra até o Paraguai, sendo o primeiro europeu a avistar as Cataratas do Iguaçu. O Projeto Barra Sul considera que a região é um cemitério de navios, ponto "estratégico e crítico por ser o último porto para abastecimento dos navegantes europeus com destino ao Rio da Prata e ao Estreito de Magalhães, e por causa do leito acidentado e bancos de areias móveis", explicou Gabriel Corrêa, diretor do projeto.

Fontes: Terra; G1.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cara ou coroa

Cara — Meu marido é um homem muito regrado, queridinha. Dorme sempre cedo, não fuma e não bebe uma gota.
Coroa — Pressão arterial.

Cara — O jogo foi pontilhado de incidentes, com joga¬das bruscas de ambos os times, chegando os jogadores às agressões mútuas, sob o olhar complacente do árbitro.
Coroa — Jogo amistoso.

Cara — Tu é besta, seu! A moçada num fizero nada por causa de que faltou fibra, tá? Se é o meu ali eles entrava bem.
Coroa — Rubro-negro.

Cara — Você me encontra às três no café e vamos até lá bater um papo com ele. Depois, se você quiser, podemos ir a um cinema qualquer pra fazer hora.
Coroa — Funcionário público.

Cara — Que bobagem. Comemos um sanduíche e pronto, estamos almoçados. Comer em restaurante demora muito.
Coroa — Véspera de pagamento.

Cara — Essas bebidas estrangeiras são de morte. É tudo falsificado. A mim é que elas não pegam. Sempre que posso evitar de tomar uísque, gim e outras bombas, eu evito.
Coroa — Cachaceiro.

Cara — Meu bem, sou eu.. Olha, você vai jantando e não precisa se incomodar de guardar comida para mim. O chefe resolveu adiantar aqui uns processos e eu estou com cerimônia de me mandar e deixá-lo sozinho na repartição.
Coroa — Boate.

Cara — É o cúmulo a importância que os semanários dão a essas mocinhas do Arpoador. Umas sirigaitas muito sem-vergonhas, tirando retrato quase nuas, para essas reportagens frívolas. Eu, hem?
Coroa — Feia.

Cara — O aumento do custo de vida no Brasil é uma conseqüência lógica do desenvolvimento do País, insuflado pelo crescimento da população e outros fenômenos dos quais só podemos nos orgulhar.
Coroa — Rico.

Cara — As crianças de hoje devem ser educadas através de métodos da moderna pedagogia, baseados em estudos da psicologia infantil. Na fase atual é um verdadeiro crime os pais gritarem ou baterem nos filhos.
Coroa — Solteira.

Cara — Trago comigo recortes com comentários sobre as minhas atuações. Gostei imensamente de lá. Eles adoram a bossa-nova e eu só não fiquei mais tempo porque senti saudades da nossa terra.
Coroa — Cantor voltando do estrangeiro.

Cara — A beldade em questão é professora diplomada e relutou muito em aceitar o convite para se candidatar, pois adora o magistério. Lê muito e seu ator favorito é Somerset Maugham, adora poesia e gosta de praia. Não joga, não fuma e não bebe.
Coroa — Candidata a miss.

Cara — O Rio é muito mais lindo do que imaginava. Copacabana é um sonho das Mil e uma noites que se tornou realidade. O Pão de Açúcar é uma beleza e, quando voltar ao Brasil, gostaria de ir ver Brasília.
Coroa — Visitante ilustre, no Galeão.

Cara — Um dia ainda hei de me dedicar ao lar, sem prejuízo de minha carreira.
Coroa — Atriz.

Cara — Minha peça é uma sátira aos costumes moder¬nos, pois minha intenção era dar um cunho social à trama. A mensagem nela contida é o protesto popular contra as injustiças da sociedade.
Coroa — Autor estreante.

Cara — Os compromissos que assumimos para com o povo nos obrigam a combater as forças imperialistas, o capital colonizador, os grandes trustes, toda e qualquer opressão sobre o operariado e suas justas reivindicações.
Coroa — Deputado da esquerda.

