Howard Phillips Lovecraft (Providence, Rhode Island, 20 de Agosto de  1890 – 18 de Março de 1937), foi um dos maiores escritores do gênero  horror e fantástico de todos os tempos. Ainda hoje, quase um século  depois de sua prematura morte, tem em figuras como 
Stephen King e Clive Barker seus fiéis admiradores.
Lovecraft nasceu e viveu quase toda sua vida em Providence. Teve uma vida simples do ponto de vista econômico e  poucos amigos na vida cotidiana, mas de uma correspondência espantosa  (escreveu em torno de 100.000 cartas durante toda sua vida). Ao longo  destas correspondências e de seus escritos criou um conjunto de  histórias ao qual foi denominada "Mitos de Cthulhu", parte mais  significativa de sua obra. Um conjunto de narrativas fantásticas sobre  horror e ficção científica que virou uma grande mitologia.
Além de Lovecraft, muitos outros autores se juntaram a ele, nomes como  Robert E. Howard, H. R. Barlow, Frank Belknap Long, Robert Block, Clark  Ashton Smith e outros; formando o "Círculo de Lovecraft".
Embora admirado por escritores famosos da época e outros amadores; em  vida não teve nenhum livro de capa dura publicado, apenas ensaios e  contos curtos em revistas populares da época como a "Weird Tales" -,   que posteriormente viria a ser muito reconhecida.
Apenas alguns anos depois de sua morte, August Derleth e Donald Wandrei,  amigos escritores e admiradores de seu talento criaram uma editora, a  "Arkham House" que começou a popularizar a obra do autor. Mas sua grande  popularidade só viria em meados da década de oitenta com o RPG "Call of  Cthulhu", baseado em um de seus contos.
Com teses e mais teses sobre suas obras, sites a perder de vista e  alguns filmes (a maioria ruim - o cinema ainda não descobriu HPL).  Apesar de tudo isto e de grandes obras publicadas no passado, ainda é  escassa e em certos momentos inexistente no Brasil seus livros, pois a maioria encontra-se esgotada na editoras, sendo encontrado mais em sebos e pequenas livrarias.
Biografia
Lovecraft foi o único filho de Winfield Scott Lovecraft, negociante de  jóias e metais preciosos, e Sarah Susan Phillips, vinda de uma família  notória que podia traçar suas origens diretamente aos primeiros  colonizadores americanos, casados numa idade relativamente avançada para  a época. Quando contava três anos, seu pai sofreu uma aguda crise  nervosa que deixou seqüelas profundas, obrigando-o a passar o resto de  sua vida em clínicas de repouso.
Lovecraft com aproximadamente 9 anos de idade.
Assim, ele foi criado pela mãe Sarah, por duas tias, e por seu avô,  Whipple van Buren Phillips. Lovecraft era um jovem prodígio que recitava  poesia aos dois anos e já escrevia seus próprios poemas aos seis. Seu  avô encorajou os hábitos de leitura,  tendo arranjado para ele versões infantis da Ilíada e da Odisséia, de  Homero, e introduzindo-o à literatura de terror, ao apresentar-lhe  clássicas histórias de terror gótico.
Lovecraft era uma criança constantemente doente. Seu biógrafo, L.  Sprague de Camp, afirmou que o jovem Howard sofria de poiquilotermia,  uma raríssima doença que fazia com que sua pele fosse sempre gelada ao  toque. Devido aos seus problemas de saúde, ele freqüentou a escola  apenas esporadicamente mas lia bastante.
Seu avô morreu em 1904, o que levou a família a um estado de pobreza, em  decorrência da incapacidade das filhas de gerenciar os bens deste.  Foram obrigados a se mudar para acomodações muito menores e insalubres, o  que prejudicou ainda mais a já débil saúde de Lovecraft. Em 1908, ele  sofreu um colapso nervoso, acontecimento que impediu-o de receber seu  diploma de graduação no ensino médio e, conseqüentemente, complicou sua  entrada em uma universidade. Esse fracasso pessoal marcaria Lovecraft  pelo resto de seus dias.
Em seus dias de juventude, Lovecraft se dedicou a escrever poesia,  mergulhando na ficção de terror apenas a partir de 1917. Em 1923, ele  publicou seu primeiro trabalho profissional, Dagon, na revista Weird  Tales. Lovecraft junto de Clifford Martin Eddy, Jr., foi um ghostwriter  do magazine Weird Tales, para artigos do famoso mágico Harry Houdini,  supostamente recrutado como informante ou um agente "Lanterna " para o  spymaster um dos fundadores em 1909, do MI6, serviço secreto inglês  William Melville, conhecido como "M" e acrônimo Maskmelin, da  organização secreta The Seven Circle, ao que parece encobertada através  de uma inocente publicação editada pelo amigo de Lovecraft, o editor da  Weird Tales Walter Brown Gibson, do American Circle Magic e criador do  personagem The Shadow. Sua mãe nunca chegou a ver nenhum trabalho do  filho publicado, tendo morrido em 1921, após complicações em uma  cirurgia.
