terça-feira, 4 de outubro de 2011

Didi, o Príncipe Etíope

O principal artífice da conquista da primeira Copa do Mundo pelo Brasil não foi o rei Pelé nem o gênio Garrincha. Todo o mérito cabe a Valdir Pereira, o Didi. Primeiro, porque foi o autor do gol que deu ao Brasil a classificação para o Mundial, num nervoso um a zero sobre o Peru, em 1957. Depois, porque assumiu o comando da equipe dentro e fora de campo na Suécia.

É o responsável, junto com Zito e Nílton Santos, pela pressão sobre a comissâo técnica que culminou com as escalações de Pelé e Garrincha. Mas foi nos gramados que mostrou todo o seu engenho e arte, sendo eleito o melhor jogador da Copa de 1958.

Armador clássico, Didi encantava com seu futebol técnico e criativo, seus dribles dissimulados, lançamentos precisos e chutes infernais. Defendeu o Fluminense (campeão carioca em 1951), Botafogo (campeão em 1957/61/62) e Real Madrid, onde protagonizou uma célebre desavença com o jogador Di Stefano. Ainda pela Seleção, tornou-se bicampeão mundial em 1962. Por causa de sua elegância natural, o corpo ereto, cabeça alta, passadas muito largas, era chamado de Príncipe Etíope.

Valdir Pereira, mais conhecido como Didi, nasceu em Campos dos Goytacazes, RJ, em 08/10/1928, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 12/05/2001. "O Principe Etíope" era seu apelido, dado por Nelson Rodrigues (ilustre dramaturgo e torcedor fanático do Fluminense Football Club).

Nobreza e arte com bola nos pés
Com classe e categoria, foi um dos maiores médios volantes de todos os tempos, um dos líderes do Fluminense entre o final da década de 1940 a meados da década de 1950 e também do Botafogo de Futebol e Regatas, após isso, além de possuir o mérito de ter criado a "folha seca". Esta técnica consistia numa forma de se bater na bola numa cobrança de falta, com o lado externo do pé, hoje vulgarmente chamada "trivela". Ela tem esse nome pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo. O lance ficou famoso quando Didi marcou um gol de falta nesse estilo contra a Seleção do Peru, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.

Na Copa do Mundo de 1970 seria o técnico da Seleção do Peru (classificando o país para a sua primeira Copa desde a de 1930) na derrota para a Seleção Brasileira por 4 a 2.

No Fluminense, Didi jogou entre 1949 e 1956, clube pelo qual jogou mais tempo sem interrupções, tendo realizado 298 partidas e feito 91 gols, sendo um dos grandes responsáveis pela conquista do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio 1952, além de ter feito o primeiro gol da história do Maracanã pela Seleção Carioca em 1950, defendendo o seu clube do coração, e de ter liderado a Seleção Brasileira na conquista do Campeonato Pan-Americano de Futebol, disputado no Chile, na primeira conquista relevante da Seleção Brasileira no exterior, tendo jogado ao lado de Castilho, Waldo, Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Altair e Pinheiro, entre outros.

Foi campeão mundial, já atuando pelo Botafogo de Futebol e Regatas, clube pelo qual também acabou se apaixonando. No alvinegro, era o maestro de um grande elenco. Jogou ao lado de Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo. O Botafogo foi o clube pelo qual Didi mais disputou partidas: fez 313 jogos e marcando 114 gols. Foi campeão carioca pelo clube em 1957, 1961 e 1962 e também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1962, mesmo ano em que venceu o Pentagonal do México e, no ano de 1963, o Torneio de Paris.

Chegou a jogar no famoso time do Real Madrid, ao lado do craque argentino Di Stéfano e do húngaro Puskas, mas teria sofrido um boicote na equipe, segundo se comenta, que teria partido de Di Stefano.

No começo de 1981, Didi chegou a ser o técnico do Botafogo, mas foi substituído do cargo durante o ano, tendo sido ele um dos técnicos do Fluminense, na fase que o time tricolor era conhecido como a Máquina Tricolor, pela qualidade excepcional de seus jogadores.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.

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