Cara — É nosso dever combater sem tréguas as constantes tentativas de subverter as massas, as sistemáticas infiltrações no meio das classes operárias, os falsos representantes do povo, que se arvoram em seus defensores para fins inequívocos.
Coroa — Deputado da direita.

Cara — Tudo faremos pela vitória. Um abraço para os meus familiares.
Coroa — Jogador de futebol.

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Fonte: "Dois amigos e um chato", Stanislaw Ponte Preta - Coleção Veredas - 23a. edição - Editora Moderna

Caixinha de música

Que Deus perdoe a todos aqueles que cometem a injustiça de achar que são fantasiosas as histórias que a gente escreve; que Deus os perdoe porque são absolutamente verídicos os momentos vividos pelo vosso humilde cronista e que aqui vão relatados.

Foi há dias, pela manhã, que fui surpreendido pelo pedido da garotinha: queria que eu trouxesse uma nova bone¬quinha com música. Bonequinha com música — fica desde já esclarecido — são essas caixinhas de música com uma bailarina de matéria plástica rodopiando por cima. É um brinquedo caríssimo e que as crianças estraçalham logo, com uma ferocidade de center-forward.

Como a garotinha está com coqueluche, achei que seria justo fazer-lhe a vontade, mesmo porque este é o primeiro pedido sério que ela me faz, se excetuarmos os constantes apelos de pirulitos e kibons.

Assim, logo que deixei a redação, às cinco da tarde, tratei de espiar as vitrinas das lojas de brinquedos, em busca de uma caixinha de música mais em conta. E nessa peregrinação andei mais de uma hora, sem me decidir por esta ou aquela, já adivinhando o preço de cada uma, até que, vencido pelo cansaço, entrei numa casa que me pareceu mais modestinha.

Puro engano. O que havia de mais barato no gênero custava oitocentos cruzeiros, restando-me apenas remotas possibilidades de êxito, num pedido de desconto. Mesmo assim tentei. Disse que era um absurdo, que um brinquedo tão frágil devia custar a metade, usei enfim de todos os argumentos cabíveis, sem conseguir o abatimento de um centavo.

Depois foi a vez do caixeiro. Profissional consciencioso, foi-lhe fácil falar muito mais do que eu.

— O doutor compreende. Isto é uma pequena obra de arte e o preço mal paga o trabalho do artista. Veja que beleza de linhas, que sonoridade de música. E a mulherzinha que dança, doutor, é uma gracinha.

Pensei cá comigo que, realmente, as perninhas eram razoáveis, mas já ia dizer-lhe que existem mulheres verdadeiras por preço muito mais acessível, quando ele terminou a sua exposição com uma taxativa recusa:

— Sinto muito, doutor, mas não pode ser.

E eu, num gesto heróico, muito superior às minhas reais possibilidades, falei, num tom enérgico:

— Embrulhe!

Devidamente empacotada a caixinha de música, botei-a debaixo do braço, paguei com o dinheiro que no dia seguinte seria do dentista e saí à cata de condução. Dobrei a esquina e parei na beira da calçada, no bolo de gente que esperava o sinal "abrir" para atravessar. Foi quando a caixinha co¬meçou a tocar.

Balancei furtivamente com o braço, na esperança de fazê-la parar e, longe disso, ela desembestou num frenético Danúbio azul que surpreendeu a todos que me rodeavam. Primeiro risinhos esparsos, depois gargalhadas sinceras que teriam me encabulado se eu, com muita presença de espírito, não ficasse também a olhar em volta, como quem procura saber donde vinha a valsinha.

Quando o sinal abriu, pulei na frente do bolo que se formara junto ao meio-fio e foi com alívio que notei, ao chegar na outra calçada, que a música parara. Felizmente acabara a corda e eu podia entrar sossegado na fila do lotação, sem passar por nenhum vexame.

Mas foi a fila engrossar e a caixinha começou outra vez.

