![]()  | 
| Aracy Cortes estréia sua própria companhia em 1931, na praça Tiradentes. | 
Praça Tiradentes e o teatro de revista
Centro nervoso dos teatros de   revista do Rio de Janeiro, a Praça Tiradentes atraía compositores,   músicos e cantores, à procura de emprego para seus talentos, nos muitos   palcos iluminados, que faziam a cidade sonhar e cantar.
Nos anos 20 e 30, com a   popularização do teatro, em particular as revistas, os “musicais”, o   cenário teatral no Rio de Janeiro, antes sem oferecer nenhum conforto e   com poucas opções de diversão melhorada, se vitaliza. As casas de   espetáculo não somente se multiplicam pelos vários espaços centrais da   cidade, como se vão adequando aos novos estratos sociais emergentes,   principalmente as classes médias.
Dentro desse contexto, a Praça   Tiradentes e seu entorno constituíram-se em um dos privilegiados locais   para divulgação e circulação dos artistas – em especial, músicos,   compositores e cantores – do período. Além de dos teatros João Caetano,   Recreio, São José, Carlos Gomes, entre outros, onde se concentravam   aqueles profissionais, bares e leiterias também representavam lugares de   atração e de encontro para os que buscavam na praça uma oportunidade   para exercer profissionalmente seus talentos.
Os mais procurados eram a   Leiteria Dom Pedro II e o Café Carlos Gomes, onde hoje existe o Café   Thalia, pontos de reunião de compositores como Nelson Cavaquinho,   Guilherme de Brito, Wilson Batista, Henrique de Almeida, Roberto   Martins, Bidê, Marçal, Jorge Faraj, Ataulfo Alves, Antonio Almeida e   tantos outros.
Sabiam eles que, a qualquer   momento, poderia surgir a chance de um trabalho ser aproveitado em uma   das muitas revistas que eram encenadas nos teatros da praça. Custódio   Mesquita, Ary Barroso, Sinhô, André Filho, Francisco Matoso já tinham se   consagrado por ali e de repente a sorte poderia aparecer. No caso de   Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, jamais conseguiram participar   das revistas, mas acabaram por se encontrar nos bares da praça e formar   uma das mais importantes parcerias da música popular brasileira.
A maioria dos cantores e   compositores “ainda do time de aspirantes” freqüentava a Praça   Tiradentes, uma espécie de vestibular. Depois de famosos e ganhando   dinheiro para pagar elegantes alfaiates, já bem-sucedidos,   transferiam-se para o Café Nice ou para o Café Papagaio, ao lado da   conceituada Confeitaria Colombo.
Enquanto isso não acontecia, a   solução era enfrentar as xícaras de café com leite nos botequins da   Praça Tiradentes, compor os sambas em suas mesas, com tampo de mármore e   pé de ferro, e aguardar que o sucesso os viesse resgatar dali. Ou que o   próprio teatro de revista se encarregasse de os fazer famosos. 
Fonte: http://teatrobr.blogspot.com/

Nenhum comentário:
Postar um comentário