quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Marido e cachorro

Deu-se o caso numa lanchonete (sinal dos tempos: botequim antigamente era botequim, agora continua botequim, mas chamam de lanchonete). As duas jovens senhoras, belas e de calças compridas, deviam estar fazendo compras e deu sede. Foi aí que entraram na tal lanchonete. Sentaram naqueles incômodos tamboretes e pediram um refresco.

O garçom — muito solícito — explicou que tinha de laranja, de limão, de uva... enfim, refresco às pampas. Uma escolheu de maracujá e a outra simplificou ainda mais: quis laranjada. O garçom afastou-se para buscar o pedido, os canudinhos, pratinho de biscoitos, etc.

As distintas, enquanto esperavam, começaram a conversar e foi aí que uma perguntou para a outra:

— Como é que vai seu cachorrinho? Continua doente?

— Agora está melhor — informou a outra.

— Como é mesmo o nome dele?

— Joãozinho!

Era um nome esquisito, para cachorro, mas vocês sabem como é grã-fina, inventa cada besteira!!! E foi justamente quando elas começaram a falar sobre Joãozinho que o garçom estava de volta, com os refrescos. Colocou os copos defronte delas e começou a enxugar o balcão do bar, distraidamente.

— Meu marido detesta — dizia a que perguntara pelo cachorrinho da outra. E a outra:

— Joãozinho é um amor. Ultimamente ele tem dormido no meu quarto, ao pé da cama.

O garçom arregalou os olhos. Será que o coitado do marido daquela mulher dormia ao pé da cama? Ficou escutando, incrédulo.

— Tadinho, passa a noite inteira gemendo.

O garçom já ia dizer "pudera", mas conteve-se. Não tinha nada com isso. Apanhou uns copos da prateleira e começou a lavar.

— Ele não se sente muito preso no apartamento, não? — perguntou a que não tinha cachorrinho, dando uma chupadinha no canudo do refresco.

— Sente-se, sim. De noite eu sempre saio um pouquinho com ele.

— Isso é bom.

— É sim... distrai o coitadinho.

As duas mulheres pararam um pouco de falar enquanto tomavam o refresco. O garçom continuou examinando aquelas estranhas mulheres que, de colher de chá pro marido, davam só uma voltinha de noite e, provavelmente, deixavam os infelizes em casa e iam badalar. Cretinas — pensou o garçom.

A dona de Joãozinho terminou o refresco e falou:

— Estou desconfiada de que Joãozinho está com pulgas. 

— Que horror — exclamou a outra, também terminando o seu refresco.

— Quanto é? — ela perguntou ao garçom.

Este ficou meio sobre o parvo e ela tornou a perguntar:

— Quanto é?

— 150 cruzeiros — respondeu o garçom, como que acordando.

Uma das senhoras abriu a bolsa, tirou uma carteira recheada de notas e colocou sobre o balcão a importância exata. Não deixou nem um tostão de gorjeta, a miserável. O garçom sentiu que precisava ir à forra.

E quando elas se preparavam para sair, recolheu os 150 cruzeiros e disse para a dona de Joãozinho:

— Diga ao seu marido que, para ele acabar com as pulgas, deve tomar banho.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

June Allyson



June Allyson (Ella Geisman), cantora e atriz de cinema, nasceu no Bronx, Nova York, EUA, em 07/10/1917, e faleceu em Ojai, Califónia, em 08/07/2006. Iniciou sua carreira, primeiro como corista, depois, dançarina e cantora. Sua estréia no cinema foi com o filme "Girl crazy", com Mickey Rooney em 1943.

Apesar de sua pequena estatura (1,52 cm) e sua voz rouca, destacou-se em Hollywood como uma das mais cativantes personalidades. June Allyson era considerada por seus colegas como uma pessoa sincera, alegre e jovial.

Aos oito anos foi atingida por um pesado galho de árvore que se partira com um raio causando-lhe sérios ferimentos e imobilizando-a por um longo período. Aprendeu a dançar em casa, sem professor.

Ia ao cinema para aprender os passos da atriz Ginger Rogers, que no futuro se transfomaria em sua amiga. Foi tanto o esforço e o desejo de voltar a caminhar, depois do acidente, que o cinema, especialmente os musicais, lhe devolveram a esperança de recuperar a mobilidade de suas pernas. Conseguiu voltar a caminhar e ainda a incursionar como dançarina nos cenários de Broadway.

The Reformer and the Redhead, 1950
Estudava Ciências Humanas quando decidiu seguir a carreira dramática. Tentou a Broadway na revista "Sing out the news" como corista. Foi escolhida para substituir Betty Hutton no musical da Broadway, "Panama Hattie", que lhe abriu as portas ao sucesso.

Em 1938 participou do musical "The Best foot forward" que lhe permitiu chegar aos estúdios da MGM, depois de ser escolhida para participar da versão para cinema desse musical.

A partir de 1942 foi contratada pela M.G.M e a partir daí foram muitos anos de sucessos, como "Two girls and a Sailor" em 1944, "Two sisters from Boston" em 1946, "Good news" em 1947, "The Three mosqueters" em 1948 e "Little Woman em 1949.

Em 1944 trabalhou no filme "Meet the people", contracenando com Dick Powell, com quem se casaria em 19 de Agosto de 1945. Anos mais tarde, após a morte de Dick em 1963, casou-se duas vezes com o barbeiro dele, primeiro em 1963, divorciando-se em 1965 e depois em 1966 separando-se definitivamente em 1970. Em 1976 se casa com o médico David Ashrow, com quem viveu até sua morte em 2006. Teve apenas dois filhos com Dick Powell.

Quando deixou o cinema, fez fortuna na TV com o "June Allyson Show", sendo que em 1970 estrelou, na Broadway, a comédia "Quarenta quilates", após ter feito algumas operações que lhe modificaram o nariz, puxaram seus olhos e extraíram um calo de sua garganta, deixando-a para sempre, sem a característica voz rouca.

Faleceu em 2006, aos 88 anos de idade, de insuficiência respiratória e bronquite aguda.

Filmografia

2001 - These Old Broads
2001 - A Girl, Three Guys, and a Gun
1989 - Wilfrid's Special Christmas
1982 - The Kid with the Broken Halo
1978 - Blackout
1978 - Three on a Date
1977 - Curse of the Black Widow
1973 - Letters from Three Lovers
1972 - They Only Kill Their Masters
1971 - See the Man Run (TV)
1959 - A Stranger in My Arms
1957 - My Man Godfrey
1957 - Interlude
1956 - You Can't Run Away from It
1956 - The Opposite Sex
1955 - The McConnell Story
1955 - The Shrike
1955 - Strategic Air Command
1954 - Woman's World
1954 - Executive Suite
1954 - The Glenn Miller Story
1953 - Remains to Be Seen
1953 - Battle Circus
1952 - The Girl in White
1951 - Too Young to Kiss
1950 - Right Cross
1950 - The Reformer and the Redhead
1949 - The Stratton Story
1949 - Little Women
1948 - Words and Music
1948 - The Three Musketeers
1948 - The Bride Goes Wild
1947 - Good News
1947 - High Barbaree
1946 - The Secret Heart
1946 - Till the Clouds Roll By
1946 - Two Sisters from Boston
1945 - The Sailor Takes a Wife
1945 - Her Highness and the Bellboy
1944 - Music for Millions
1944 - Meet the People
1944 - Two Girls and a Sailor
1943 - Girl Crazy
1943 - Best Foot Forward
1940 - All Girl Revue
1939 - Rollin' in Rhythm
1938 - The Knight Is Young
1938 - The Prisoner of Swing
1938 - Sing for Sweetie
1937 - Dates and Nuts
1937 - Dime a Dance
1937 - Ups and Downs
1937 - Pixilated
1937 - Swing for Sale

Fonte: Wikipédia.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O revolucionário

Foi no dia posterior à crise. Na véspera já chegara em casa reticente, falando com meias palavras. A mulher achou-o esquisito, mas não quis entrar no assunto diante das crianças.

Foi à noite, quando foram se deitar, que perguntou, com um tom de ansiedade na voz, por que ele estava assim. O Rio explodia de boatos, contavam-se misérias, por isso a mulher já estava predisposta a ouvir o que ouviu.

Ele falou em perseguição política, na possibilidade de ser preso. Ela engoliu em seco, sem compreender: o marido nunca pertencera a qualquer partido político, como é que podia sofrer perseguições políticas?