"O jeito é assoviar" — pensei. E tratei de abafar o som com o meu assovio que, modéstia à parte, é até bastante afinado. Mesmo assim, o cavalheiro de óculos que estava à minha frente virou-se para trás com ares de incomodado, olhando-me de alto à baixo com inequívoca expressão de censura. Fiz-me de desentendido e continuei o quanto pude, apesar de não saber a segunda parte do Danúbio azul e ser obrigado a inventar uma, sem qualquer esperança de futuros direitos autorais. E já estava com ameaça de cãibra no lábio, quando despontou o lotação, no justo momento em que a música parou.

Entrei e fui sentar encolhido num banco onde se encontrava uma mocinha magrinha, porém não de todo desinteressante. Fiquei a fazer mil e um pedidos aos céus para que aquele maldito engenho não começasse outra vez a dar espetáculo. E tudo teria saído bem se, na altura do Flamengo, um camarada do primeiro banco não tocasse a campainha para o carro parar. Com o solavanco da freada, o embrulho sacudiu no meu colo e os acordes iniciais da valsa se fizeram ouvir, para espanto da mocinha não de todo desinteressante. Sorri-lhe o melhor dos meus sorrisos e ter-lhe-ia mesmo explicado o que se passava se ela, cansada talvez de passados galanteios, não tivesse me interpretado mal. Fez uma cara de desprezo, murmurou um raivoso "engraçadinho" e foi sentar-se no lugar que vagou.

Dali até a esquina de minha rua, fui o mais sonoro dos passageiros de lotação que registra a história da linha "Estrada de Ferro—Leblon". O Danúbio azul foi bisado uma porção de vezes, só parando quando entrei no elevador. Já então sentia-me compensado de tudo. A surpresa que faria à garotinha me alegrava o bastante para esquecer as recentes desventuras.

Entrei em casa triunfante, de embrulho em riste a berrar:

— Adivinhe o que papai trouxe?

Rasguei o papel, tirei o presente e dei corda, enquanto ela, encantada, pulava em torno de mim. Mas até agora, passadas 72 horas, a caixinha ainda não tocou.

Enguiçou.

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Fonte: "Dois amigos e um chato", Stanislaw Ponte Preta - Coleção Veredas - 23a. edição - Editora Moderna

terça-feira, 10 de abril de 2012

Os 10 pratos mais exóticos do mundo

Aqui apresentamos guloseimas de todo o mundo: macaco chinês, formiga tailandesa, canguru australiano... Esse banquete de arrepiar qualquer paladar foi elaborado com a ajuda do livro Extreme Cuisine ("Cozinha Extrema"). Vai arriscar uma boquinha?

10. Escorpião frito (Cingapura)

Ué, mas o escorpião não é venenoso? É, sim, mas como o bicho é cozido antes de ser frito em óleo, as altas temperaturas do preparo desencadeiam uma reação química que neutraliza o veneno. Aí, é só deglutir o bichão - inteiro mesmo, das garras até a cauda. A espécie preferida é o escorpião-negro, que é maior e tem menos veneno que o escorpião-marrom.

Curiosidade - O escorpião é um prato admirado pela maioria dos povos asiáticos. Grande parte dos países do continente degusta o pestisco usando hashi, esse par de varetas usado para levar a comida à boca.

Filé de peixe venenoso (Japão)

O tal peixe venenoso é o fugu ou baiacu, que tem muita tetrodotoxina, um veneno dez vezes mais forte que o cianeto. Para que a iguaria não mate ninguém, o chef retira uma bolsa perto das brânquias com o veneno. Depois, ele fura a bolsa e espalha sobre a carne do peixe uma pequena dose da toxina, para provocar um certo "efeito alucinógeno" em quem come!

Curiosidade - Por causa dos riscos da ingestão do alimento, os cozinheiros e chefs de restaurantes são exaustivamente treinados até ganharem o aval para preparar o fugu para consumo. Mesmo assim, cerca de 20 pessoas morrem por ano, intoxicadas pelo veneno do peixe!

