domingo, 4 de setembro de 2011

Oscar Wilde

Quer em seus hábitos, quer em seus textos, Wilde assumiu de início a atitude de um dândi, ligado, com um comportamento extravagante, ao esteticismo da arte pela arte. Seu talento superou no entanto essa fase superficial, para florescer com pujança em obras-primas maduras, depois de sua carreira ser cortada pelo escandaloso processo por homossexualismo que o levou à prisão.

Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde nasceu em Dublin, Irlanda, em 16 de outubro de 1854. De pais sofisticados e ricos, estudou em Oxford onde, sob a influência de Matthew Arnold, John Ruskin e Walter Pater, liderou um movimento que combatia os filisteus da cultura e propunha um hedonismo extremado. 

Brilhou na sociedade londrina com seu talento verbal. Os trocadilhos e pilhérias que o tornaram famoso, não obstante, criticavam muitas vezes o próprio modo vitoriano de vida, marcado pelo apego às convenções.

Nos diversos gêneros que abordou, Wilde criou obras inesquecíveis, como The Happy Prince and Other Tales (1888; O príncipe feliz e outras histórias) e The Picture of Dorian Gray (1891; O retrato de Dorian Gray), este seu único romance e um de seus livros mais lidos. A poesia contida em Poems (1881; Poemas) apresenta alguns poemas isolados de força sugestiva e patética. Entretanto, não foi muito estimada pela crítica do século XX, que sempre lhe reprovou o sentimentalismo excessivo.

É opinião unânime que Wilde se expressou com maior desenvoltura como autor teatral, renovando a dramaturgia vitoriana com sua verve e seus paradoxos, cintilantes de agudeza e de concisão verbal. Um pouco à maneira das comédias do período da restauração, suas peças principais foram armas brandidas contra as convenções da "boa sociedade", expondo-lhe sem piedade a hipocrisia.

Entre essas peças estão Lady Windermere's Fan (1893; O leque de Lady Windermere), A Woman of No Importance (1893; Uma mulher sem importância) e An Ideal Husband (1895; Um marido ideal). Bem mais conhecida e ainda muito encenada é The Importance of Being Earnest (1895; A importância de ser sério), considerada sua obra-prima no gênero e cujo título original encerra um jogo de palavras entre earnest (sério) e Ernest (Ernesto).

Como ensaísta, Wilde publicou Intentions (1895; Intenções). Em francês, escreveu o drama poético Salomé (1893), transformado por Richard Strauss em ópera (1905). De seus dias de prisão brotaram The Ballad of the Reading Gaol (1898; A balada do cárcere de Reading) e o depoimento em prosa De profundis (1905), longa carta de recriminações a Lord Alfred Douglas, seu ex-amante e causa de toda sua desgraça.

Oscar Wilde, libertado em 1897, deixou para sempre a Inglaterra e, em extrema pobreza, morreu em Paris em 30 de novembro de 1900.

Fonte:Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

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