— "É por causa do Gouvea" — o marido explicou.

O Gouvea andava metido com os comunistas, andou aceitando favores de alguns, ele ficara comprometido.

Gouvea — é preciso que se explique — era o chefe da firma onde o marido trabalhava. A mulher ficou tão chateada, que quase não dormiu.

Ele, porém, virou para o lado e disse, num bocejo:

— "Deixa isso pra lá, Jupira, se acontecer alguma coisa nós veremos". E dormiu.

No dia seguinte saiu um pouco mais cedo, com ar preocupado. A mulher despediu-se dele com um suspiro. Ali pelo meio-dia, veio o telefonema. O Coronel Pereira queria falar com ele. A mulher explicou que o marido já tinha saído; se o Coronel Pereira queria deixar o recado. O Coronel disse que passaria no escritório, com uma patrulha. Mal o Coronel desligou, ela tratou de prevenir o marido:

— "Querido — falou chorosa — um Coronel quer falar com você".

Ele falou baixinho, do outro lado da linha: — "Já fui informado. Querem me prender. Não se preocupe, querida. Ficarei uns dias fora, escondido".

Nem a mulher soube onde ele se escondeu e foi melhor assim. Se o tal Coronel telefonasse ou aparecesse pessoalmente, poderia arrancar dela o segredo.

Depois que a coisa amenizou, reapareceu em casa. Foi uma festa. As crianças pularam de contentes, a mulher deixou cair grossas lágrimas, quentes de alegria. Ninguém o tinha procurado, não é mesmo? Então, o perigo passara. Se o Gouvea, que era o Gouvea, não fora molestado, muito menos seria ele, que se comprometera apenas por causa do Gouvea.

Às perguntas sôfregas da mulher, respondeu com um pedido:

— "Não vamos falar mais nisso".

Ela concordou, mas na hora de ir dormir, ao lhe dar o clássico beijo na testa, tornou ao assunto:

— "Meu bem, onde você esteve escondido durante toda esta semana?".

Estivera na casa de um tio do Gouvea, em Jacarepaguá. Aliás, não mentia muito. A casa fora mesmo de um tio do Gouvea que a vendera ao Gouvea. Passara toda a semana lá: ele com uma loura que eu vou te contar, e o Gouvea com a maior morena. Fora uma farra e tanto. E antes de dormir pensou:

— "Puxa, se um dia ela descobre que o tal Coronel Pereira era o próprio Gouvea disfarçando a voz, eu tô roubado".
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

Crescei-vos e multiplicai-vos

Conforme vocês sabem, os cientistas ingleses foram os primeiros a estudar e a descobrir remédios anticoncepcionais.

Deu até bode e quem não for capenga de memória deve se lembrar da bronca que instituições moralistas deram nos médicos que conseguiram fabricar pílulas de grande eficiência na difícil tarefa de evitar a chamada procriação.

Mas cientista — vocês sabem como é — não dá muita bola para Associações de Pais de Família, Centros de Senhoras Zelosas e outros mafuás do gênero.

Continuaram o seu trabalho nos laboratórios e aperfeiçoaram a coisa de tal maneira que — dizem — chegaram a resultados quase perfeitos nisso de pílulas anticoncepcionais.

Mas, agora, vem um "big" professor inglês e traz a novidade.

Até aqui as pílulas eram tomadas pelas mulheres, coisa, aliás, que não se compreendia, pois o homem — pelo menos que eu saiba — tem grande responsabilidade em operações chamadas conceptivas.

O professor, que se chama Alan Parker, e é titular da cátedra de Fisiologia da Universidade de Cambridge, ao iniciar uma Conferência de Planificação Familiar, largou brasa na novidade, explicando que as primeiras experiências feitas com pílulas anticoncepcionais para homens causaram efeitos seguríssimos e que a pílula vai funcionar direitinho.

Ora, nessas coisas de ciência, sempre que eu quero melhores esclarecimentos, recorro à veneranda Tia Zulmira, senhora com larga experiência em laboratórios de diversas universidades célebres por suas pesquisas científicas. Apareci no casarão da Boca do Mato na hora do almoço e ainda peguei beira de mesa para enfrentar um badejo ao primo anzol, preparado nas alcaparras pela genial arte culinária de titia, cujo ecletismo é incalculável.

Após o esplêndido repasto, enquanto Tia Zulmira sentava em sua cadeira de balanço de junco da índia, para tricotar casaquinhos, aguardei o momento oportuno e falei sobre a nova descoberta. Ela parou o seu trabalho, pousou as agulhas de tricô no seu regaço, e depois falou:

— Não vai dar certo, meu filho. Pílulas anticoncepcionais para os homens poderão causar grandes aborrecimentos. No dia em que o remédio fracassar, o marido jamais saberá quem andou errado: a mulher ou a pílula.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

Primeira transmissão ao vivo na TV

A primeira transmissão televisiva ao vivo - Olimpíadas de Berlim - 1936
Experiências pioneiras datam do século passado, mas só por volta de 1920 os primeiros aparelhos de televisão começaram a aparecer. A telinha, no entanto, não teria avançado para ser o que é hoje sem o esforço do inglês John Logie Baird (1888-1946), que resolveu aproveitar as ondas de VHF (Very High Frequency) para transmitir imagens.

A primeira transmissão ao vivo na TV foi um discurso de Adolf Hitler, em 1936, na abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim. Sem dúvida um péssimo exemplo para ser espalhado espaço afora. Explica-se. A potência dessas ondas é tão grande que, sabe-se hoje, elas continuam a se propagar pelo espaço indefinidamente.

Baird não viveu o suficiente para ver, em 1957, a primeira transmissão via satélite, feita pelo satélite russo Sputnik.

Fonte: Wikipédia; Revista Superinteressante.

Bode expiatório

Foi a Bíblia que estigmatizou o bode como vítima inocente. No Levítico, um dos livros do Antigo Testamento, está escrito que o Senhor disse a Moisés que Aarão – seu irmão mais velho – deveria sacrificar um bode e oferecê-lo a Deus. Com isso expiaria os seus pecados e os de todo o povo de Israel.

Desde então, cumprindo o mandamento divino, matar um bode para se livrar dos pecados virou um hábito. Para tanto, organizavam um ato religioso que contava com a participação de dois bodes. Em sorteio, um deles era sacrificado junto com um touro e seu sangue marcava as paredes do templo.

O outro bode era transformado em “bode expiatório” e, por isso, tinha a função ritual de carregar todos os pecados da comunidade. Nesse instante, um sacerdote levava as mãos até a cabeça do animal inocente para que ele carregasse simbolicamente os pecados da população. Depois disso, era abandonado no deserto para que os males e a influência dos demônios ficassem bem distantes.

Ao longo da história percebemos que várias minorias ou grupos marginalizados foram utilizados como “bode expiatório” de algum infortúnio ou fracasso. Em certa medida, os judeus foram ironicamente alvo de sua própria tradição. Primeiro, ao serem culpados pela Peste Negra, na Baixa Idade Média, e – muito tempo depois – perseguidos na Europa pelos movimentos antissemitas que vigoraram no século XX.

Os judeus pararam de fazer essa cerimônia há muito tempo, mas a imagem do bode expiatório perdurou como uma espécie de culpado inocente, aquele responsável pela culpa dos outros. Como a origem é muito antiga, a expressão não existe só em português, tendo equivalentes em várias outras línguas. Os italianos dizem capro spiatorio, os franceses, bouc émissaire, os ingleses, scapegoat, e os alemães, sündenbock.

Coitado do bode, que não tem nada a ver com isso.

Fontes: Brasil Escola; Revista Superinteressante.

Dor de crescimento

A criança se queixa de dor nas pernas durante a noite, mas no dia seguinte está brincando normalmente. A chamada “dor de crescimento” é um mal que aparece no último estirão de crescimento da criança, em geral entre os 10 e os 14 anos.

Não se cresce continuamente, o tempo todo. Uma criança tem duas ou três fases de esticamento veloz. “Nesse período, os ossos crescem muito rápido”, explica o ortopedista Sérgio Nicoletti, da Universidade Federal de São Paulo.

“Os músculos, os tendões e os ligamentos nem sempre acompanham o desenvolvimento com a mesma velocidade. Isso causa um descompasso e essas estruturas podem tensionar-se demais, provocando dor.”