8. Farofa de formiga (Brasil)

O inseto aparece no cardápio rural brasileiro em certas áreas do Sudeste. A variedade preferida é o içá ou saúva - uma formiga que, dizem, tem um gosto parecido com amendoim. Além de consumida em farofas, ela também pode ser torrada com tempero ou congelada para comer durante o ano. E faz bem! Como vários outros insetos, as formigas são ricas em proteína, têm baixo teor de gordura e alto teor de fósforo.

Curiosidade - Do outro lado do mundo, os chineses usam formigas para fabricar um vinho que é útil no tratamento de reumatismo e no fortalecimento dos músculos e ossos.

7. Morcego à caçarola (China, Vietnã, sudeste da Ásia)

Os morcegos que fazem parte do cardápio humano são os que se alimentam de frutas. Escolhidos por não serem venenosos e por sua dieta saudável, os morcegos frutívoros têm baixo teor de gordura e uma carne cuja textura é comparada à dos frangos. Além da caçarola (um guisado com carne, vegetais e batatas), outras boas pedidas (quer dizer, boas pelo menos para os povos asiáticos) são a sopa e a lasanha de morcego.

Curiosidade - Os entusiastas da carne de morcego acreditam que ela aumenta a potência sexual masculina e as chances de ter uma vida longa e feliz.

6. Canguru ao vapor (Austrália)

O hábito de comer cangurus começou com os nativos australianos, que cortavam o animal em diversas partes e mandavam ver. Hoje em dia, a carne do bicho é picada e cozida em vapor, com a adição de bacon, sal e pimenta para dar um temperinho. Não sobra nada: até o rabo é aproveitado para fazer sopa! O gosto é comparado ao da carne de avestruz, uma carne vermelha bem forte.

Curiosidade - Os pratos feitos com canguru são vendidos em mais de 900 restaurantes, desde pizzarias até serviços de quarto em hotéis cinco estrelas.

5. Sopa de cachorro (Coréia do Sul, Sul da China, Hong Kong)

Eis o lado polêmico da diversidade cultural: para nós, ocidentais, comer esse prato é uma tremenda cachorrada. Mas, entre os coreanos, o cão é considerado bastante energético e, de acordo com a crença, melhora o desempenho sexual dos homens. Além da carne dos au-aus, a sopa leva legumes e tem um cheiro forte, principalmente por causa do tempero - em geral, especiarias como açafrão, cravo e canela.

Curiosidade - A venda da carne de cachorro já foi proibida por causa de protestos de protetores dos animais. Mas, em países como a Coréia do Sul, a fiscalização é frouxa e muitos restaurantes continuam fornecendo o prato.

4. Omelete de larva do bicho-da-seda (Tailândia, China)

Na China, as larvas são fritas com cebola cortada e um molho grosso ou misturadas em omelete com ovos de galinha. Se você não curtir a textura tenra do recheio, também dá para comer a crisálida, a "embalagem" da larva, que parece uma casquinha crocante tipo um salgadinho.

Curiosidade - Na Tailândia, depois de ser incluída na lista de comidas locais, em 1987, a crisálida do bicho-da-seda passou a ser adicionada às sopas na alimentação de crianças nas escolas tailandesas.

3. Cérebro de macaco (África)

Séculos antes do Indiana Jones, os africanos já cultivavam o costume de deglutir miolos de primatas. Anote o modo de preparo: primeiro, lave o cérebro (do bicho, claro) com água fria. Depois, acrescente vinagre ou suco de limão, retirando membranas e vasos sanguíneos da camada mais superficial. Conserve em salmoura e, finalmente, ponha a iguaria para cozinhar. Em todas as espécies de macaco, o órgão é rico em fósforo, proteínas e vitaminas.

Curiosidade - Prefere outros cérebros? Tente o de gorila, considerado afrodisíaco. Na áreas rurais da Europa, fazem algum sucesso os cérebros de porco, de cordeiro e de carneiro...

