quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O temperamental Heleno de Freitas

O mais clássico, técnico e elegante centroavante que pisou nos gramados brasileiros chamava-se Heleno de Freitas. Filho de família rica, formou-se em Direito mas nunca exerceu o bacharelado. Muito provavelmente porque a magia do futebol já o havia conquistado. Entrou na história do Botafogo como um dos maiores goleadores, embora seu único título tenha sido conquistado no Vasco, em 1949. Vestiu a camisa da Seleção Brasileira dezoito vezes, assinalando 15 gols.

Heleno de Freitas nasceu em São João Nepomuceno, MG, em 12/02/1920, e faleceu em  Barbacena, MG, em 08/11/1959. Advogado, boêmio, catimbeiro, boa vida, irritadiço, galã, Heleno era homem de boa aparência, mas quase intratável. Depois de onze anos jogando futebol, entrou para a história como um dos maiores craques do futebol sul-americano.

Dono de um gênio intempestivo, que muitas vezes o fazia ser expulso de campo e lhe trazia muitos inimigos, Heleno de Freitas, apelidado do "Gilda" por seus amigos do Clube dos Cafajestes e pela torcida do Fluminense, por seu temperamento e por este ser o nome de uma personagem da atriz americana Rita Hayworth em filme de mesmo nome, foi o símbolo de um Botafogo guerreiro, que nunca se dava por vencido.

Descoberto por Neném Prancha no time do Botafogo de praia, Heleno, que iniciou a carreira no Fluminense Football Club, chegou ao time principal do Botafogo em 1937, com a responsabilidade de substituir o ídolo Carvalho Leite (goleador do tetracampeonato estadual, de 1932 a 35) e não decepcionou a torcida, com grande habilidade e excelente cabeceio.

Dono de uma postura elegante dentro e fora de campo, o jogador de cerca de 1,82 metros foi o maior ídolo alvinegro antes de Garrincha, mesmo sem nunca ter sido campeão pelo clube. Marcou sua passagem pelo Glorioso com 209 gols em 235 partidas, tornando-se o quarto maior artilheiro da história do clube. Deixou General Severiano em 1948, quando foi vendido ao Boca Juniors, da Argentina, na maior transação do futebol brasileiro até então.

Ainda atuou pelo Vasco, onde foi campeão carioca de 1949 com o Expresso da Vitória, pelo Atlético Junior de Barranquilla (da Liga Pirata da Colômbia), pelo Santos e pelo América, onde encerrou a carreira, porém tendo jogado apenas uma partida pelo clube de Campos Sales, sua única no estádio do Maracanã, sendo expulso aos 35 minutos do primeiro tempo, após acertar um carrinho violento em um zagueiro adversário. Ainda tentou, depois, voltar aos campos pelo Flamengo por indicação de Kanela, mas se desentendeu com os jogadores do rubro-negro num jogo-teste e não foi aceito.

Heleno, o craque, o artista da bola, o mito do futebol, o artista das multidões, o craque galã, o diamante branco, a elegância do futebol, são adjetivos, que perfeitamente se enquadram a figura ímpar de um gênio chamado Heleno e alguns desses fazem parte do somatório de homenagens, que ao decorrer dos anos serviram também como meio de imortalizar o grande ídolo.

Foi com a bola nos pés, levando a torcida ao delírio que Heleno deixou a marca de sua genialidade, se tornando uma das mais ricas histórias do futebol brasileiro. Seu futebol encantou o mundo e lhe rendeu fantásticas expressões e frases de grande efeito, como a que se encontra na estátua em sua homenagem em Barranquilla na Colômbia "El Jogador".

Vida pessoal

Heleno estudou no Colégio São Bento e depois obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ). Era considerado membro da alta sociedade, com amigos empresários, juristas e diplomatas. Seu pai era dono de um cafezal e ainda cuidava de negócios de papel e chapéus.

Sua vida foi marcada por vícios em drogas como lança-perfume e éter. Isto o fez tentar se auto-eletrocutar num treino do Botafogo. Boêmio, era freqüentador de diversas boates do Rio de Janeiro.

Enquanto esteve na Argentina, suspeitou-se que Heleno teve um caso amoroso com Eva Perón, fato nunca comprovado.

Teve um filho apenas, Luiz Eduardo, com sua esposa Ilma. Porém, ela fugiu para Petrópolis por conta do temperamento de Heleno de Freitas em 1952. Luiz Eduardo só teve notícias sobre o pai com 10 anos de idade por ter perdido contato desde a mudança, justamente sobre seu falecimento.

Heleno teve complicações com sífilis, que o deixou louco. Veio a falecer no ano de 1959, em um sanatório de Barbacena, onde se internou seis anos antes, em 1953, com apoio da família.

Sua vida é retratada no filme “Heleno” estrelado por Rodrigo Santoro que fez o papel-título e Alinne Moraes, que fez sua esposa Ilma.

Fontes: Wikipédia; Revista Placar.

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