O mal ocorre com mais freqüência nas pernas, principalmente nos joelhos, porque esses ossos são os que crescem mais rápido. Mas não chega a constituir uma doença. E nem precisa de tratamento. Por mais que se façam exames ou radiografias, nenhuma anomalia é registrada.

Quando termina a fase de estiramento, a dor desaparece. Tudo o que os médicos podem fazer é indicar um analgésico para os meninos e meninas.

Fontes: Revista Superinteressante; Crescer.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Shirley Temple, a atriz mirim



Shirley Temple (Shirley Jane Temple), atriz e diplomata, nasceu em Santa Monica, Califórnia, EUA, em 23/04/1928. Foi a mais jovem atriz a ganhar um Oscar: aos 6 anos de idade. Foi uma verdadeira campeã de bilheteria (salvando a Fox) e encantando a todos com seu incansável otimismo.

Nunca uma estrela infantil fez tanto sucesso: aos três anos ela já sapateava e começou a carreira numa paródia a estrelas e astros adultos. Aos 6 anos, contratada pela Fox, cantou “Baby take a Box” em Stand Up and cheer (1934). Em Little Miss Marker, no mesmo ano, solidificou sua carreira.

Cartão do Dia de São Valentim,
com ilustr. baseada em Shirley
Tornou-se objeto de consumo na América, com produtos que levavam seu nome e rosto, como bonecas e livros. Por esses anos atuou em diversos filmes de sucesso, dentre os quais “Little Miss Marker”, “Change of Heart”, “Now I’ll Tell”, “Now and Forever” e “Olhos Encantados” (no qual cantou seu mais popular sucesso “On The Good Ship Lollipop”).

A entrada da adolescência fez com que os papéis rareassem até que ela se aposentasse precocemente, em 1949. Tentou ainda apresentar alguns programas populares (o Shirley Temple’s storybook), mas não deu certo.

Shirley começou a ter aula de dança com três anos de idade e foi contratada para participar de uma série de curtas chamadas "Baby Burlesks", que parodiavam estrelas e astros adultos, mais notadamente Marlene Dietrich. No mesmo ano, atuou numa sucessão de curta metragens e filmes, incluindo "Little Miss Marker", "Change of Heart", "Now I'll Tell", "Now and Forever" e "Bright Eyes" (no qual cantou seu mais popular sucesso, a canção "On The Good Ship Lollipop").

Ganhadora de um Oscar especial aos seis anos de idade, Temple foi a salvadora da Fox e do público na época da Grande Depressão. Inclusive o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt sucumbiu a seus encantos e lhe agradeceu por "ter feito a América atravessar a Grande Depressão com um sorriso".

Shirley foi campeã de bilheteria de 1935 a 1938 com seu eterno otimismo e seu sorriso vencedor. Depois de adulta porém, não teve o mesmo sucesso como atriz, e aposentou-se do cinema em 1949, e em 1967, se candidatou ao cargo de representante do estado da Califórnia no congresso norte-americano, mas não obteve êxito. Nos anos de 1969 e 1970, foi delegada junto às Organizações Nações Unidas (ONU).

Também foi embaixadora americana em Ghana (1974-1976), foi chefe de protocolo para o presidente Gerald R. Ford (1976-1977) e membro da delegação americana que tratava dos problemas dos refugiados africanos (1981). De 1989 até 1992, Shirley Temple serviu como embaixadora na Tchecoslováquia.

Faleceu em 10 de fevereiro de 2014, em Woodside, Califórnia, EUA.

Filmes

A Kiss for Corliss - O Eco de um beijo (1949)
The Story of Seabiscuit - Têmpera de um Vencedor (1949)
Adventure in Baltimore - Aventura em Baltimore (1949)
Mr. Belvedere Goes to College - O Gênio do Colégio (1949)
Fort Apache- Sangue de Herói  (1948)
That Hagen Girl - Marcado pela calúnia (1947)
The Bachelor and the Bobby-Soxer - O Solteirão cobiçado (1947)
Honeymoon - Lua de mel à três (1947)
American Creed (1946)
Shirley em 1944
Kiss and Tell (1945)
I'll Be Seeing You - Ver-te-ei outra vez (1944)
Since You Went Away - Desde que você foi embora (1944)
Miss Annie Rooney (1942)
Kathleen (1941)
Young People - Mocidade (1940)
The Blue Bird - O Pássaro Azul (1940)
Susannah of the Mounties - Susana (1939)
The Little Princess - A Pequena princesa (1939)
Just Around the Corner - Anjo de Felicidade (1938)
Little Miss Broadway - Miss Broadway (1938)
Rebecca of Sunnybrook Farm - Sonho de Moça (1938)
Heidi (1937)
Wee Willie Winkie - Shiley, Soldado da Índia (1937)
Stowaway - A pequena clandestina (1936)
Dimples - Princesinha das ruas (1936)
Poor Little Rich Girl - A pobre menina rica (1936)
Captain January - O anjo do farol (1936)
The Littlest Rebel - A Pequena Rebelde (1935)
Curly Top - A Pequena Órfã (1935)
Our Little Girl  (1935)
The Little Colonel - O Mascote do Regimento (1935)
Bright Eyes - Olhos Encantados (1934)
Now and Forever - Agora e Sempre (1934) DOWNLOAD
Baby Take a Bow (1934)
Now I'll Tell (1934)
Little Miss Marker - A Pequena Miss Marker (1934)
Change of Heart (1934)
Stand Up and Cheer! - Alegria de Viver (1934)
Managed Money (1934)
As the Earth Turns (1934)
Carolina (1934)
Pardon My Pups (1934)
What's to Do? (1933)
Shirley em 1992
Merrily Yours (1933)
Kid 'in' Africa (1933) .
To the Last Man (1933)
Dora's Dunking Doughnuts (1933)
Polly Tix in Washington (1933)
The Kid's Last Fight (1933)
Out All Night (1933)
Kid in Hollywood (1933)
Glad Rags to Riches (1933)
New Deal Rhythm (1933)
The Pie-Covered Wagon (1932)
The Red-Haired Alibi (1932)
War Babies (1932)
Runt Page (1932)
Kid's Last Stand (1932)

Fontes: Cinema Clássico - Shirley Temple; Wikipédia.

Carne maturada

O processo de maturação vem sendo empregado amplamente pela indústria de abate e processamento de animais. Constitui tecnologia de extrema importância pois ao permitir melhorar as características organolépticas e sensoriais da carne, assim como sua maciez, implica em maior aceitação por consumidores e permite agregar valor diferencial ao produto.

A carne é amaciada naturalmente, sem que se misture a ela qualquer produto. Geralmente, esse processo de maturação é usado para a carne bovina. Existem enzimas dentro dela que fazem com que os filamentos de proteínas das fibras musculares se rompam. A carne fica então mais molinha, além do sabor tornar-se mais acentuado.

Mas como o alimento se estraga com muita facilidade, é preciso que esse processo aconteça sob refrigeração (abaixo de 2 graus Célsius). Se a carne for embalada a vácuo, a segurança será maior ainda porque ela não será atacada pelos microorganismos externos que causam a deterioração.

“É importante destacar que a carne maturada tem uma composição idêntica à da fresca e nenhum ingrediente é adicionado a ela”, explica o veterinário especializado em engenharia de alimentos Pedro Eduardo de Felício, da Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo. Durante a maturação, porém, perde-se um pouco de umidade e de proteínas solúveis presentes no alimento. Um bom churrasco!

Fontes: Superinteressante; Rehagro.

Por que a pimenta arde?

Antes de sabermos sobre o porquê do ardido da pimenta, é bom conferir os benefícios desse tempero para o nosso organismo:

1) Para quem sofre de enxaquecas, eis a solução: a capsaicina, substância presente na pimenta, provoca a liberação de endorfinas (analgésicos naturais extremamente potentes fabricados pelo nosso cérebro). Quanto maior a liberação de endorfina, menor a sensação de dor e crises de enxaqueca;

2) Auxilia na digestão: a substância picante da pimenta (capsaicina) melhora o funcionamento do intestino;

3) Poder antioxidante: a pimenta possui a propriedade antioxidativa que retarda o envelhecimento de nossas células;

4) Propriedade anticâncer.