2. Caldo de turu (Brasil)

O turu é um molusco de cabeça dura e corpo gelatinoso, tem a grossura de um dedo e vive em árvores podres, caídas. Consumido na ilha de Marajó e no interior da Amazônia vivo e cru, em caldo com farinha ou em moquecas, o bichinho é rico em cálcio e tido como afrodisíaco. O gosto é semelhante ao dos mariscos.

Curiosidade - O macaco-do-mangue também é um apreciador de turu. Os caçadores sabem disso e abusam, passando pimenta no molusco. Quando o macaco come o bicho, o ardor da pimenta desorienta o primata, tornando-o presa fácil dos caçadores.

1. Caranguejeira frita (América do Sul, sul da África, Austrália)

É preciso muita coragem para mandar esse bichão peludo para dentro, certo? Mas no caso da caranguejeira ou tarântula, as aparências enganam. Apesar de pavorosa, a espécie não é venenosa - e é a mais consumida no mundo por ser maior que as outras aranhas. A parte mais cobiçada é o abdômen do aracnídeo. É lá que fica a maior parte da carne - na cabeça estão as vísceras e no restante do corpo não há muito mais o que comer.

Curiosidade - Os maiores consumidores de caranguejeira são os índios na América do Sul e os aborígenes na Austrália.

Fonte: Mundo Estranho

As meias mais fedidas da Europa

Quando o assunto são meias, as dos franceses e suíços são mais fedidas do que as dos alemães ou britânicos.

Um estudo feito pela empresa suíça Blacksocks revela que apenas 66% dos homens franceses trocam as meias diariamente, enquanto somente sete em cada 10 suíços calçam um par limpo todos os dias.

Na outra ponta da escala de higiene, estão os alemães e britânicos. Um total de 78% deles dizem que trocam as meias diariamente, segundo a pesquisa, que ouviu 3.000 pessoas em seis países europeus.

No geral, 77% dos homens e mulheres pesquisados trocam as meias todos os dias, enquanto 11%, a cada dois dias. Outros 4% vestem um par limpo a cada três dias, e 1% só trocam as meias uma vez por semana.

A frequência de mudança das meias pode estar relacionada ao número de pares que a pessoa possui. Os alemães são os que têm mais pares: 24, em média. Os austríacos vêm em seguida, com 23 pares, antes dos suíços, com 22.

Os franceses são os que possuem menos pares, em média 17, o que poderia explicar por que eles trocam menos as meias do que os outros europeus.

Fonte: Folha

Propaganda subliminar

Propagandas subliminares são chamadas as mensagens de persuasão feitas para serem percebidas apenas no subconsciente.

A primeira experiência do gênero foi realizada em 1956, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, pelo publicitário Jim Vicary. Durante a projeção de um filme, ele inseriu a frase "Beba Coca-Cola" numa velocidade tão rápida - aparecendo com apenas 0,003 segundo de duração - que ela passava desapercebida.

O olho humano só capta imagens que duram no mínimo 0,02 segundo, mas, de acordo com Vicary, as mensagens ficavam gravadas na mente das pessoas - tanto que, no intervalo do filme, as vendas do refrigerante aumentaram 60%.

Ele repetiu a experiência com a mensagem "coma pipoca" e obteve o mesmo resultado. Também é possível fazer propaganda subliminar com sons. "Uma técnica comum é usar batidas de coração como ruído de fundo para propaganda política.

O som fica quase imperceptível, principalmente se misturado à trilha sonora ou à fala do candidato, mas passa uma sensação de calma e segurança. O expediente já foi utilizado por políticos como Covas e Maluf, e nas propagandas de carro da Chevrolet", afirma o publicitário Flávio de Alcântara Calazans, professor da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo.

O caso mais famoso aconteceu no Japão, em 1997, quando mais de 700 crianças tiveram ataque epiléptico por causa do desenho Pokemón. A animação trazia um estímulo luminoso - flashes coloridos imperceptíveis - que deveria causar uma sensação agradável, mas que provocou curto-circuito no cérebro das crianças.


