sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Charlotte Rampling

Charlotte Rampling, atriz, nasceu em Sturmer, uma pequena cidade do condado de Essex, na Inglaterra, em 5 de fevereiro de 1946. Sua carreira abrange mais de quatro décadas no cinema internacional, especialmente no britânico, americano, francês e italiano. É filha de um coronel do exército britânico e da OTAN, Godfrey Rampling, campeão dos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim e de Anne Isabelle (nascida Gurteen), uma pintora.

Aos nove anos, sua família mudou-se para Fontainebleau na França. Aprendeu francês na escola municipal onde foi matriculada. De volta à Inglaterra, a adolescente começou a se apresentar em teatros de revista com a irmã e em seguida trabalhou durante curto período como manequim.

Assim como Jane Birkin e Jacqueline Bisset, estreou no filme ícone da swinging London, “A Bossa da Conquista”, em 1965. Em seguida voltou-se para as comédias populares enquanto cursava arte dramática na Royal Court School. Mas a morte brutal de sua irmã marcou-a profundamente, fazendo com que decidisse deixar a Grã-Bretanha.

Instalou-se então na Itália e teve seu primeiro encontro marcante com Luchino Visconti. Foi ele que a dirigiu em 1969 no filme “Os deuses Malditos”. A atriz provou rapidamente que tinha sangue nas veias, passando do universo da ficção científica de Zardoz (Boorman) ao do sado-masoquismo, de “O porteiro da noite”, em 1974, filme que a revelou ao grande público. Nesse sucesso-escândalo de Liliana Cavani, ela encarna uma sobrevivente dos campos nazistas que mantém uma estranha relação com seu antigo carrasco.

Através de seus papéis, ela se compraz em explorar as áreas mais perturbadas da alma humana. Assim, enamora-se de um chimpanzé diante das câmeras de Oshima (Max mon amour, 1985). Os americanos não se mostram insensíveis ao charme da enigmática Charlotte, que tocou Woody Allen (“Memórias” - 1980), Robert Mitchum (“O Último dos Valentões”) e Sidney Lumet (“O Veredicto”), no papel de uma mulher fatal.


No fim dos anos 70, Charlotte elege como domicílio a França e roda filmes com Boisset (“Táxi Roxo”), Lelouch (“Viva la vie! “) e Deray (no policial "On ne meurt que deux fois", en 1985).

Menos presente nas telas de cinema nos anos 90, faz, no entanto, interpretações notáveis em 2000 em “O Jardim das Cerejeiras” (baseada na obra de Tchekhov) e no singular "Signos e Desejos" de Jonathan Nossiter.

No ano seguinte, Charlotte Rampling faz um brilhante retorno em “Sob a Areia”, o retrato de uma mulher desamparada após o desaparecimento de seu marido, sob a batuta de François Ozon, um cineasta que ela reencontrará depois em “À beira da Piscina” e “Angel”. Foi nesse momento, ao receber um César pelo conjunto de sua obra (em 2001), que se tornou definitivamente uma estrela, notabilizando-se tanto na comédia (“Beije Quem Você Quiser”, “Désaccord parfait”) quanto em filmes de suspense (“Lemming”), autorais (“Em direção ao Sul”, 2006) e também na diversão hollywoodiana (“Instinto Selvagem 2”).

Em 2008, a atriz concretiza um projeto atrás do outro: verdadeira lady ao lado de Keira Knightley em “A Duquesa”, de Saul Dibb, ela também criou a personagem de grande sacerdotisa em “Babylon A. D.” de Mathieu Kassovitz e a mãe de família bisbilhoteira em “Algo que Você Precisa Saber”, de Cécile Telerman, antes de interpretar seu próprio papel no “O Baile das atrizes” de Maïwenn. Continuando a variar seus registros, a atriz participou em seguida da comédia musical britânica “StreetDance 3D”, onde impôs-se na pele de uma mulher desiludida em “A vida durante a guerra” de Todd Solondz e brilhou no papel de uma mecena na comédia dramática de Julio Médem, "Caótica Ana".

Na década de 1990, época em que esteve afastada das grandes produções internacionais, Rampling lidou psicologicamente com a questão que a afligiu por toda a vida adulta e lhe deu fama de séria e fechada no cinema, a da morte de sua irmã mais velha, Sarah, mãe prematura e que suicidou-se em 1966 na Argentina, aos 23 anos. Durante quase quarenta anos, até a morte de sua mãe em 2001, o segredo de seu suicídio foi guardado por ela e seu pai - que morreu aos 100 anos, em 2006, quando era o mais idoso atleta olímpico ainda vivo da Grã-Bretanha - que juraram não deixar a esposa e mãe saber da verdade, sobre o que, na época, foi noticiado como morte por hemorragia cerebral. Sobre o que viveu nesse período, declarou: "Foi uma época em que tive que conviver comigo mesma sobre isso, em profunda depressão, se devia trazê-la ou não para mais perto de mim, se devia falar a verdade. A morte de minha mãe desbloqueou minha mente."


Foi casada duas vezes, a primeira delas em 1972 com Bryan Southcombe, um ator e publicista, a meio de um escândalo pelas noticias de que, antes disso, os dois viviam numa relação de ménage à trois com um modelo chamado Randall Lawrence. Dessa relação, que acabou em divórcio em 1976, ela teve um filho, Barnaby, hoje diretor de televisão. Em 1974, declarou sobre o fato: "Existem tantos mal-entendidos na minha vida. (...) Certa vez causei um escândalo por dizer que vivia com dois homens. (...) Eu não disse isso num sentido sexual. (...) Éramos apenas como quaisquer pessoas que dividem um apartamento."

Seu segundo casamento, em 1978, com o músico Jean-Michel Jarre, lhe deu mais três filhos e durou mais de vinte anos, acabando publicamente em 1997, quando descobriu através de matérias de tablóides de fofocas que o marido tinha uma caso com outra jovem mulher, e teve um distúrbio nervoso.

Desde 1998 vive com um empresário francês da área de comunicações, Jean-Noël Tassez.

Fontes: Wikipédia; Biography - My French Film Festival.

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