Diante de tantos efeitos benéficos, fica a pergunta: mesmo para quem não gosta do sabor picante da pimenta, vale a pena ingerí-la só para garantir uma vida saudável? É claro que sim. Conheça agora a química responsável pela característica apimentada.

As pimentas ardem porque possuem as chamadas capsaicinóides. Essas substâncias de nome esquisito não têm cheiro nem sabor, mas estimulam as células nervosas da boca, produzindo aquela sensação de ardor, como se a boca estivesse pegando fogo. As capsaicinóides são produzidas por glândulas localizadas nas placentas das pimentas - aquele tecido esbranquiçado onde ficam grudadas as sementinhas.

A "temperatura" de cada espécie desse fruto depende da concentração de capsaicinóides que ela possui. E, por incrível que pareça, existe até uma unidade específica para se medir o ardor: a Unidade de Calor Scoville (SHU) - nome em homenagem ao farmacologista Wilbur L. Scoville, pioneiro na medição do poder de fogo desse condimento. O SHU de cada pimenta é obtido após testes bioquímicos em máquinas com líquidos de alta pressão. O Guinness Book, o "livro dos recordes", já apontou em uma de suas edições a californiana red savina habanero como a pimenta mais ardida do mundo, atingindo a marca de até 580 mil SHU.

Só para comparar, a nossa "quentíssima" e popular malagueta atinge cerca de 200 mil SHU. Num ranking completo das espécies mais poderosas, é provável que a malagueta conseguisse um lugar entre as cinco primeiras.

Fontes: Mundo Estranho; Mundo Educação.

Romário, o homem-gol

Dono de um toque de bola genial e de uma língua tão afiada como navalha, Romário foi um goleador raro. Afinal, se tornou artilheiro por todo lugar que passou. A começar do Vasco da Gama, onde conquistou os campeonatos e a artilharia de 1987 e 1988, com vinte e dezesseis gols respectivamente. Depois, continuou a marcar goIs e encabeçar a lista de goleadores no PSV Eindhoven, da Holanda, e no Barcelona, da Espanha. Pela Seleção Brasileira, conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de 1988, quando se tornou artilheiro da competição. Na Copa de 1994, tornou-se a maior estrela da Seleção e do Mundial.

Como Maradona em 1986 e Garrincha em 1962, ganhou uma Copa do Mundo praticamente sozinho. Foi a dos Estados Unidos, em 1994, o tetra do Brasil, quando deixou sua marca de artilheiro em cinco das sete partidas. Isso já diz um bocado a respeito de Romário. Mas é pouco. Com seu 1,69m, marrento e fantástico goleador, o Baixinho é uma lenda do futebol mundial.

Romário de Souza Farias nasceu em Vila da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, em 29/01/1966. Apareceu no Vasco em 1985, aos 19 anos, para compor dupla de ataque com Roberto Dinamite. No mesmo ano, estreava na seleção brasileira júnior aprontando das suas, para variar.

Era presença certa no Mundial da categoria na União Soviética. Mas seu nome sumiu da lista meses antes, depois do Campeonato Sul-Americano. Tudo porque sua maior diversão na concentração era ficar na sacada do hotel urinando na cabeça de quem passava lá embaixo. Corte na certa.

Polêmico fora de campo (cobrou dívidas em público e já bateu boca com Zico e Pelé), dentro dele Romário e suas pernas curtas protagonizaram alguns dos momentos mais belos e inesquecíveis da história do futebol.

Seu habitat natural é a grande área. Dos zagueiros do tipo guarda-roupa, ele se livra com um simples gingado, um imprevisível drible de corpo; e dos goleiros bem colocados, com um totó de bico de chuteira.

Em 1999, a revista Trip lhe perguntou sobre Maradona. A resposta veio seca: "Eu fiz mais gols do que ele, ganhei mais do que ele. No futebol moderno dos últimos 15 anos, Maradona só perde para mim".

Assumido admirador das noitadas e incorrigível gazeteiro de treinos, Romário sempre teve problemas com técnicos. Um deles foi Carlos Alberto Parreira, que comandou a seleção brasileira na Copa de 1994. Durante as eliminatórias, o treinador já havia dado a entender que o craque-problema era carta fora do seu baralho. Mas com o titular Müller contundido, não havia parceiro para Bebeto no ataque.

Contra o Uruguai, no Maracanã, a classificação do Brasil estava em jogo. Parreira ponderou e achou melhor recorrer ao Baixinho, que estava barbarizando na Espanha pelo Barcelona. Resultado: Brasil 2 x 0, dois gols de Romário. Depois do show particular, ele ainda prometeu: conquistaria o tetra para o Brasil.

A Copa dos Estados Unidos viria a ser o seu segundo Mundial. Em 1990, na Itália, viu contundido do banco de reservas o fiasco do selecionado de Sebastião Lazaroni. Também por contusão foi cortado do terceiro, na França, às vésperas da estreia. Por mais que prometesse se recuperar a tempo, Romário não teve chance. Voltou para o Rio de Janeiro e trabalhou como comentarista de uma rede de televisão durante o torneio.

A pergunta jamais vai calar: "E se ele estivesse naquela decisão contra os franceses? O Brasil teria voltado para casa sem o penta?" Amado por muitos, odiado por poucos, Romário é unanimidade entre quem realmente entende de bola.

Em 2000, teve um dos melhores anos de sua carreira ao marcar 67 gols somente com a camisa do Vasco, que lhe permitiram quebrar um recorde histórico de Roberto Dinamite, até então o maior goleador do clube em uma temporada (62 gols em 1981).

Com a crise técnica pela qual passava a seleção, o Baixinho voltou a ser convocado para os jogos da equipe nas eliminatórias da Copa. Logo em seu primeiro jogo, contra a Bolívia, no Maracanã, em setembro de 2000, marcou três gols na vitória por 5 a 0. Porém ficou sabendo nesta mesma semana que o técnico Vanderlei Luxemburgo havia vetado a sua participação nas Olimpíadas de Sydney.

Romário continuou com prestígio na seleção mesmo após a demissão de Luxemburgo e a chegada de Émerson Leão ao time. Porém, a situação começou a mudar quando Luiz Felipe Scolari foi escolhido para assumir a equipe.

Inicialmente, Felipão cogitou manter o "Baixinho" na equipe. Mas mudou de ideia quando Romário pediu dispensa da Copa América da Colômbia, em 2001. O atacante alegou que precisava submeter-se a uma intervenção cirúrgica em seus olhos, mas seguiu com o Vasco para uma série de amistosos no México.

Preterido por Felipão, ele caiu de rendimento e acabou por rescindir seu contrato com o Vasco. Sondado por clubes como Palmeiras, Santos, Corinthians e Flamengo, acabou optando por defender o Fluminense no Brasileiro de 2002, ano do centenário da equipe carioca. Em 2003, jogou no Al-Sadd - ficou pouco tempo - e retornou às Laranjeiras.

E, de volta ao clube carioca, Romário reservou mais uma encrenca. Com apenas cinco gols marcados durante o Brasileirão e enfrentando nova série de contusões, o jogador direcionou sua fúria ao técnico interino Alexandre Gama depois de ser barrado do time. Desta vez, porém, perdeu a briga e deixou o clube, para ao final de 2004, revelar que estava sem vontade, anunciando o fim de sua carreira.

Em 2005, beirando os 40 anos, Romário conseguiu uma das maiores façanhas de sua carreira, ao marcar 22 gols e se tornar o artilheiro do Campeonato Brasileiro. Isso, com a camisa do Vasco da Gama.

Já "quarentão", Romário partiu para aventura nos Estados Unidos em 2006, defendendo o Miami FC em uma liga secundária do país. Lá, fez sucesso e foi artilheiro do campeonato.

Depois disso, transferiu-se para o mineiro Tupi, onde não conseguiu atuar sequer em uma partida por problemas burocráticos. Então, transferiu-se para o Adelaide United, da Austrália para alcançar a sonha marca dos mil gols. Mas só balançou a rede uma vez na Oceania.

Até que voltou ao Rio de Janeiro, para vestir novamente a camisa do clube que o revelou, novamente sob a batuta de Eurico Miranda. Com moral em São Januário, ele chegou à marca comemorativa (segundo suas contas) e até virou treinador. Mas uma desavença com o presidente do clube e o crescente descontentamento com a diretoria forçaram sua saída.