"Propaganda subliminar é crime em países como Estados Unidos e França, mas aqui no Brasil não existe uma legislação específica sobre isso - embora o Código de Defesa do Consumidor deixe claro que esse tem o direito de saber quando está diante de uma mensagem, publicitária", diz Flávio.

Fonte: Mundo Estranho.

Prefeito proíbe moradores de morrer

O prefeito da cidade de Falciano del Massico, no Sul da Itália, proibiu os moradores de morrer, porque o cemitério local chegou ao limite de sua capacidade.

De acordo com o prefeito Giulio Cesare Fava, a situação teve sua origem em 1964, quando Falciano se emancipou do município vizinho de Carinola. A cidade vizinha permaneceu, no entanto, administrando o cemitério, que ainda abriga os mortos das duas cidades. Mas elas divergem quanto à expansão do cemitério atual.

Diante do impasse, o prefeito decidiu criar o que chamou de uma medida "provocativa", na qual afirma ser "proibido para os moradores ir além das fronteiras da vida terrestre e passar para o além".

Fonte: Jornal Agora - 15/03/2012.

Rapunzel carioca

A carioca Natasha Moraes, de 12 anos, nunca cortou os cabelos desde que nasceu e virou notícia até na mídia internacional. O comprimento dos fios, que chega a 1,58 metro, está atrapalhando sua vida, por isso, ela pensa em cortá-los e vendê-los por aproximadamente 10 mil reais. As informações são do site britânico do Daily Mail.

Mesmo com o calor típico do Rio de Janeiro, a família de Natasha não pode sequer ter um ventilador em casa, porque os cabelos da menina poderiam enganchar no aparelho. Mergulhos, nem pensar: o sal do mar levaria horas para ser removido dos fios no banho.

A pré-adolescente também não é capaz de praticar esportes, principalmente natação. Quando caminha, tem de erguer os cabelos, evitando que eles se arrastem pelas ruas. Sem contar os custos de manter o comprimento das madeixas: só computando os gastos com xampu, são mais de mil reais por mês.

A mãe de Natasha, Catarina de Andrade, percebeu que a vida da menina está limitada por causa do tamanho do cabelo e aconselhou a garota a cortá-lo. Até a escola onde ela estuda já fez essa recomendação. Pelo jeito, em breve, ela não vai mais escutar as crianças na rua, gritando: “Jogue seus cabelos, Rapunzel!”.

Fonte: Globo.com

A sentimental e lírica modinha

A modinha é uma canção lírica, sentimental, derivada da moda portuguesa. Nos fins do século XVIII, em Portugal, a palavra moda tomou sentido genérico e com ela se designavam árias, cantigas ou romances de salão.

A voga que essa música vocal de salão adquiriu no reinado de Maria I se traduziu no trocadilho que se tornou de uso comum entre cronistas da época, “era moda, na corte de Maria I, cantar a moda”, cujos autores eram músicos de escola formados na Itália: João de Sousa Carvalho, Leal Moreira e Marcos Portugal

Quebrando o formalismo dessas modas cortesãs, surgiu nos serenins dos palácios de Bemposta, de Belém ou de Queluz, Portugal, a figura do brasileiro Domingos Caldas Barbosa (?1740—1800), poeta e tocador de viola. Protegido dos marqueses de Castelo Melhor, Caldas Barbosa, o Lereno da Nova Arcádia, sofreu a reação violenta dos poetas e escritores portugueses da época, principalmente Bocage, Filinto Elísio e Antônio Ribeiro dos Santos, que chegou a considerar sua presença como indício da dissolução dos costumes da corte portuguesa.

Domingos Caldas Barbosa deixou o Brasil em 1770. Só cinco anos depois, já investido de ordens menores, apareceram suas primeiras obras e por elas se verifica que o padre mulato, cobrindo-se com a batina para disfarçar o fator adverso da cor, não se deixou atingir pelos apodos virulentos dos seus rivais. Músico sem conhecer música, cantor sem haver estudado canto, Caldas Barbosa substituiu o cravo e o pianoforte pela viola de arame e com ela granjeou a simpatia dos áulicos e das açafatas da rainha.