Lovecraft trabalhou como jornalista por um curto período, durante o qual  conheceu Sonia Greene, com quem viria a casar. Ela era judia natural da  Ucrânia, oito anos mais velha que ele, o que fez com que sua tias  protestassem contra o casamento. O casal mudou-se para o Brooklyn, na  cidade de Nova Iorque, cidade que Lovecraft nunca gostou. O casamento  durou poucos anos e, após o divórcio amigável, Lovecraft regressou a  Providence, onde moraria até morrer.
O período imediatamente após seu divórcio foi o mais prolífico de  Lovecraft, no qual ele se correspondia com vários escritores estreantes  de horror, ficção e aventura. Entre eles, seu mais ávido correspondente  era Robert E. Howard, criador de 
Conan o Bárbaro. Algumas das suas mais extensas obras, 
Nas Montanhas da Loucura e 
O Caso de Charles Dexter Ward, foram escritas nessa época.
Seus últimos anos de vida foram bastante difíceis. Em 1932, sua amada  tia Lillian Clark, com quem ele vivia, faleceu. Lovecraft mudou-se para  uma pequena casa alugada com sua tia e companhia remanescente, Annie  Gamwell, situada bem atrás da biblioteca John Hay. Para sobreviver,  considerando-se que seus próprios textos aumentavam em complexidade e  número de palavras (dificultando vendas), Lovecraft apoiava-se como  podia em revisões e "ghost-writing" de textos assinados por outros,  inclusive poemas e não-ficção.
Em 1936, a notícia do suicídio de seu amigo Robert E. Howard deixou-o  profundamente entristecido e abalado. Nesse ano, a doença que o mataria  (câncer no intestino) já avançara o bastante para que pouco se pudesse  fazer contra ela. Lovecraft suportou dores sempre crescentes pelos meses  seguintes, até que em 10 de março de 1937 viu-se obrigado a se internar  no Hospital Memorial Jane Brown. Ali morreria cinco dias depois.  Contava então 46 anos de idade.
Howard Phillips Lovecraft foi enterrado no dia 18 de março de 1937, no  cemitério Swan Point, em Providence, no jazigo da família Phillips. Seu  túmulo é o mais visitado do local, mas passaram-se décadas sem que seu  túmulo fosse demarcado de forma exclusiva. No centenário de seu  nascimento, fãs norte-americanos se cotizaram para inaugurar uma lápide  definitiva, que exibe a frase "Eu sou Providence", extraída de uma de  suas cartas.
Obra
Muitos dos trabalhos de Lovecraft foram diretamente inspirados por seus  constantes pesadelos, o que contribuiu para a criação de uma obra  marcada pelo subconsciente e pelo simbolismo. As suas maiores  influências foram 
Edgar Allan Poe,  por quem Lovecraft nutria profunda afeição, e Lord Dunsany, cujas  narrativas de fantasia inpiraram as suas histórias em terras de sonho.
Suas constantes referências, em seus textos, a horrores antigos e a  monstros e divindades ancestrais acabaram por gerar algo análogo a uma  mitologia, hoje vulgarmente chamada Cthulhu Mythos, contendo vários  panteões de seres extradimensionais tão poderosos que eram ou podiam ser  considerados deuses, e que reinaram sobre a Terra milhões de anos  atrás. Entre outras coisas, alguns dos seres teriam sido os responsáveis  pela criação da raça humana e teriam uma intervenção directa em toda a  história do universo.
A expressão Cthulhu Mythos foi criada, após a morte de Lovecraft, pelo  escritor August Derleth, um dos muitos escritores a basearem suas  histórias nos mitos deste. Lovecraft criou também um dos mais famosos e  explorados artefactos das histórias de terror, o 
Necronomicon,  um fictício livro de invocação de demônios escrito pelo, também  fictício, Abdul Alhazred, sendo até hoje popular o mito da existência  real deste livro, fomentado especialmente pela publicação de vários  falsos Necronomicons e por um texto, da autoria do próprio Lovecraft,  explicando a sua origem e percurso histórico.
Fontes: 
Wikipédia - Lovecraft; 
Vida e Obra de H. P. Lovecraft.