Em evento comemorativo no Rio de Janeiro, Romário anunciou definitivamente sua aposentadoria dos gramados no dia 14 de abril. Após quase um ano de férias, porém, o ex-jogador voltou ao futebol, mas não dentro de campo. A pedido do presidente do América, Ulisses Salgado, Romário assumiu como homem forte do futebol rubro, no dia 17 de março de 2009.

Ainda fora das quatro linhas, Romário continuou sendo assunto. Porém, desta vez, não no América, mas na Justiça. O ex-jogador foi preso (passou cerca de 18 horas na cadeia) por não pagar a pensão alimentícia dos filhos Moniquinha e Romarinho, em ação movida pela ex-mulher Mônica Santoro.

Em 2009, anunciou sua entrada na política, filiando-se ao PSB, sendo eleito em sexto lugar deputado federal pelo Rio de Janeiro em 2010.

Clubes

Vasco (RJ): 1985-1988; PSV Eindhoven (HOL): 1988-1993; Barcelona (ESP): 1993-1995; Flamengo (RJ): 1995-1996; Valencia (ESP): 1996; Flamengo (RJ): 1996-1997; Valencia (ESP): 1997; Flamengo (RJ): 1997-1999; Vasco (RJ): 1999-2002; Fluminense (RJ): 2002-2003; Al-Saad (CAT): 2003; Fluminense (RJ): 2003-2004; Vasco (RJ): 2005-2006; Miami FC (EUA): 2006; Adelaide United (AUS): 2006; Vasco (RJ): 2007; América (RJ): 2009.

Fontes: Revista Placar; UOL Esporte; Wikipédia.

Jogadas que tem dono

A folha-seca de Didi mata o selecionado do Peru e nos classifica em 1957.

Foi só a bola inglesa desembarcar aqui e já nasciam as criações diabólicas em campo. Começa com a chaleira. Garrincha recebe a bola, dribla um, passa pelo goleiro. O gol aberto. Só que o camisa 7 espera. Espera o zagueiro que corre desesperadamente para cortar o lance. Outro drible e o defensor se espatifa contra a trave. Aí, então, Mané faz o gol. Aquele lance ocorrido contra a Fiorentina, da Itália, numa partida preparatória para a Copa da Suécia é um dos melhores exemplos da fascinação que o drible exerce sobre o jogador brasileiro. O drible, a finta, o chute de efeito, a jogada espetacular. Não há como negar a virtuosidade do nosso craque com a bola nos pés. Confira os lances que, muitas vezes, valem mais do que um gol:

PEDALADA - Marca registrada de Robinho do Santos, vitimando, principalmente, zagueiros corinthianos. É quando o jogador, indo em direção ao seu marcador, passa diversas vezes o pé sobre a bola, com o intuito de enganar o adversário em relação ao lado para onde ele prosseguirá com a jogada.

CHARLES OU CHALEIRA - Lance em que o jogador toca a bola a meia-altura com a sola ou o lado externo do pé, durante uma corrida ou para iniciar o pique. Foi inventado por Charles Miller, sendo, nos primórdios do futebol brasileiro, chama do de "charles". Com o tempo, virou chaleira.

CANECO - Lance de extrema habilidade no qual o jogador prensa a bola com um pé sobre o calcanhar do outro pé, dá um giro, levantando a pelota e fazendo-a descrever uma curva sobre a cabeça do adversário posicionado a sua frente. Bastante raro durante as partidas, embora conhecido por todo jogador virtuoso. Mazzola, centroavante do Palmeiras e da Seleção Brasileira no final da década de 50, apreciava muito aplicar o drible nos jogos. Assim como o ponta-direita Kaneko, jogador do Santos no final dos anos 60, que imortalizou a jogada e em prestou-lhe o nome.

ELÁSTICO - Drible consagrado pelo craque Roberto Rivelino. O jogador fica de lado para o adversário. Com a parte externa do pé, leva a bola para o lado e, de repente, com a parte interna, traz de volta, enganando o marcador. "O lance serve para sair de uma situação difícil ou então para desmoralizar o marcador", explica Riva, que certa vez usou o elástico para escapar de uma marcação cerrada de Kevin Keegan, considerado um dos maiores jogadores da história da Inglaterra. "Depois do drible, ele não chegou mais perto". Mas Rivelino não foi o inventor da jogada. O mérito cabe ao ex jogador Sérgio Echigo, que jogou nos aspirantes do Corinthians. "O Echigo era um ponta-direita que jogava demais. Para ter uma idéia, ele aplicava o elástico com os dois pés, parado ou na corrida", recorda Riva.

TRIVELA - Chute dado com "três dedos", para que a bola ganhe efeito e descreva trajetória curva. Um dos jogadores mais famosos pelos passes e jogadas de efeito foi Ipojucan, armador do Vasco da Gama no final dos anos 40 e começo dos 50. Alto e magro, a trivela compensava sua movimentação lenta em campo. Mas a jogada está no repertório de todo jogador habilidoso. "Ás vezes, eu estava na lateral e chutava a bola de trivela. Ela passava alta, por trás do bandeirinha e caía dentro do campo. Ele dava lateral e a torcida, que não tinha percebido a bola sair, vaiava. Ele olhava com raiva para mim. Fazer o que?", diverte-se o craque Nilton Santos.

LETRA - Chute dado com um pé passando por trás do outro. Usado muitas vezes para cruzamentos, nos casos em que o jogador é "cego" do pé que deveria alçar a bola para a área.

GOL DE LETRA - Gol marcado quando o jogador deixa a bola passar no meio das pernas, desviando-a levemente com o calcanhar ou a parte interna do pé antes que escape.

BELFORT - Jogada típica do início do futebol em que o defensor dava um chutão para a frente de sem-pulo, numa rápida inversão dos pés. Era tão usada pelo jogador Belfort Duarte, campeão pelo América em 1913, que acabou ganhando seu nome.

DOMINGADA - Jogada arriscada em que o zagueiro tenta o drible dentro da própria área Com Domingos Da Guia, seu "inventor", era demonstração de frieza e habilidade Depois de Domingos, entretanto, os zagueiros que tentavam driblar os atacantes geralmente perdiam a bola e propiciavam o gol para os adversários. Por isso, hoje, a domingada ganhou a conotação de irresponsabilidade. Muito praticada no sentido atual pelo zagueiro Júnior Baiano, do São Paulo.

PEGADA - Jogada peculiar do jogador Marcos de Mendonça, primeiro goleiro da Seleção Brasileira. Consistia em pegar a bola um pouco de lado, amortecendo-a. Trazida pela mão direita, a bola se encaixava na asa do braço esquerdo. "Pegada complicada e debochativa", segundo descreveu o cronista esportivo Mario Filho.

PONTE-AÉREA - Salto espetacular no qual o goleiro fica praticamente com o corpo paralelo ao solo na tentativa de apanhar a bola. O nome homenageia o goleiro Pompéia, campeão pelo América em 1960. Dono de impulsão fabulosa e estilo acrobático, Pompéia era chamado de Ponte-Aérea ou Constellation (nome de um avião).

CALCANHAR - Bater na bola com o calcanhar. Nos anos 50, o recurso era bastante utilizado pelo armador Ipojucan, do Vasco, Portuguesa de Desportos e da Seleção. A redescoberta do calcanhar, entretanto, cabe ao jogador Sócrates, que tornou o lance sua marca registrada.

CURVITA - Chute venenoso que fez a fama do ponta-direita Cláudio Christovam do Pinho, artilheiro máximo da história do Corínthians com 295 gols. Cláudio batia faltas com a parte interna do pé, fazendo com que a bola passasse por cima da barreira e descrevesse uma trajetória inesperada. A curvita mais famosa aconteceu num jogo Corínthians versus Benfica, no dia 10 de julho de 1955. A cobrança do corinthiano enganou completamente o goleiro Costa Pereira: "A bola fez uma curvita", explicou o português. Estava batizada a jogada.

BICICLETA - Salto acrobático em que o jogador chuta a bola no ar e para trás, ficando de costas para o chão. Inventado por Petronilho de Brito, ponta de-1ança que jogou na década de 20 e 30 em alguns clubes extintos de São Paulo e no San Lorenzo da Argentina. Mas foi com Leônidas da Silva que a jogada ganhou fama e se espalhou pelo mundo. "A bicicleta de Leônidas era um fenômeno. Ele ia a quase dois metros de altura", testemunha o jornalista Luiz Ernesto Kawall, presente no Pacaembu quando o Diamante Negro marcou seu primeiro gol de bicicleta vestindo a camisa do São Paulo, no ano de 1942.