Não se conhecem documentos que atestem a existência da modinha antes da apresentação de Caldas nos saraus lisboetas de 1775. Historiadores brasileiros mencionam os nomes de Gregório de Matos (1633—1696), Antônio José da Silva, o judeu (1705—1739) e Tomás Antônio Gonzaga (1744—?1808) como precursores da modinha. A documentação pesquisada não confirma a suposição desses historiadores.

O próprio Caldas Barbosa, evitando a designação de moda, usada pelos compositores eruditos, intitulou de cantigas as canções enfeixadas no seu Viola de Lereno: coleção das suas cantigas, oferecidas aos seus amigos (volume 1: Oficina Nunesiana, Lisboa, 1798; volume II: Tipografia Lacerdina, Lisboa, 1826). No texto de uma dessas cantigas, refere-se às suas modas, palavra que, por modéstia ou humildade, preferiu usar no diminutivo modinhas, criando assim o gênero poético-musical que iria converter-se na “mais rica das formas por que se manifesta a inspiração poética do nosso povo” (José Veríssimo).

É numerosa a bibliografia dos fins de setecentos e começos de oitocentos relativa à modinha, e nela é manifesta a primazia que escritores e viajantes dão à modinha brasileira, em confronto com a modinha portuguesa. O depoimento de William Beckford (1760—1844), datado de 1787, não deixa dúvida quanto à prioridade da modinha brasileira sobre a portuguesa. Teófilo Braga não hesita em afirmar a procedência brasileira da modinha.

Já a documentação musicográfica sofre a contingência de não ter tido o Brasil uma imprensa que documentasse a produção musical da época. Os mais antigos documentos saíram das oficinas e tipografias de Lisboa e Coimbra. Merece menção o Jornal / de / Modinhas / com acompanhamento de cravo / pelos melhores autores / dedicado / A Sua Alteza Real / Princesa do Brasil / por P. A. Marchal Milcent / no primeiro dia e no quinze de cada mez, sairá / uma modinha nova / Preço 200 Rs / Lisboa. Esse jornal foi editado a partir de 1792 e nele aparecem modinhas de Caldas Barbosa, cujo sucesso se refletiu no Brasil nas modinhas de Joaquim Manuel, outro mestiço brasileiro que teve a honra de ser editado em Paris, em 1824, num álbum de vinte modinhas harmonizadas por Sigismund Neukomm, o discípulo preferido de Joseph Haydn (1732—1809) que morou no Rio de Janeiro de 1816 a 1821.

Embora cultivada em Lisboa como música da aristocracia, foi no Brasil que a modinha se enraizou. Floresceu no I Reinado na obra de Cândido Inácio da Silva, Gabriel Fernandes da Trindade, padre José Maurício Nunes Garcia, padre Teles, Leal e outros. No II Reinado, a produção modinheira se enriqueceu com poemas dos melhores poetas, como Gonçalves Dias, Castro Alves, Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Casimiro de Abreu.

Musicalmente, porém, as edições brasileiras de então traziam o nome de compositores estrangeiros, que, atrelados ao estilo e ao gosto da ária da ópera italiana, não afinavam com o caráter nacional que a modinha já adquirira. Só nos fins do Império e começos da República, a modinha, já inteiramente aculturada, reflete a sensibilidade e o gosto do povo brasileiro.

A modinha se populariza. Deixa o recinto fechado dos salões e se expande nas ruas, ao relento, nas noites enluaradas, envolta nos acordes do instrumento que, no Brasil, se tornou o seu companheiro inseparável — o violão. É a fase em que pontificam Laurindo Rabelo, Xisto Bahia, Melo Morais Filho, Catulo da Paixão Cearense.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - São Paulo - 1998.