FOLHA-SECA - Chute que sobe e cai inesperadamente, como uma "folha seca". É dado com a ponta do pé, quase de bico, pegando no meio da bola e cortando-a de raspão, de um lado para o outro. Foi criado pelo jogador Didi que costumava usá-lo nos lançamentos e nas faltas. "A jogada surgiu em consequência de uma contusão. Meu pé estava inchado há dias e doía quando eu chutava normalmente. Então, comecei a chutar diferente, para não doer. Aperfeiçoei tão bem o chute que os goleiros já ficavam desanimados quando eu partia para bater uma falta", conta Didi. O mais famoso gol de folha-seca data das eliminatórias para a Copa da Suécia. Faltavam apenas 8 minutos para o jogo contra o Peru acabar e o placar marcava um angustiante zero a zero. Sem vencedor, a vaga iria para sorteio. O silencio do Maracanã só é quebrado quando Didi cobra uma falta com seu jeito especial e marca o gol da vitória.
          
BALÃOZINHO - Lance que consiste em, com um dos pés, puxar a bola sobre o outro para levantá-la e chutá-la por baixo. Assim, a pelota vai por cima do adversário. Era um expediente bastante utilizado pelo lateral Djalma Santos quando cercado pelos adversários.

CHAPÉU - Drible que consiste em tocar a bola rente à cabeça do adversário e pegá-la do outro lado sem deixar que caia no chão. Um dos mais célebres lances de chapéu foi de autoria do ponta-direita Vivinho, do Vasco. Contra a Portuguesa, em 1988, Vivinho chapelou o defensor para a direita, chapelou de novo para a esquerda e chutou de canhota, tudo sem deixar a bola cair no chão. Um golaço que entrou para a história. Depois dele, Vivinho voltou para o anonimato.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Judy Garland - Parte II

Durante esse tempo, Judy experimentou seus primeiros romances adultos sérios. O primeiro foi com o líder de banda Artie Shaw. Judy era profundamente dedicada a Shaw e ficou devastada no início de 1940, quando ele fugiu com Lana Turner. Começou um relacionamento com o músico David Rose e, em seu 18º aniversário, Rose deu-lhe um anel de noivado. O estúdio interveio porque ele ainda era casado na época com a atriz e cantora Martha Raye. O casal concordou em esperar um ano para permitir o divórcio de Rose de Raye e casaram em 27 de julho de 1941.

Ela estava visivelmente mais magra em seu próximo filme, “For Me and My Gal”, ao lado de Gene Kelly em sua primeira aparição na tela. Garland ficou no topo dos créditos pela primeira vez e, efetivamente, fez a transição de estrela adolescente a atriz adulta.

Na idade de 21 anos, ela recebeu um tratamento de glamour em “Presenting Lily Mars”, no qual ela usava vestidos adultos. Seu brilhante cabelo estava puxado para cima de forma elegante. No entanto, não importa o quão glamourosa ou bonita ela aparecesse na tela ou em fotografias, ela nunca estava confiante em sua aparência e nunca escapou da imagem de "garota da porta do lado" que tinha sido criada para ela. Somando-se à sua insegurança, houve a dissolução de seu casamento com David Rose. Judy, que tinha abortado a sua gravidez em 1942, concordou com uma separação em janeiro de 1943 e eles se divorciaram em 1944.

Um dos mais bem sucedidos filmes de Garland para a MGM foi “Meet me in St. Louis” (1944), em que ela apresentou três canções: The Trolley Song, The Boy Next Door e Have Yourself a Merry Little Christmas. Vincente Minnelli foi designado para dirigir esse filme e pediu que a artista de make-up Dorothy Ponedel fosse atribuída a Garland para melhorar sua imagem. Ponedel refinou a aparência de Judy de diversas maneiras, incluindo a ampliação e remodelação das sobrancelhas, mudando seu cabelo, modificando sua linha de lábio e com a remoção de discos de seu nariz.

Judy apreciou os resultados, tanto que Ponedel foi escrita em seu contrato para todas as suas fotos restantes na MGM. Durante as filmagens de “Meet me in St. Louis”, depois de alguns conflitos iniciais entre eles, Minnelli e Garland começaram um relacionamento. Eles casaram em 15 de junho de 1945 e em 12 de março de 1946 sua filha Liza Minnelli nasceu.

“The Clock” (1945) foi o seu primeiro filme dramático, ao lado de Robert Walker. Embora o filme tenha sido elogiado pela crítica e obtivesse muito lucro, a maioria dos fãs do filme esperava que ela cantasse. Seriam muitos anos antes que ela fizesse outro papel dramático sem cantar.

Outros filmes famosos dela nos anos 1940 incluem “The Harvey Girls” (1946), no qual ela cantou a música vencedora do Academy Award, On the Atchison, Topeka e Santa Fé, e “The Pirate” (1948).

Meet Me in St Louis, 1944
Durante as filmagens de “The Pirate”, em abril de 1947, Judy sofreu um colapso nervoso e foi colocada em um sanatório privado. Ela foi capaz de completar as filmagens, mas em julho desse ano fez sua primeira tentativa de suicídio, fazendo pequenos cortes nos pulsos com um vidro quebrado. Na seqüência de seu trabalho em “The Pirate”, Judy completou mais três filmes para a MGM: “Easter Parade” (em que ela dançou com Fred Astaire), “In the Good Old Summertime”, e seu último filme com a MGM, “Summer Stock”.

Garland foi incapaz de completar uma série de filmes. Durante as filmagens de “Os Barkleys da Broadway”, Judy tomou uma prescrição de medicação para dormir, juntamente com comprimidos ilicitamente obtidos contendo morfina. Estes, em combinação com enxaqueca, levaram-na a perder vários dias de filmagem. Depois de ser advertido pelo médico de que ela só seria capaz de trabalhar quatro a cinco dias por vez, com incrementos de períodos de repouso prolongado entre eles, o executivo da MGM Arthur Freed tomou a decisão de suspender Garland em 18 de julho de 1948. Ela foi substituída por Ginger Rogers.

The Pirate, 1948
Judy estava no elenco de "Annie Get Your Gun", e nervosa com a perspectiva de assumir um papel fortemente identificado com Ethel Merman, preocupada por aparecer em um papel não-glamouroso após ser identificada com papéis juvenis por vários anos, e perturbada por causa do seu tratamento nas mãos do diretor Busby Berkeley. Começou a se atrasar no set e às vezes não aparecia. Ela foi suspensa e substituída por Betty Hutton. Judy fez seu próximo filme, “Royal Wedding June Allyson”, quando ficou grávida, em 1950. Ela novamente não se apresentou para o set em diversas ocasiões e o estúdio suspendeu o seu contrato em 17 de junho de 1950, substituindo-a por Jane Powell.

Respeitáveis biografias após a morte de Garland declararam que, depois dessa última demissão, ela esfregou no pescoço um copo de água quebrado, exigindo apenas um Band-Aid, mas, ao mesmo tempo, o público foi informado de que uma desalentada Garland tinha cortado a garganta. "Tudo que eu podia ver à frente era mais confusão", disse mais tarde Judy sobre a tentativa de suicídio. "Eu queria apagar o futuro, assim como o passado. Eu queria me machucar e todos que me feriram."

Em 1951, Garland se divorciou de Vincente Minnelli. Ela contratou Sid Luft como seu empresário no mesmo ano. Luft organizou uma turnê de quatro meses de concertos no Reino Unido, onde esgotou as vendas de ingressos em toda a Inglaterra, Escócia e Irlanda. A turnê incluiu apresentações no famoso London Palladium, por um período de quatro semanas em abril. Apesar de a imprensa britânica criticá-la, antes de sua estréia, por ser "muito gorda", ela recebeu críticas positivas e a ovação foi descrita pelo gerente do Paládio como a mais alta que ele nunca tinha ouvido falar.

In the Good Old Summertime, 1949
Em outubro de 1951, Judy iniciou, em um estilo vaudeville, duas apresentações por dia no recém-reformado Broadway's Palace Theatre. As 19 semanas de apresentação ultrapassaram todos os recordes anteriores para o teatro e isso foi descrito como "um dos maiores triunfos da história pessoal do show business". Judy foi homenageada pela sua contribuição para a revitalização do vaudeville com um especial de Tony Award.

Garland e Luft se casaram em 8 de junho de 1952, em Hollister, Califórnia, e Judy deu à luz a primeira filha do casal, Lorna, no mesmo ano.

As realizações pessoais e profissionais de Garland durante esse tempo foram marcadas pelas ações de sua mãe, Ethel. Em maio de 1952, no auge do retorno de Judy, Ethel foi destaque em uma história do Los Angeles Mirror, no qual ela revelou que, embora Garland estivesse fazendo uma pequena fortuna no Pallace, Ethel estava trabalhando em escritório, na Douglas Aircraft Company, por 61 dólares por semana. Garland e Ethel tinham ficado afastadas por anos, com Judy caracterizando sua mãe como "não serve para nada a não ser para criar caos e medo" e acusando-a de má administração e apropriação indevida do salário de Judy desde os primeiros dias de sua carreira. A irmã de Judy, Virgínia, negou, dizendo: "Mamãe nunca levou um centavo de Judy". Em 5 de janeiro de 1953, Ethel foi encontrada morta no estacionamento Douglas Aircraft.

Em 1954, Garland filmou um remake do musical “A Star is Born” para a Warner Bros. Luft e Garland, através de sua produtora Transcona Enterprises, produziram o filme, enquanto a Warner Bros forneceu os fundos e as instalações de produção e da equipe. Dirigido por George Cukor e co-estrelado por James Mason, era uma grande empreitada a que Garland inicialmente se dedicou plenamente. Com o progredir da filmagem, no entanto, ela começou a fazer as coisas que tinha feito tantas vezes durante seus últimos filmes da MGM. Atrasos de produção e aumento dos custos levaram a confrontos com Jack Warner, o cabeça da Warner Bros. Por sugestão de Luft, o “Born in a Trunk” (Nascido em um Tronco) foi filmado como uma vitrine para Garland e contra as objeções do diretor Cukor, que temia que o comprimento adicional levasse a cortes em outras áreas. A seqüência do filme foi concluída em 29 de julho.

Após a sua estréia mundial em 29 de setembro, o filme foi recebido com aclamação crítica e popular enorme. Antes do lançamento, o filme foi editado por instrução de Jack Warner, os operadores de cinema estavam preocupados porque eles só foram capazes de rodar o filme três ou quatro vezes por dia em vez de cinco ou seis e pressionaram o estúdio para fazer reduções adicionais. Cerca de 30 minutos de imagens foram cortados, provocando indignação entre os críticos e cinéfilos. A “Star is Born” acabou perdendo dinheiro e a posição financeira de Judy ficou abalada porque os lucros esperados não se materializaram. A Transcona não fez mais filmes com a Warner.

Bing Crosby, Frank Sinatra e Judy Garland

Garland foi nomeada para o Oscar de Melhor Atriz (principal) e, nas vésperas do Academy Awards, era esperada como a provável vencedora pelo público e críticos. Ela não pôde comparecer à cerimônia porque tinha acabado de dar à luz seu filho, Joseph Luft, então uma equipe de televisão estava no hospital com câmeras e cabos para a transmissão televisiva do discurso de aceitação antecipada. O Oscar foi ganho, no entanto, por Grace Kelly, para “The Country Girl” (1954). A equipe de filmagem foi à cerimônia antes que Kelly pudesse chegar ao palco. Judy até fez piadas sobre o incidente, em sua série de televisão, dizendo: "... e ninguém disse adeus". Groucho Marx enviou um telegrama após a cerimônia de premiação, declarando que a sua perda foi "o maior roubo desde Brinks". Esse dia ainda é considerado uma das maiores viradas na história do Oscar. Judy, no entanto, ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em um musical pelo papel.

Os filmes de Garland após A Star Is Born incluíram “Julgamento em Nuremberg” (1961) (para o qual ela foi indicada para Oscar e Golden Globe, nomeada para Melhor Atriz (coadjuvante/secundária), o longa-metragem animado “Gay Purr-ee” (1962), e “A Child is Waiting” ((1963 ), com Burt Lancaster. Seu último filme, “I Could Go On Singing” (1963), co-estrelado por Dirk Bogarde, espelhou sua própria vida com a história de uma cantora mundialmente famosa.

Em fevereiro de 1967, Judy foi escalada como Helen Lawson no “Valley of the Dolls” da 20th Century Fox. A personagem Neely O'Hara no livro de Jacqueline Susann foi coberta de rumores de ter sido baseada em Garland. O papel de O'Hara no filme foi interpretado por Patty Duke. Durante as filmagens, Judy faltou aos ensaios e foi demitida em abril. Ela foi substituída por Susan Hayward.

Retornando ao palco, Garland fez suas últimas aparições no Palace Theatre de Nova York, em julho, uma turnê de 16 shows, tocando com seus filhos Lorna e Joey Luft.

No início de 1969, sua saúde havia se deteriorado. Ela cantou em Londres na boate Talk of the Town por cinco semanas e fez seu último concerto em Copenhagen, em março de 1969. Ela se casou com seu último marido, Mickey Deans, em Londres, em 17 de março de 1969, depois de seu divórcio de Herron ter sido finalizado em 11 de fevereiro daquele ano.

Em 22 de junho de 1969, Judy Garland foi encontrada morta por Deans no banheiro de sua casa de Londres. O legista, Gavin Thursdon, declarou no inquérito que a causa da morte foi "uma autossobredosagem incauta" de barbitúricos; seu sangue continha o equivalente a 97 mg de cápsulas de Seconal. Thursdon salientou que a overdose foi acidental e que não havia nenhuma evidência para sugerir que ela havia cometido suicídio.

Garland tinha completado 47 anos apenas 12 dias antes de sua morte. Sua co-estrela em “O Mágico de Oz”, Ray Bolger, comentou no funeral de Judy, "Ela simplesmente se consumiu". Estima-se que 20.000 pessoas fizeram fila por horas na capela funerária Frank E. Campbell para ver o corpo dela.

Filmografia

1936 - Pigskin Parade, 1936 - Every Sunday, 1937 - Thoroughbreds Don't Cry, 1938 - Listen, Darling, 1938 - Broadway Melody of 1938, 1938 - Love Finds Andy Hardy, 1938 - Everybody Sing, 1939 - Babes in Arms, 1939 - The Wizard of Oz, 1940 -  Andy Hardy Meets Debutante, 1940 - Little Nellie Kelly, 1940 - If I Forget You, 1940 - Strike Up the Band, 1941 - Ziegfeld Girl, 1941 - Life Begins for Andy Hardy, 1941 - Babes on Broadway, 1942 - For Me and My Gal, 1943 - Thousands Cheer, 1943 - Girl Crazy, 1943 - Presenting Lily Mars, 1944 - The Clock, 1944 - Meet Me in St Louis, 1946 - The Harvey Girls, 1946 - Ziegfeld Follies, 1946 - Till the Clouds Roll By, 1948 - The Pirate, 1948 - Easter Parade, 1948 - Words and Music, 1949 - In the Good Old Summertime, 1950 - Summer Stock, 1954 - A Star is Born, 1960 - Pepe (voice), 1961 - Judgement at Nuremberg, 1962 - Gay Purr-ee (voice), 1963 - A Child is Waiting, 1963 - I Could Go On Singing, 1964 - The Judy Garland Show (TV series), 1964 - Judy Garland in Concert.

Fontes: Wikipédia; e-biografias.

Judy Garland - Parte I

Judy Garland (Frances Ethel Gumm), atriz e cantora, nasceu em Grand Rapids, Minnesota, EUA, em 10/06/1922, e faleceu em Londres, Inglaterra, em 22/06/1969. Era a filha mais nova de Francis Avent "Frank" Gumm  e Ethel Marion Milne, que se estabeleceram em Grand Rapids para atuar no teatro.

Fez sua primeira aparição com a idade de dois anos e meio, quando se juntou a suas duas irmãs mais velhas, Mary Jane "Suzy" Gumm (1915-64) e Dorothy Virgínia "Jimmie" Gumm (1917-77), sobre o palco do teatro do pai durante um show de Natal, e cantou um coro de Jingle Bells.

Na seqüência de rumores de que Frank Gumm tinha feito contínuos "avanços sexuais masculinos" em seu teatro, a família mudou-se para Lancaster, Califórnia, em junho de 1926. Frank tinha comprado outro teatro em Lancaster e Ethel, atuando como sua gerente, começou a trabalhar para colocar suas filhas no cinema.

Em 1928, as The Sisters Gumm matricularam-se em uma escola de dança dirigida por Ethel Meglin, proprietária do grupo de dança Meglin Kiddies. As irmãs apareceram com a trupe de seu show anual de Natal. Foi através do Meglin Kiddies que Judy e suas irmãs fizeram sua estréia no cinema, em 1929, em “Revue Big”.

Em 1934, as irmãs, que até então tinham viajado pelo circuito de vaudeville como The Sisters Gumm por muitos anos, apresentaram-se em Chicago, no Teatro Oriental, com George Jessel. Ele incentivou o grupo a escolher um nome mais atraente depois que o nome "Gumm" foi recebido com risos da platéia. The Garland Sisters foi escolhido e Frances mudou seu nome para "Judy" logo depois, inspirada por uma canção popular de Hoagy Carmichael.

Várias histórias persistem em relação à origem do nome "Garland". Uma é que foi criada por Jessel após ver a personagem Carole Lombard, de Lily Garland, no filme “Twentieth Century”, que passou no Oriental; outra é que o trio escolheu o sobrenome por causa do crítico Robert Garland. A filha de Judy, Lorna Luft, declarou que a mãe escolheu o nome quando Jessel anunciou que o trio de cantores "parecia mais bonito do que uma grinalda de flores". Outra variação surgiu quando Jessel foi convidado do programa de televisão de Judy em 1963. Ele alegou que a atriz Judith Anderson enviou um telegrama contendo a palavra "Garland" (grinalda) e ela ficou na sua mente.

The Big Revue, 1929 - The Gumm Sisters
De qualquer forma, no final de 1934, o Gumm Sisters havia mudado seu nome para Garland Sisters. O trio foi quebrado em agosto de 1935, no entanto, quando Suzanne Garland voou para Reno, Nevada, e casou com o músico Lee Kahn, um membro da orquestra de Jimmy Davis, que se apresentava em Cal-Neva Lodge, Lake Tahoe.

Em 16 de novembro de 1935, em meio à preparação para uma apresentação de rádio no Chateau Shell Hour, Judy soube que seu pai, que tinha sido hospitalizado com meningite, havia piorado. Frank Gumm morreu na manhã seguinte, em 17 de novembro. A canção de Judy para o Chateau Shell Hour foi sua primeira apresentação profissional com “Zing! Went the Strings of My Heart”, uma canção que se tornaria um padrão em muitos de seus concertos.

Em 1935, Judy assinou um contrato com a MGM, supostamente sem um teste de tela, mas ela realmente tinha feito um teste para o estúdio há vários meses. "O pai de morrera quando tinha 13 anos, a mãe foi-lhe de pouca valia, e ela logo se tornou uma "filha da MGM", o estúdio de Hollywood, onde trabalhava" ("Tudo Sobre Drogas: Famosos e Drogados" pág. 79, Marc Kusinitz, Ed. Nova Cultural, São Paulo, 1988)

O estúdio não sabia o que fazer com Judy, pois aos 15 anos ela era mais velha do que a estrela infantil tradicional, mas muito jovem para papéis adultos. A aparência física dela criou um dilema para a MGM. Com apenas 1,64m, Judy não exemplificava o tipo mais glamouroso exigido das protagonistas da época.

Sua situação difícil foi agravada pelo chefe de estúdio Louis B. Mayer, que se referiu a ela como sua "pequena corcunda" a fim de depreciá-la. Há rumores de que Louis Mayer investiu diversas vezes sexualmente contra a atriz que não quis ter um caso com ele, pois ela era apaixonada e fiel ao seu atual marido Mickey Deans. O dono do estúdio praticou assédio sexual e moral contra a atriz, abusando de sua posição na empresa e autoridade hierárquica, pois acreditava que todas as atrizes do estúdio deveriam fazer qualquer coisa que ele quisesse por ele ser rico e poderoso.

Durante seus primeiros anos no estúdio, Judy foi fotografada e vestida com roupas simples ou babados juvenis e trajes para "coincidir" com a "garota da porta do lado", imagem que foi atribuída para ela devido a seus modos na vida particular fora dos estúdios. Ela acabou por ser escalada como antagonista de Deanna Durbin, no curto musical “Every Sunday”. O filme serviu como um teste de tela estendida para a dupla, pois os executivos do estúdio estavam questionando se valeria a pena ter 2 cantoras meninas do mesmo estilo no seu casting. Mayer finalmente decidiu manter as 2 meninas, devido ao apelo dos fãs de Judy já que Deanna dormia com Louis nos bastidores, mas por essa altura a opção de Durbin havia caído (Louis passou a preferir dormir com outra atriz) e ela firmou contrato com a Universal Studios por não querer mais se submeter a tal situação vergonhosa.

Judy, logo a seguir, acabou despertando a atenção dos executivos de diversos outros estúdios cantando um arranjo especial de “You Made Me Love You”, para Clark Gable, em uma festa de aniversário realizada pelo estúdio para o ator, que acabou sendo um sucesso de público. Sua interpretação foi tão bem vista pela indústria do entretenimento em geral, que Judy teve que repetir a dose no “All-Star Extravaganza Broadway Melody” de 1938, em que cantou a canção para uma foto de Gable.

Bem cedo Judy Garland tornou-se dependente, o que aconteceu sem que ela soubesse ou fosse consultada. Isso foi obra do gerente do estúdio, Louis Mayer, que, para melhor utilizar os serviços da jovem, providenciava-lhe anfetaminas para estimulá-la e, depois, barbitúricos para que dormisse quando não era mais necessária. Seu 5º marido, Mickey Deans, narra em um livro alguns dos momentos terríveis da vida da atriz. "Trabalhávamos seis dias por semana, dez a doze horas por dia", lembra ele. Em certas ocasiões, "o doutor do estúdio trazia para mim e para outros atores pílulas que pareciam grandes como pires. Eram para manter-nos alerta. Quando acabava de encenar, levavam-me para o hospital do estúdio. A macaca Chita era mais bem tratada do que eu."

Judy em The Wizard of Oz, de 1939
Judy logo conseguiu o papel principal de Dorothy Gale em “O Mágico de Oz” (1939), na idade de 16 anos, em que ela cantou a música com a qual ela sempre seria identificada, “Over the Rainbow”. Garland foi inicialmente equipada com uma peruca loira para o papel, mas Freed e LeRoy decidiram contra isso na hora de filmar. Seus seios estavam presos com fita e ela foi obrigada a usar um colete especial para aplainar suas curvas e fazê-la parecer mais jovem, seu vestido de algodão azul também foi escolhido por seu efeito de indefinição sobre sua figura.

A filmagem começou em 13 de outubro de 1938 e foi concluída em 16 de março de 1939, com um custo final de mais de 2 milhões de dólares. A partir da conclusão das filmagens, A MGM manteve Judy ocupada com turnês promocionais e as filmagens de “Babes in Arms”. Garland e Mickey Rooney foram enviados em uma turnê promocional através do país, que culminou em 17 agosto com a New York City Priemiere no Teatro Capitólio, que incluía cinco shows por dia.

O “Mágico de Oz” foi um tremendo sucesso de crítica, mas, com seu alto orçamento e promoções, que custaram cerca de 4 milhões, juntamente com a baixa receita gerada por ingressos de crianças, o filme não teve lucro até que foi relançado em 1940. Na cerimônia do Oscar dese ano, Judy recebeu um Oscar Juvenil pelos seus desempenhos em 1939, incluindo “The Wizard of Oz” e “Babes in Arms”. Na sequência desse reconhecimento, ela se tornou um dos astros mais rentáveis da MGM.

Judy em The Wizard of Oz, de 1939.
Em 1940, ela estrelou três filmes: “Andy Hardy Meets Debutante”, “Strike Up the Band” e “Little Nellie Kelly”. No último filme, Garland interpretou seu primeiro papel de adulto, um duplo papel de mãe e filha. O sucesso, e mais outros três filmes em 1941, garantiu sua posição na MGM como sua maior propriedade.

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Fontes: Wikipédia; e-biografias.